Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria

Thursday 29 November 2012

Crentes Fora da Igreja?

Algumas décadas atrás, pouquíssimos evangélicos diriam que eram “crentes fora da Igreja”, estando nesta situação. Eles geralmente aceitavam a designação de “desviados” ou, até,  “caídos na fé”. Hoje, entretanto, os que deixaram a Igreja” preferem a designção de “crentes fora da Igreja”; e os censos mostram que o número destes está aumentando significativamente.

Primeiramente, é importante enfatizar que o estar fora da Igreja não significa estar fora da hierarquia eclesiástica do Catolicismo Romano, nem de qualquer outra hierarquia eclesiástica protestante ou evangélica. Estar “fora da Igreja” é estar fora da comunhão com uma igreja ou congregação que, por maior ou menor que seja, está ligada a Jesus Cristo.
Nas principais e mais compreensivas figuras da Igreja que encontramos na Bíblia, a igreja está sempre ligada a Jesus Cristo: como o edifício ao seu fundamento (1 Pedro 2.4-6), os ramos à videira (João 15), o corpo à cabeça (1 Coríntios 12.12-31), e a esposa ao esposo (Efésios 4.23). Portanto, se queremos definir a Igreja de Cristo, devemos identificá-la como o edifício alicerçado em Jesus Cristo somente, os ramos realmente nascidos em Jesus Cristo, os membros do único corpo cuja cabeça é Jesus Cristo, e a fiel noiva ou esposa de Jesus Cristo. Esta Igreja está espalhada na terra, não somente como índivíduos e famílias, mas também em várias ou inumeráveis igrejas ou congregações.

Entretanto, estas várias igrejas, como podemos ver no livro de Apocalipse, podem variar em seu estado de saúde espiritual:

§   Do saudável, embora sob ameaças como Esmirna e Filadélfia (Apocalipse 2.8-11; 3.7-13),

§   Ao razoável ou sob risco de ficar doente como Éfeso, Pérgamo e Tiatira (Apocalipse 2.1-7, 12-17, 18-29), 

§   Até ao doente, sob o risco de morrer como Sardes e Laodicéia (Apocalipse 3.1-6, 14-22).
As igrejas em estado saudável devem zelar para que assim permanecerem, mediante a perseverança na Palavra de Deus, que as afasta e purifica do pecado, o agente da doença espiritual e morte. As igreja e condição meramente razoável devem objetivar o vigor, buscando o sólido alimentando-se da Palavra de Deus, e praticando continuamente o exercício da fé. As igrejas doentes precisam da cura, o reavivamento que vem pela reforma da vida particular, familiar e congregacional dos membros.

Entretanto, sem o devido uso dos meios de graça, cujo principal é a Palavra de Deus, qualquer igreja pode decair do estado saudável para o regular, do regular para o doente, e do doente para a morte, tornando-se até uma falsa igreja (Apocalipse 2.9).

Uma igreja verdadeira e saudável é:

§   Como um edifício, alicerçada no conhecimento de Jesus Cristo, revelado e preservado nas Escrituras Sagradas somente, constituída de pessoas regeneradas em Jesus Cristo, pelo poder do Espírito Santo, mediante a fiel pregação da Palavra de Deus;

§   Como a videira, produz os frutos próprios da sua natureza como ramos de Cristo Jesus – a Videira (frutos que agradam a Deus e aos seus filhos);

§   Como o corpo, governada por Jesus Cristo como o seu Cabeça, mediante o funcionamento de acordo com autoridade das Escrituras e no poder do Espírito Santo que distribuindo dons, estabelece as funções dos membros (do corpo);

§   Como a esposa de Jesus Cristo, ama o seu divino esposo que a redimiu.
Então como podem existir “crentes fora da Igreja”? Verdadeiros crentes não podem ficar fora da Igreja; e isto significa que verdadeiros crentes não podem ficar fora das igrejas ou congregações que constituem a Igreja de Cristo na Terra. Verdadeiros crentes devem estar fora das falsas igrejas, mas dentro de uma verdadeira igreja. Verdadeiros e maduros crentes identificam uma igreja moribunda (perto da morte), sabem quando a igreja precisa voltar a comer o alimento saudável que é a Palavra de Deus, a beber da àgua purificadora e desfrutar da unção do poder do Espírito Santo. Verdadeiros e maduros crentes sabem distinguir entre uma igreja que é como um corpo saudável, da que está doente ou morta (Efésios 4.15-16); eles distinguem a igreja que, sobre a Rocha – Cristo, está sendo edificada com ouro, prata e pedras preciosas daquela que é levantada com madeira, palha e feno (1 Coríntios 3.10-17).
Como os tijolos ou pedras retirados de um edifício já não fazem parte dele; um membro morre, quando cortado do corpo; o ramo seca, se arrancado da planta; e o casamento acaba, se a esposa abandona o esposo; o crente não se desliga, nem é desligado da Igreja, ou de sua congregação.

As palavras ligar e desligar são muito úteis para entender nossa relação com a Igreja de Cristo. Pedro, mediante sua inequívoca confissão de Jesus como “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16), foi declarado por Jesus uma pedra do edifício da Igreja, cujo alicerce ou fundamento, como já tem sido mencionado, é Jesus Cristo (Mateus 16.16-18; 1 Pedro 2.4-8). Imediatamente a seguir, Jesus afirma que nossa relação com a Igreja na terra reflete nossa relação com a Igreja no céu, isto é, com Deus propriamente (Mateus 16.19-20). O ministério da pregação da Palavra de Deus, confiado à Igreja na terra, é a chave do reino dos céus (reino de Deus). Quando a Igreja prega fielmente a Palavra, e os pecadores arrependidos confessam a Jesus como o Cristo, o Filho Unigênito de Deus, a própria Igreja os recebe na terra; porque eles foram recebidos no céu. Entretanto, quando a Igreja desliga o membro que insiste em rejeitar a Palavra de Deus, ela também está refletindo na terra, o que acontece no céu (Mateus 18.15-20).
A Igreja com suas igrejas ou congregaçãos não é uma instituição humana, mas divina. Desde o princípio, Deus distinguiu a geração de Sete da geração de Caim (Genesis 4.8-26), os filhos de Deus dos filhos dos homens (Genesis 6.1-2). Deus separou e fez aliança com a descendência espiritual de Abraão (Gênesis 17.1-14). Por fim, quando Jesus Cristo veio, e trouxe à plenitude a revelação da Aliança da Redenção, Ele fundou a sua Igreja (Mateus 16.13-19), a Igreja da Nova Aliança, instituiu também a sua Ceia (Mateus 26.26-29) e o seu batismo (Mateus 28.18-20), Ceia e batismo reservados aos membros de sua Igreja, que são chamados de seus discípulos; pois eles aprendem e guardam a sua Palavra, central à vida de sua Igreja.

Quando o apóstolo Paulo, mediante o chamado de Jesus Cristo e poder do Espírito Santo saiu a pregar o Evangelho de Jesus Cristo ao mundo, ele não somente pregava, deixando os crentes dispersos; ao contrário, Paulo fazia deles discípulos de Cristo, organizando-os em igrejas, estabelecendo até presbíteros (Atos 13.12-13, 48-49, 52; 14.1-7, 19-23). Paulo, fiel ao mandato e instituição de Jesus Cristo, também batizava os novos crentes, com suas famílias (Atos 16.14-15, 31-33), administrava e ordenava a Santa Ceia (Atos 20.7; 1 Coríntios 11.20-34).
Os verdadeiros crentes em Cristo Jesus são os seus discípulos; estes assim são chamados porque aprendem e são disciplinados por sua Palavra, devido ao seu ingresso e permanência na Igreja; ingresso marcado pelo recebimento do batismo; permanência indicada pela participação na Santa Ceia.

O verdadeiro crente somente se desliga de uma falsa igreja, mas procura imediatamente a verdadeira Igreja. O verdadeiro crente sofre pela igreja que está doente, ora por ela, e a exorta a voltar a ouvir e se alimentar da Palavra de Deus. O verdadeiro crente ama a sua congregação; ele se alegra com a saúde de sua igreja e consagra sua vida (tempo, dons e recursos) para conservá-la assim (Hebreus 10.23-25). O verdadeiro crente não abandona a sua congregação, exceto se ela definitivamente se apostata ,e se torna uma congregação de Satanás (Apocalipse 2.9).

Existe crente fora de uma verdadeira igreja de Cristo? Se um dedo é cortado do corpo e não for logo implantado, o que acontecerá àquele dedo? Morrerá e terá que ser enterrado ou incinerado. O mesmo acontecerá ao ramo cortado de sua planta.
Crente fora de uma igreja de Cristo? A idéia é pior (mais absurda) que a de um aluno fora da escola. Este se coloca na mesma posição dos domônios, que também são “crentes” (Tiago 2.19), mas não são discípulos de Jesus Cristo. Quem abandona a Igreja de Cristo, ou seja, não é membro de uma verdadeira igreja de Cristo, fala contra Igreja e trabalha contra a Igreja. Dizer-se crente em Cristo e manter-se fora da Igreja é praticar sabotagem contra a Igreja de Cristo.

Crente fora da igreja é como um ramo que está secando, um membro do corpo que está apodrecendo. Apesar desta dura comparação,  o motivo desta mensagem é o amor pela Igreja de Cristo e seus membros cortados; o objetivo desta mensagem é chamar todos os que estão fora da Igreja a voltar imediatamente, congregando-se em uma fiel igreja do Senhor Jesus Cristo.
Quando o Senhor voltar, ou chamar você antes que Ele venha, que justa razão você poderia apresentar-Lhe por abandonar e estar fora da Igreja que Ele tanto ama, pela qual deu o seu próprio sangue, e, ao subir ao céu, lhe deu o seu Espírito Santo, para nela habitar, até que Ele, Jesus, volte?

Friday 9 November 2012

Ser Cristão é Viver para a Glória de Cristo

Conhecer Jesus Cristo é algo absolutamente singular; é algo que muda radicalmente a nossa vida. Conhecer a Cristo é muito mais signicante que obter um diploma após anos de estudos, alcançar o topo de uma carreira profissional, é incomparavelmente superior a encontrar uma filosofia de vida, uma teoria sócio-política que pareça justa e promotora de prosperidade.

O conhecimento de Jesus Cristo torna ridícula a torcida fanática por um time de futebol, e incabível a dedicação a qualquer ídolo da música, cinema ou esporte.

Conhecer Jesus Cristo é também totalmente diferente de encontrar uma religião que atenda nossos anseios, sejam estes espirituais ou materiais; conhecer a Cristo é conhecer a Deus (João 14.6). Isto deve ser dito, proclamado; embora possa parecer insensível ou até ofensivo, especialmente a seguidores de religiões não “cristãs”. Jesus não é propriedade de uma religião, nem tão pouco das chamadas religiões cristãs. Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Ninguém conhece o que de Deus se pode conhecer como Salvador, senão através do conhecimento de Jesus Cristo (João 14.6; 17.3).

Entretanto, é também importante ressaltar conhecemos a Jesus não por iniciativa, mérito ou esforço nosso. O conhecimento de Jesus é resultado da condescendência de Deus; isto é, da livre, soberana e expontânea vontade de Deus em se dar a conhecer a nós, apesar dos nossos pecados, pelos quais fomos, com justiça, banidos a presença de Deus.

Quem conhece a Jesus experimenta uma radical mudança em sua existência; qualquer que tenha sido o seu centro gravitacional (religião, partido ou teoria política, esporte, trabalho, família), alguém que conheceu a Jesus Cristo, passou também a tê-Lo definitivamente como o centro de sua vida.
Por isso, Jesus Cristo é pregado como o Salvador e Senhor (Romanos 10.9; Filipenses 2.9-11); pois, conhecendo a Jesus Cristo, passamos a viver para Ele; e viver para Cristo é efetivamente viver para Deus; pois Jesus Cristo é Deus em sua mais completa e perfeita manifestação ao homem (João 1.1-3,14,18).
Depois que conhecemos a Jesus, tão real, íntima e satisfatória é a nossa relação com Deus que, queremos, acima de qualquer coisa, ver Jesus Cristo glorificado em nossa vida, na Igreja e no universo. Depois que conhecemos a Cristo, “o viver é Cristo”, nada é mais importante, nem a nossa própria sobrevivência (Filipenses 1.21).
Cristo Glorificado em Nossa Vida
Jesus Cristo é glorificado em nossa vida na medida em que Ele, seus pensamentos, palavras e obras se manifestam através de nós. Para que isto não seja mera ideologia, mas uma realidade, temos nas Escrituras Sagradas a “Lei de Deus” que Jesus cumpriu perfeitamente, e temos os “Evangelhos” onde os pensamentos, palavras e obras de Jesus estão registrados. Lendo e estudando os Evagelhos, desfrutamos os mesmos privilégios dos primeiros discípulos de Jesus, é como se estivéssemos andando com Ele, seguindo-O, observando Suas atitudes, ouvindo Seus ensinos e vendo Suas obras. Além disso, fomos (os que conhecem e crêem em Jesus Cristo) ungidos, batizados, ou simplesmente recebemos permanentemente o Espírito Santo, como o Consolador (João 14.16-17), para compensar (suprir) na temporária ausência física e visível de Jesus Cristo, entre os seus discípulos. O Espírito Santo, que é o Espírito de Jesus Cristo (Filipenses 1.19), habitando permanentemente em nós como igreja (congregação) e crentes individualmente, é mais influente e poderoso que a própria presença visual de Jesus. Qualquer pessoa que pudesse ver a Jesus poderia, contudo, ignorar ou rejeitá-Lo em seu coração, como efetivamente aconteceu durante o ministério público de Jesus. Entretanto,  quando alguém recebe o Espírito de Cristo, Cristo está efetivamente no centro de sua razão e afeição.
Portanto, para quem tem (recebeu) o Espírito Santo e lê as Escrituras, especialmente os Evangelhos, está sendo real e poderosamente discipulado por Jesus Cristo; e ser discipulado por Jesus Cristo é aprender Seus santos pensamentos, palavras e obras; e isto é ser Jesus Cristo glorificado em nossas vidas.
Para quem realmente conhece Jesus Cristo, não há nada mais desejável nesta vida do que “andar” com Jesus Cristo, certamente, em primeiro lugar,  pelo prazer da Sua companhia, mas também pelos frutos desta companhia de Jesus que trasnforma nosso ser segundo os pensamentos, palavras e obras de Jesus Cristo.
Ser cristão, não simplesmente ter uma religião cristã, é conhecer Jesus Cristo e nÊle crer, ser Seu discípulo e andar com Ele todos os dias (pelo poder do Espírito Santo e instrução dos Evangelhos). Ser cristão é ser servo de Cristo por amor a Ele, com o amor que é devido somente a Deus, “de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento” (Mateus 22.37-38); pelo reconhecimento de que Ele é Deus, em forma, natureza e corpo humanos (João 1.14).
É impossível conhecer a Jesus, e não viver com Ele, por Ele, e para Ele; que todos nós, que se consideramos cristãos, pensemos nisso seriamente, e avaliemos a realidade, qualidade ou profundidade de nosso conhecimento de Jesus Cristo, pois disso depende a nossa salvação.
Cristo Glorificado na Igreja
O discípulo de Jesus Cristo aprende que Jesus é glorificado na Igreja na medida em que ela se manifesta como o Reino de Cristo na Terra (Mateus 5.1-16). Por isso, o discípulo de Jesus é totalmente comprometido com a Igreja de Jesus, como Jesus o é. O discípulo de Cristo é totalmente comprometido com o bem da Igreja; isto é, com o seu crscimento saudável.
O discípulo do Senhor sabe que a Igreja é a manifestação antecipada do Reino de Deus (também chamado Reino dos Céus ou Reino de Cristo). A Igreja não é ainda o Reino de Cristo em sua perfeição e plenitude, mas os primeiros frutos do Reino, antecipados na presente era, em que o Reino ainda está em fase de conquista.
O fiel discípulo de Cristo não ignora que a igreja ainda não é perfeita, mas, como o Seu Mestre, ele não desampara a igreja,que ainda sofre os efeitos temporais de seus próprios pecados; ao contrário, o discípulo se empenha "de corpo e alma" pelo aperfeiçoamento da Igreja; a fim de que esta, esteja ela no desejável caminho do progresso ou no triste desvio do alvo, continue ou volte à rota da perfeição em Cristo Jesus.
Pode alguém ser cristão e nao amar a igreja de Cristo? Pode alguém ser cristão e deixar a igreja de Cristo? Pensemos no amor que Jesus Cristo tem por sua Igreja: “Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5.25).
É compreensível  que alguém que não conheça a Jesus Cristo despreze a Igreja ou a até a persiga; porém, como pode alguém que conhece a Cristo e é seu discípulo não amar a Igreja, ao ponto de desprezar e abandoná-la?
Como pode um discípulo de Jesus Cristo permanecer na Igreja e não se importar com a pureza da Igreja (2 Coríntios 11.2), e em que ela permaneça na verdade (2 João 4; 3 João 4)? Como pode alguém que “anda” todos os dias com Jesus, ver a frieza ou infidelidade da Igreja para com o seu Salvador e Esposo, e não chorar, como Jesus Cristo chorou por Jerusalém (Lucas 19.41-42)? A presente ausência de sofrimento, lágrimas e oração em favor da Igreja somente pode ser atribuída ao fato de que muitos cristãos estejam muito ocupados com seu sucesso profissional, ganhar dinheiro e desfrutar das novidades e confortos que o dinheiro pode comprar, para andar com Cristo, e conhecer seus pensamentos, palavras e obras.
O discípulo de Cristo ama a sua igreja, a sua congregação local, mas ama tambem a Igreja como a totalidade das congregações na Terra, e trabalha e luta pela pureza da Igreja. Entretanto, quanto as congregações que insistem em permanecer no caminho da apostasia, a fim de que outras congregações e crentes individualmente não sejam confundidos e contaminados pela apostasia, o discípulo, também como o seu Senhor,manifesta “a quem tenha ouvidos para ouvir” a sua reprovação a infidelidade (Apocalipse 2.4-7).
Quem conhece a Cristo sabe do infinito amor de Cristo por sua noiva, a Igreja, e que Cristo não abandona a sua esposa, pela qual morreu e, comprando-a com o seu próprio sangue, e depois ressuscitou. O discípulo de Cristo sabe que, mesmo após a ascensão de Jesus Cristo aos Céus, como o corpo está unido à sua cabeça, Jesus Cristo, mediante o Espírito Santo, permanece unido e governa a sua Igreja, até ao dia de Sua volta, para de novo e permanentemente estar física e visivelmente com a sua amada Igreja. Portanto, quem conhece a Cristo sabe que abandonar a Igreja de Cristo é abandonar o próprio Cristo.
Cristo Glorificado no Universo
Mencionamos que o Reino de Cristo esta em "fase de conquista"; isto é, conquista dos que ainda estão para se tornar membros da Igreja, cidadãos do Reino de Cristo. Esta conquista se dá pela pregação do Evangelho, a pregação de Jesus Cristo como o Rei Eterno, o único sacerdote de Deus para a salvação dos pecadores que, no exercício de seus atributos sacerdotais, cumpriu perfeitamente a justiça de Deus e morreu em lugar de todos os pecadores que foram, são e serão perdoados, reconciliados com Deus, para se tornarem cidadaos do Reino eterno (Romanos 4.25-5.1).
Os que conhecem a Cristo, isto é, os seus discípulos, são inconformados com a ilusão dos reinos dos homens, inconformados com suas mentiras, injustiças e fracassos; eles sabem que há um poder maligno oculto por trás da temporária aparência de sucesso dos reinos deste mundo.
Escondidos atrás do aparente sucesso dos reinos dos homens está o ódio do "principe do mal", o poder sedutor e escravizador  do pecado, e o poder destruidor da morte (Efésios 2.1-3). Os que conheceram poder libertador de Jesus Cristo (Efésios 2.4-5), querem estender este conhecimento a todas as pessoas, querem também vê-las livres do mal, do engano, da escravidão e da morte.
Os discipulos de Cristo teem a mesma compaixão de Cristo pelos que estão sob o poder do "império das trevas", não importa qual seja a nacionalidade, religião, situação social ou condição moral. E fácil ser cristão e esquecer as multidões que estão no reino que está perecendo; porém, é impossivel andar com Jesus, dia após dia, ser Seu discípulo e, por isso conhecer, suas obras, suas palavras e até os seus pensamentos, revelados em sua Palavra, e não se envolver e atirar na evangelização dos homens e mulheres, jovens e crianças, e neste trabalho e luta permanecer até ouvir do Mestre: "Muito bem ... servo bom fiel; entra no gozo do seu Senhor" (Mateus 25.21,23).
Os que realmente conhecem a Cristo são discipulos e servos de Cristo. Estes querem ver a glória de Deus revelada em Cristo Jesus manifestado-se ao mundo na salvação dos pecadores, na edificação da Igreja, e  em suas próprias vidas, de modo que Ele (Cristo) neles cresça, e eles mesmos desapareçam (João 3.30), encobertos pela glória de Cristo.

Sunday 28 October 2012

As Três Palavras de Deus

Palavra de Deus é o meio usado por Deus para comunicar-se com o homem. Embora o homem tenha sido criado à imagem e semelhança de Deus, e isto implica na possibilidade de comunicação entre Deus e o homem, a infinitude de Deus estabelece uma imutável diferença ou distância entre o Criador e a criatura. Deus possui atributos que jamais foram comunicados ao homem (onipresença, onisciência e onipotência) ; além disso, Deus é o espírito completo e infinito em todos os seus atributos; o homem é um espírito finito em todos os atributos com que foi criado, e dotado por Deus na Criação; atributos estes que, entretanto, fazem do homem “a imagem e semelhança de Deus”. O homem é a semelhança de Deus, mas não é Deus, nem um deus menor, também não é uma extensão de Deus, mas um ser absolutamente distinto de Deus, contudo semelhante a Deus.

A infinitude do Criador e a limitação da criatura não eram impedimentos à comunicação, desde que Deus falasse ao homem; pois Deus conhece o pensamento do homem; mas o homem não pode conhecer o pensamento de Deus, a menos que Deus o comunique em Palavra. Entretanto, o pecado do homem que tornou legalmente (de acordo com a justiça de Deus) impossível a comunicação entre Deus e o homem.
Porém, o homem foi criado para a comunicação com Deus; e, não obstante os possíveis impedimentos (diferença essencial entre o Criador e a criatura) e o efetivo impedimento (pecado do homem) já mencionados, é através da Palavra de Deus que o Infinito Criador se comunica com a finita criatura, que o Deus Santo encontra o homem pecador. Fora as obras da Criação e Providência  que são formas indiretas e não verbais de comunicação, Deus se comunica com o homem através de três Palavras, e estas são a Escrita, a Falada e a Viva.
A Palavra Viva  é eterna, mais não foi a primeira a mediar (mídia, média) a comunicação de Deus com o homem. A primeira usada por Deus foi a Palavra Falada, tanto imediatamente após a Criação quanto imediatamente após a Queda. Logo apos a Criação a Palavra Falada por Deus foi um meio de se referir simbolicamente ou falar (comunicar o conhecimento) de Cristo como a fonte da vida eterna, com a qual o homem ainda não havia sido dotado (Gênesis 2.7-9, 3.22); logo após a Queda, a Palavra Falada por Deus tambem falou de Cristo como o vencedor da morte que agora, após o pecado, era uma dura realidade para o homem (Gênesis 3.15).

A Palavra de Deus foi falada primeiramente por Ele mesmo, mas também por anjos e profetas. Depois de muito  usar a Palavra Falada (durante alguns milênios), aprouve a Deus começar a Palavra Escrita. A Palavra Escrita, tanto quanto a Palavra Falada tem um principal objetivo comum: elas são meios de Deus para a comunicação do conhecimento Cristo (João 5.39), que é a Palavra Viva (Hebreus 1.1-2).
A Palavra Viva de Deus, não é um simples meio de comunicação, mas o próprio fim da comunicação (falada ou escrita). A Palavra Viva não é como as outras um meio de comunicação de Deus com o homem, meio de comunicação do conhecimento de Deus; ela é a propria comunhão com Deus, ela é o Cristo (o Doador da vida eterna e Salvador da morte), ela é Deus encarnado – Jesus Cristo. Depois de se comunicar com os homens pela Palavra Falada e pela Palavra Escrita, Deus finalmente se comunicou pela Palavra Viva; esta é o clímax e a perfeição da comunicação de Deus com o homem (Hebreus 1.1-3). É a Palavra Viva que comunica mais do que conhecimento , ela comunica ou dota o homem com a própria vida eterna, intermediando perfeitamente as diferenças essenciais entre Deus e o homem, e destruindo completamente a  barreira do pecado (Hebreus 1.1-3). Isto está em pleno acordo com o que vimos anteriormente, a primeira comunicação da Palavra Falada, logo após a Criação foi a comunicação de Cristo como a fonte da vida eterna, e, após a queda, a comunicação de Cristo como o vencedor da morte, introduzida pelo pecado (Gênesis 2.16-17).

A Palavra Escrita
A Palavra Escrita (a Palavra indelevelmente preservada) é a nossa única fonte segura do redentivo conhecimento de Deus, ou do conhecimento de Cristo que é a fonte da vida eterna e o vencencedor da morte.

As primeiras porções da Palavra Escrita nos foram dadas nos dias do Profeta Moisés, e pelo próprio Moisés. A Palavra Escrita nos foi dada cumulativamente em um longo período de tempo. Este tempo pode ser aproximadamente definido como um milênio e meio.
Não temos uma regra infalível (uma lista dos escritos ou livros que constituem a Palavra Escrita, uma lista recebida mediante uma revelação divina). Entretanto temos um cânon constituído de 66 livros (escritos) que, por sua finalidade, afinidade e qualidade, por si mesmo passou a exercer autoridade sobre o povo ou Igreja de Deus. Este cânon é conhecido no próprio cânon pelo nome de as Escrituras ou Escrituras Sagradas; também o chamamos de Bíblia.

É importante notar que a Palavra Escrita (assim como a Palavra Falada, antes de assumir a forma escrita, desde a redenção de Adão e dos primeiros descendentes) cumpria sua função de comunicar o conhecimento de Cristo, que é o conhecimento da Salvação, em todo o tempo, desde o seu começo, nos dias de Moisés, muito antes de estar completa.  Portanto, não precisamos da Bíblia toda para que tenhamos o salvador conhecimento de Jesus Cristo; um livro pode ser suficiente para isto, ou até mesmo um capítulo ou um só versículo. Entretanto, o grande conjunto em que e a Bíblia se constitui é um harmonioso, consistente, convincente e rico complexo que nos conduz a uma inabalável fé em Jesus Cristo, como o Redentor da Criação.
Isoladamente, alguns dos livros da Bíblia já tiveram sua canoncidade questionada, como Cantares no AT e a Epístola de Tiago no NT; algumas passagens bíblicas, isoladamente, apresentam um maior grau de dificuldade para interpretação. Sabemos que a qualidade ou erudição do grego com que foram compostos os livros do NT é variável. Isto significa que devemos abandonar a confiança na autoridade e infalibilidade da Palavra de Deus Escrita, as Escrituras Sagradas? É claro que não, em seu conteúdo e mensagem, elas correspondem exatamente à Palavra de Deus Falada que, na forma escrita está preservada para sempre (2 Pedro 1.16-21). É verdade que o Hebraico e Grego de hoje não são os mesmos em que foram escritos os livros da Bíblia, nem o Inglês e Portugues de hoje são exatamente iguais aos das primeiras traduções Inglesa e Portuguesa. A mutabilidade da língua e os possíveis erros de cópia ou tradução não são obstáculos intransponíveis para quem tenhamos hoje, e por tanto tempo quanto for necessário, fiéis versões das Escrituras Sagradas. A infalibilidade dos autógrafos (o manuscrito original do autor) está quase 100% preservada em nossos dias; e não precisaríamos tanto para que hoje saibamos a respeito de Jesus Cristo e sua Igreja o que precisamos saber para glorificar e gozar a Deus, já e para sempre (Catecismos de Westminster Maior e Breve –  pergunta 1).

Se realmente cremos que Deus algum dia se comunicou com o homem por meio da Palavra Falada, e que também Deus tornou esta na Palavra Escrita, não há a menor razão para duvidar que temos até hoje a Palavra de Deus – a Bíblia. Isto não significa que podemos fazer uma doutrina fundamentada em um único substantivo, um único tempo verbal ou preposição. Aprouve a Deus nos dar a sua Palavra Escrita, não em um único verso ou parágrafo, não em somente um livro, mas em um riquíssimo acervo. Assim, não obstante as limitações da linguagem e da língua, mediante o diligente estudo das Escrituras podemos com grande segurança extrair delas a sã doutrina, indispensável ao nosso relacionamento com Deus.
A Palavra Escrita está pronta, acabada; como o propósito da Palavra Escrita é comunicar o conhecimento de Cristo, ela que começou antes da vinda do Cristo, termina com a vinda do Cristo, que é Jesus. As Escrituras são compostas de volumes principais: O Antigo Testamento e o Novo Testamento. O Antigo Testamento é, em suma, “o registro escrito da promessa da vinda de Cristo”; e o Novo Testamento é “o registro escrito do testemunho da vinda de Cristo”. A Palavra foi escrita para que a Palavra Falada nunca fosse perdida, até a vinda do Cristo e até a segunda vinda de Jesus Cristo.  A Palavra de Deus Escrita é a única fonte e autoridade da Palavra de Deus Falada. E, isto em dois sentidos: primeiro – nós hoje somente podemos saber o que Deus falou no passado, diretamente ou através de anjos e profetas, mediante o que Deus providenciou que fosse escrito nas Escrituras Sagradas; segundo – o que Deus fala hoje aos homens através da pregação ou ensino é fundamentado no que Deus providenciou que fosse escrito nas Escrituras Sagradas.

A Palavra Falada
Como já adiantamos no parágrafo anterior, a Palavra de Deus Falada tem dois significados: um é o sentido mais estrito, inerrante ou infalível, quando o Espírito Santo usou alguém para comunicar uma mensagem de Deus, messagem única, identificada em um tempo e lugar. Esta mensagem podia ter elementos de uma mensagem anterior e podia conter uma revelação jamais feita antes; mas é uma mensagem particular, única, extraordinária.

Foi o conteúdo geral destas mensagens infalíveis ou inerrantes transmitidas pelos profetas do Antigo Testamento e do Novo Testamento que veio a constituir a Palavra Escrita. A Palavra Falada no seu sentido estrito, inerrante e infalível também é uma forma passada de Deus se comunicar com o homem, uma vez que a Palavra Viva (Cristo) já veio, e a Palavra Escrita está completa.
Contudo, a Palavra Falada também tem um segundo sentido, mais amplo: a Palavra de Deus que é pregada ou ensinada. Esta forma da Palavra de Deus não é infalível ou inerrante como foi a falada e escrita no passado mediante a extraordinária ação do Espírito Santo que chamamos de “inspiração do Espírito Santo (2 Timóteo 3.16-17; 2 Pedro 1.20-21).

A Palavra de Deus no sentido de ensino e pregação continuará operante até à “consumação dos séculos”. Os pais têm o dever de ensinar a Palavra de Deus aos filhos no âmbito do lar, pastores-mestres autorizados devem ensinar na jurisdição da Igreja, evangelistas devem ser enviados a pregar ao mundo; todos com base e na autoridade da Palavra Escrita.
Esta forma da Palavra de Deus falada, operante até hoje e que não é infalível é o principal meio pelo qual o Evangelho é anunciado ao mundo e a Igreja de Deus é edificada; este não é um meio infalível, mas pela graça de Deus e poder do Espírito Santo é eficaz.

A Igreja contemporânea tem sido profundamente enfraquecida com a perda da noção de importância da pregação e ensino da Palavra. A fiel pregação e ensino da Palavra Escrita é Palavra de Deus, ela não é infalível (como foi a que pronunciaram os profetas), ela precisa ser supervisionada (quanto a fidelidade à Palavra Escrita, mas é o essencial e principal meio de edificação da igreja.
Se algum crente individualmente ou uma família se privam da pregação da Palavra no contexto da vida congregacional (se isolam de uma fiel igreja de Cristo) em que a administração do batismo e santa ceia são as respostas sacramentais à pregação, e o discipulado e disciplina constituem no exercício da Palavra pregada, estes (o crente e a família) sofrerão todas as consequências da desnutrição  e falta do exercício espiritual.

A Palavra Viva
Embora a Palavra Escrita seja verdadeira e esteja preservada, ela é limitada; ela tem começo (Gênesis) e fim (Apocalipse); ela é limitada pelo poder de comunicação da linguagem e das línguas, como já foi indicado. Como também já vimos, a Palavra Escrita absorveu e preservou para sempre a infalível Palavra de Falada de Deus (principalmente por meio dos profetas), e é a base e autoridade da Palavra de Deus pregada e ensinada hoje. Embora tão vital e importante para a Igreja de Deus, a Palavra Escrita não é um fim em si mesma; ela é o meio para o conhecimento de Jesus Cristo, a Palavra Viva de Deus.

O Evangelho de João começa apresentando Jesus Cristo como a Palavra de Deus (João 1.1-18). A Palavra Viva é a manifestação de Deus acessível à criatura, porém não limitada; pois Jesus Cristo é “o explendor da glória, e a expressão exata” (Hebreus 1.3) do Ser Divino, “nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade” (Colossenses 2.9).
Nós estimamos ou amamos a Palavra de Deus, a Escritura; e a temos como nosso maior tesouro neste mundo, mas não a adoramos. Buscamos com fome e sede a fiel pregação e ensino da Palavra de Deus; entretanto, é a Palavra Viva, Jesus Cristo, o alvo da nossa adoração

Alguém pode ouvir a fiel pregação e ensino das Sagradas Escrituras, ler e estudar sistematicamente as Escrituras e portanto obter conhecimento de Deus. Porém, é somente quando o ouvir ou estudar as Escrituras nos levam à fé em Jesus Cristo que entramos em comunhão com Deus. Alguém pode ler e estudar as Escrituras Sagradas e jamais ser salvo, exceto se, através das Escrituras ele conheça e creia em Jesus Cristo.
Não é o simples conhecimento da Palavra Escrita que nos salva e santifica, mas o crer, receber  e, consequentemente, ser unido a Jesus Cristo, a Palavra Viva. Para que alguém creia em Jesus Cristo, é necessário que leia ou ouça a pregação da Palavra Escrita (Romanos 10.17), e seja, ao mesmo tempo, “ensinado pelo Espírito Santo” (João 16.7-13). Havendo recebido, pela soberana graça de Deus e mediação de Jesus Cristo, o inicial derramamento do Espírito Santo que nos habilita a ouvir com fé a pregação da Palavra de Deus e crer em Jesus Cristo (Atos 16.14; Tito 3.4-7), efetivamente recebemos pela fé Jesus Cristo; então o derramamento inicial se completa com o pleno derramamento do Espírito Santo (Atos 2.38;), também chamado de o Espírito de Cristo (Romanos 8.9); por isso, quando cheios do Espírito Santo, somos cheios de Cristo Jesus. Jesus Cristo é chamado a Palavra Viva de Deus; porque conhecê-lo e crer nÊle é mais do que simplemente obter um conhecimento, é recebê-lo em nós, no Espirito Santo que em nós passa a fazer morada, e isto é comunhão, união com Deus, isto é também a vida eterna (João 17.3).

Havendo chegado ao conhecimento e fé em Jesus Cristo, alcançamos o alvo ou meta das Escrituras. Agora, entretanto, ao invés das Escrituras perderam o valor, podemos compreender muito melhor o inestimável valor das Escrituras para um crescente conhecimento da glória de Deus, da grandeza da salvação, e da prefeição da vontade de Deus.
Agora, o Espírito de Cristo habita em nós, “temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2); neste sentido, estamos preparados para receber a Palavra Escrita com entendimento, e a Palavra falada hoje (pregação e ensino) com juízo (critério). Enfim, pela habitação do Espirito de Cristo em nós, estamos preparados para ouvir, ler e estudar as Escrituras com entendimento (1 Coríntios 2), e todo o proveito para nossas vidas, e também para o auxílio de outros no entendimento das Escrituras Sagradas.

Então devemos desejar e buscar o mais completo e acurado conhecimento das Escrituras Sagradas. Havendo recebido o Espírito Santo ou Espírito de Cristo, quanto mais as Escrituras ocupam nossa mente e coração, mais cheios do Espírito nos somos (Efésios 4.18-21; Colossenses 3.16-17).
Quanto mais conhecemos as Escrituras, tanto mais conhecemos a Jesus Cristo; quanto mais apreciamos as Escrituras, mais amamos a Cristo, quanto mais alimentados das Escrituras, mais plena e poderosa  a presença Jesus se faz em nós.

O conhecimento das línguas originais é muito útil, mas não indispensável; pois qualquer fiel  (bem intencionada e bem feita) tradução é capaz de comunicar o conteúdo das Escrituras. A Biblia foi intentada para todos os povos, isto é, para ser traduzida para todas as línguas. Erudição geral e conhecimento dos mundos hebraico e grego-romano são úteis, mas não essenciais para o conhecimento das Escrituras, especialmente o salvador conhecimento de Cristo que é centro das Escrituras. Até uma criança pode, pelas Escrituras, ser conduzida ser “ao conhecimento para a salvação pela fé em Cristo Jesus (2 Timóteo 3.15). Portanto, não aceite a mentira de que a Bíblia somente pode ser entendida pelos “doutores” da Igreja (Lucas 10.21; 1 Coríntios 1.18-24). Alguns doutores jamais chegam ao conhecimento de uma criança; porém, algumas crianças, guiadas pelo Espírito Santo, através das Escrituras conhecem a Cristo Jesus, o Salvador.

A Palavra Falada que é infalível já não acontece em nossos dias; a Palavra Falada pregada e ensinada em nossos dias não é infalível. Contudo, temos a Palavra Escrita; ela é única fiel e completa preservação de tudo o Deus realmente já falou sobre a nossa salvação (João 5.39; 10.35), e o único critério pelo qual julgamos a pregação e ensino da Palavra de Deus (Atos 17.11).
Estejamos atentos a toda tentativa de subestima ou menosprezo à Palavra de Deus Escrita. Apesar das limitações da língua e das diferenças culturais que com estudo cuidadoso e perseverante são remediadas, as Sagradas Escrituras, além de nos guardar tudo o que Deus já falou e nos habilitarem a julgar tudo o que temsido pregado e ensinado, livrando-nos da subjetividade, elas são o único meio de conhecimento de Jesus Cristo (João 5.39; Apocalipse 19.10), a única porta (João 10.9), caminho, verdade e a vida (14.6), o conhecimento e a comunhão com Deus (João 14.7-9,16-20).

Friday 14 September 2012

Precisamos Entender Diferença entre a Igreja e seu Ambiente Cristianizado


A história da Igreja em qualquer época ou lugar é uma história de conquista de gente através da mensagem do Evangelho. Em qualquer lugar, mediante a perseverante pregação do Evangelho, que depois de ser positivamente respondida por uma minoria e enfrentar resistência da maioria, a Igreja se estabelece e cresce; às vezes, ela cresce constante e vagarosamente, outras vezes, em um surpreendente  e veloz movimento.

Isso aconteceu em muitas cidades no passado, entre muitos povos e nações, e continua acontecendo hoje.  Em somente algumas decadas, como em nossas mais recentes, talvez não seja perceptível um grande avanço e crecimento da Igreja; mas certamente a Igreja continua crescendo em lugares onde ela ainda é numericamente modesta, de modo que no futuro, tal noção de crescimento se tornará parte da história. Além disso, a história também já presenciou grandes avivamentos em lugares onde a Igreja esteve à beira da morte.

Portanto, até à gloriosa volta do Senhor Jesus Cristo poderemos ver a Igreja alcançar cidades e nações não alcançadas, vê-la renascer, onde haja aparentemente morrido. Não há razão para perdermos tal esperança; não podemos perder tal esperança. Devemos dedicar nossas vidas ao Senhor para que isto continue acontecendo; pois, afinal, é por isto que o Senhor mantêm parte de sua Igreja na Terra, concede a cada um de seus filhos certo número de anos neste mundo, e ainda não voltou para estabelecer o seu vitorioso e glorioso reino em “Novos Céus e Nova Terra”.

Portanto, para contribuir para o renascimento da Igreja, onde ela esteja doente e prestes a morrer, precisamos fazer diferença entre a Igreja e seu ambiente Cristianizado. Podemos dizer que o mundo ocidental é um mundo cristianizado, assim como é também parte do mundo oriental. Quando a Igreja penetra poderosamente em uma sociedade, isto é, não por imposição ou dominação política ou cultural, mas pela simples pregação e ensino da Palavra de Deus, ela transforma significativamente aquela sociedade. Males sociais e até aspectos culturais pecaminosos são abandonados. Assim, o que da perspectiva teológica é descrito como uma grande manifestação da graça redentiva de Deus, por meio da pregação do Evangelho e uma poderosa obra transformadora do Espírito Santo; da perspectiva sociológica pode ser descrito como uma cristianização de uma determinada sociedade.

Esta cristianização pode ser definida como pensamentos (perspectivas), práticas, costumes e estilo de vida, profundamente marcados pela pessoa e ensino de Jesus Cristo, como os vemos respectivamente retratado nos Evangelhos e comunicado tanto nos Evangelhos como nos demais livros do Novo Testamento.

Por algum tempo pode ser difícil e até inútil tentar distinguir a Igreja daquela sociedade cristianizada, devido ao grande número de pessoas regeneradas naquele específico ambiente. Entretanto, a Igreja está sempre sujeita à apostasia (afastamento da fé que a estabeleceu em determinado tempo e lugar); isto é, algumas conversões superficiais que depois manifestam sua verdadeira natureza, e gerações posteriores que não abraçam a fé genuína de seus antepassados. É assim que a verdadeira Igreja deixa de corresponder à sociedade cristianizada a que deu orígem; a verdadeira Igreja diminui, mas a sociedade permanece cristianizada.

Entretanto, com o passar do tempo (de algumas gerações) aquela sociedade cristianizada pela chegada da Igreja no poder transformador do Evangelho, também vai perdendo suas características cristãs; o modo de pensar e de viver influenciado e determinado pela Palavra de Deus, dá lugar um modo de pensar e de viver determinado pelo pecado. De fato aquela sociedade, que um dia foi Teocêntrica ou Cristocêntrica, vai perdendo tal característica e se tornando “pagã” como fora antes da poderosa conquista pela Evangelho; o termo cunhado para designar este fenômeno em nossos dias é “neo-paganismo”, que é a corrupção do cristianismo pela volta ao passado não cristão. O grande problema é que agora essa sociedade nunca mais será uma sociedade completamente pagã; ela terá traços superficiais de cristianismo, mas, no seu âmago, será radicalmente pagã. Infelizmente, o processo de apostasia que dá origem a este “paganismo cristianizado” pode ser muito rápido.

Os cristãos, “nascidos de novo em Cristo”, precisam estar atentos para esta realidade. Os chamados Protestantes e Evangélicos não têm dificuldades em reconhecer o paganismo do Catolicismo Romano. Entretanto, em geral, são incapazes de reconhecer o paganismo protestante ou evangélico; e este já é uma relidade antiga na Europa protestante, e um pouco mais recente na América do Norte e América Latina, especialmente no Brasil.

Ninguém faz parte da Igreja simplesmente porque faz parte de uma sociedade cristianizada. Somos parte da Igreja se somos membros de uma verdadeira igreja do Senhor Jesus Cristo. Alguém que havendo ouvido a pregação do Evangelho, entendeu e creu, não é parte da Igreja, se se recusar a obedecer a ordenança de Cristo de receber o batismo e tomar parte na comunhão em uma verdadeira igreja de Cristo (Mateus 28.18-20).

Aquele que crê em Jesus Cristo e é batizado (Atos 2.37-39) juntamente os filhos que não estão em idade capaz de recusar o batismo (Atos 16.14-15, 30-34) são membros da Igreja de Cristo, se pemanecem na comunhão em uma verdadeira igreja. Embora não tenhamos autoridade para separar a ordem de Crer, Ser Batizado e Tornar-se Membro da Igreja (além de significar purificação dos pecados – Atos 22.16, regeneração ou novo nascimento – Romanos 6.4; Tito 3.4-6, o batismo significa também tornar-se membro da Igreja – 1 Coríntios 12.13), é pelo Crer que o homem é salvo. Não é, de modo algum, por ser Batizado e Ser Membro de uma Igreja que alguém seja salvo, mas somente pela fé em Jesus Cristo.

Entretanto, alguém que, por mero comodismo e negligência pessoal, insatisfação (justificada ou não) com sua igreja, ou até mesmo por apostasia da igreja, passa a viver fora de uma fiel igreja de Jesus Cristo, este mesmo se coloca fora do lugar onde “o Senhor ordena a sua bênção e a vida para sempre” (Salmos 133), fora do governo pastoral da Igreja, cuja Cabeça ou Supremo Pastor é Cristo (Efésios 5.22-32), onde Deus distribuiu os dons que são inntrumentos da santificação ou aperfeiçoamento da Igreja (Efésios 4.1-16).

Assim como a Europa e América do Norte estão cheios de cristãos em igrejas apóstatas e cheios de cristãos fora de qualquer igreja; o Brasil também está se tornando um país assim. Portanto, o mundo ocidental é um mundo cristianizado, com uma Igreja que vem se tornando relativamente pequena.

Contudo, uma igreja pequena não é necessariamente uma igreja fraca. Uma igreja pode ser muito grande, e ser apóstata, morta. Uma igreja pequena, mas fiel, é uma igreja forte. Não é por meio de uma igreja forte numérica, econômica e politicamente que Deus faz progredir a sua obra redentiva no mundo e na história, mas por uma igreja fiel e seus membros, crentes fiéis (Juízes 7.1-7; 2 Crônicas 16.9).

Cristãos que estão, contra o mandato de Jesus Cristo, permanecendo em igrejas apóstatas ou simplemente abandonando igrejas enfraquecidas ou até doentes, se acomodando ou optando por viverem fora de uma fiel igreja do Senhor Jesus Cristo, talvez se surpreendam ao ler isto, mas estão se colocando ao lado de Satanás, lutando contra a Igreja de Jesus Cristo.

É bom ver que, tanto nos Estados Unidos como no Brasil (grandes nações cristianizadas), há um movimento, pequeno, porém, cada vez mais visível, de crestes que não estão se conformando à apostasia em suas igrejas, mas também não admitem estar fora de uma fiel igreja de Cristo. Estes estão buscando uma Reforma bíblica em suas igrejas, ou estão buscando igreja Reformadas, segundo as Escrituras.

Que estes crentes e estas igrejas que buscam a Reforma conforme (com a forma de) a Palavra de Deus sejam humildes e cheios de compaixão pelo povo de Deus na Terra; que estes não se tornem arrogantes, mas se tornem padrões de fidelidade doutrinária, amor e humildade, para que sejam instrumentos de Deus na promoção de Reforma e Reavivamento, em meio a este grande desafio que são as sociedades meramente cristianizadas, no caminho de volta a uma espécie de neo-paganismo cristianizado.

Uma fiel igreja de Cristo não é uma igreja perfeita, impecável, é uma igreja que diligentemente busca a perfeição e incansavelmente luta contra o pecado. Uma fiel igreja de Jesus Cristo é uma igreja que fielmente prega e ensina toda a Escritura Sagrada, e fielmente administra o Batismo e a Santa Ceia aos seus membros, o que não é possível sem a fiel disciplina cristã.

Ninguém se engane; cristãos fora de uma fiel igreja de Jesus Cristo estão em ignorante ou acintosa desobediência a Cristo (Hebreus 10.25). Podem até pensar que estão na Igreja de Cristo, quando na verdade são somente parte de uma declinante sociedade cristianizada.

Portanto, você leitor, se está em uma igreja apóstata saia dela, não perca seu tempo; a apostasia consumada é irreversível (Hebreus 6.4-8). Se você está em uma igreja em processo de afastamento da Palavra de Deus, trabalhe pela Reforma e ore por Reavivamento . Porém, jamais cogite da possibilidade de ficar fora de uma verdadeira igreja do Senhor Jesus Cristo; isto certamente seria destruidor para a sua vida espiritual e devastador para a sua família e as futuras gerações; porque é uma decisão absolutamente contrária ao ensino e ordenança de nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo.

 

 

 

Friday 6 July 2012

Quem Precisa do Culto?

Deus não precisa ser cultuado; Ele merece; Ele é digno de ser adorado, e Ele somente. Entretanto, se não o adoramos, Deus não perde nada. Ele nunca perde. Deus não sofre qualquer mudança. Se ignoramos a Sua vontade ou desobedecemos a Sua Lei, Deus não sofre qualquer prejuízo, ou o mínimo dano. Em qualquer cenário, Deus é sempre ou imutavelmente Onipotente e absolutamente Soberano. Podemos ver mais ou menos; podemos estar completamente cegos; porém, a glória de de Deus é infinita e eterna, inextinguível.
Entretanto, é o homem quem precisa do culto, isto é, do culto a Deus. O homem precisa cultuar a Deus, assim como ele precisa de ar para respirar, do alimento para comer e da água para beber, para enfim, viver. Assim como o homem precisa de atividades físicas para não atrofiar ou engordar excessivamente; o homem também precisa cultuar a Deus para não se sentir meramente um animal melhor dotado ou, ao contrário, um enfatuado enganado.
O homem precisa cultuar a Deus para não se sentir um inútil, sem sentido, sem propósito, para não se sentir comum, casual e marginal. Por outro lado, o homem precisa do culto a Deus também para não se sentir o centro do universo. O homem precisa do culto a Deus para saber que não é o rei, mas um principe, um servo e filho do Rei, que é Deus, e Ele somente. Este equilíbrio é absolutamente necessário para que o homem tenha uma presença e função construtivas no universo.
Foi por isto que, ainda na Semana da Criação, no sexto dia, depois de ter comunicado ao homem os mandatos (delegação ou autoridadade para exercer uma função ou ofício) da família e do trabalho, Deus também instituiu o culto, na santificação do sétimo dia de cada semana (Gênesis 1.27-2.3). A semana perfeita do homem, conforme o propósito de Deus na Criação, é servir a Deus durante seis dias no amoroso cuidado da família e na diligente execução do trabalho, e dedicar um dia prioritariamente ao culto a Deus. Precisamos entender que tal ordenança divina visa atender, não uma necessidade de Deus, ou promover, não o bem de Deus, mas atender à necessidade do homem, e promover o bem do próprio homem.
O homem não pode passar a sua vida, todos os seus dias, absorvido pelo cuidado da família e pela busca da excelência no trabalho. O homem precisa de um descanso; e o melhor descanso, o descanso renovador das forças físicas, intelectuais e espirituais, é o culto a Deus. E isto é tão importante que merece e exige a consagração de um dia inteiro, e a frequência de cada semana.
Note-se que o homem não se tornou necessitado do culto a Deus, após haver pecado; o homem foi criado necessitado do culto a Deus. O homem perfeito é necessitado do culto a Deus. Se o homem perfeito (antes de pecar) necessitava do culto a Deus, quão mais necessitado o homem se tornou do culto a Deus, depois de haver se tornado pecador? O culto a Deus é para o espírito do homem o que o ar, a água e o alimento são para o seu corpo, absolutamente vital.
O homem precisa cultuar o verdadeiro Deus; é somente este culto que atende à necessidade do homem e lhe faz bem. Entretanto, a tendência do homem é criar ídolos e cultuá-los. Qualquer coisa ou ser é indigno de ser adorado, exceto Deus, o único e verdadeiro Deus. A adoração de qualquer objeto, poder ou ser, exceto Deus, é danosa, degradante e mortal para o homem. O homem será menor do que aquilo a que ele adora. Como indicou o apóstolo Paulo, se homem adora as aves, ele é menor que as aves que voam; se adora aos quadrúpedes que andam, ele é menor que os quadrúpedes; se adora os répteis que rastejam, ele é inferior aos répteis (Romanos 1.18-27). Se o homem não adora a Deus (o único e verdadeiro Deus), ele não verá em sua própria existência um desígnio e propósito superiores aos dos animais.
O único e verdadeiro Deus é o Criador e Redentor. Como mencionou o apóstolo Paulo na passagem acima citada, o caráter ou atributo Criador de Deus é facilmente reconhecido através das “coisas que foram criadas” (Romanos 1.20). A Criação é mais estrondosa, visível, universal e simples mensagem de Deus ao homem. A principal mensagem da Criação é sobre o infinito e eterno poder de Deus (Romanos 1.19-20).
Contudo, a Criação não é a única manifestação (expressão, revelação, comunicação) de Deus ao homem; Deus falou e mandou escrever o que falou ao homem (2 Pedro 1.16-21). E é nesta expressão, revelação ou comunicação verbal de Deus que tomamos conhecimento de que o Deus Criador de infinito poder é também um Redentor de imensurável amor (João 3.16).
Quando o homem conhece e adora o único e verdadeiro Deus, o Criador de infinito ou eterno poder e Redentor de ilimitado amor, esse homem é erguido do pó (onde se encotram os vermes), e é assentado “nos lugares celestiais” (Efésios 2.4-6). O homem que cultua o único e verdadeiro Deus, comparado o Deus de infinito poder e imensurável amor, é simplesmente um humilde servo Deus, mas compado às demais criaturas, é somente um “pouco menor do Deus”, um servo-príncipe de Deus no meio da Criação (Salmos 8). Se cultuamos a Deus, ou não, Deus não muda; Ele não cresce nem diminui. Nós, porém, quando conhecemos e passamos a cultuar o Deus único e verdadeiro, somos transformados de simples vermes em príncipes de Deus.
Depois de conhecer o único e verdadeiro Deus, o homem precisa saber do único e verdadeiro culto. O culto a Deus não depende de um lugar, não é um cerimonial complexo e pomposo, não uma experiência de satisfação do paladar, olfato, audição ou visão, nem é uma experiência êxtatica ou mística em que a consciência e a razão são suprimidas; o culto é o encontro espiritual e verdadeiro (João 4.23-24), entre o servo amado e o Senhor amantíssimo. Este encontro não é mudo, mas expressivo e comunicativo, em que as palavras fluem. Deus fala e o homem responde; a Palavra de Deus é lida ou pregada e o homem responde em orações (e, ou cânticos).
Conforme aprendemos pela própria Palavra de Deus, as Escrituras Sagradas, cultuamos a Deus em três situações ou formas gerais: congregacional (Hebreus 10.24-25), familiar (Deuteronômio 6.4-9) e particularmente (Josué 1.8); e em todas estas três situações o culto a Deus é um encontro que resulta e se expressa em palavras inteligíveis (1 Coríntios 14.1-19): a Palavra de Deus é lida e pregada ou ensinada ao homem; e o homem responde a Deus com orações. Estas três formas de culto não são opções, não devemos escolher uma e negligenciar as outras. Se queremos desenvolver todo o potencial recebido de Deus, nosso Criador e Redentor, precisamos cultuar a Deus nestas três formas.
Por fim, é importante ressaltar que o homem não pode cultuar a Deus sem a intermediação de Jesus Cristo. Pela Palavra de Deus, tomamos também o conhecimento de que Deus é um Único Ser Triúno (o Pai, o Filho, e o Espírito Santo). No conselho do Deus Triúno, é o Filho quem comunica ao homem a luz (conhecimento de Deus) e a vida (eterna comunhão com Deus) (João 1.1-4). Como o homem se tornou pecador (transgressor da Justiça), para comunicar ao homem o conhecimento de Deus e o colocar em eterna comunhão com Deus, o Filho, também assumiu a natureza humana, e compareceu perante o juízo de Deus, em lugar do homem, morreu na cruz e ressuscitou ao terceiro dia, para a justificação de todo o pecador que nÊle crê (Romanos 4.24-5.1).
Nossa existência é incompleta sem o culto a Deus. Sem Jesus Cristo, jamais poderíamos cultuar a Deus; porém, em Cristo nós realmente nos tornamos verdadeiros cultuadores de Deus (1 Pedro 2.4-5).
Sem cultuar a Deus, o homem mais rico, inteligente e respeitado, será o mais infeliz, ainda que esta seja a última constatação de sua existência. O homem mais pobre, simples e desprezado é completo, e é eterno, se cultua a Deus.

Monday 18 June 2012

Igreja, Família e Entretenimentos

O que é a igreja? Com toda a certeza, não é simplesmente uma associação de pessoas unidas pela fé comum em Cristo Jesus, é também uma associação de famílias unidas pela fé comum em Jesus. A igreja é uma comunidade que ainda tem relações com a presente ordem que passará, mas já antecipa a vida na ordem que virá. A fundamental diferença da presente ordem em relação à futura é a ausência do pecado, na que virá. Portanto, entre outras coisas a igreja se esforça por antecipar esta vida santa, desde já. É portanto, mais desafiante proceder de forma santa em associações com os que estão fora da igreja, pela ausência (entre as pessoas envolvidas) de um acordo sobre o dever e a vontade de agir conforme a santa lei de Deus. Por exemplo, uma festa entre membros da igreja do Senhor é provavel e desejavelmente mais santa que uma festa entre membros de qualquer comunidade que não reconheça a autoridade da Palavra de Deus.

Quando lemos o livro de Atos ou as cartas do Novo Testamento, percebemos que o foco dos seus autores é a organização da igreja em seus aspectos esenciais como culto, doutrina, diaconia, disciplina, evangelização e os oficiais que supevisionam tudo isso. Precisamos considerar a singular e permanente natureza da igreja, enquanto comunhão ou comunidade, e também reconhecer que a igreja está vivendo um estado provisório. Algumas coisas são absolutamente essenciais à igreja por sua natureza, e outras são urgentes por seu atual estado provisório. Algumas coisas somente a igreja faz, como o culto, a doutrinação e a evangelização. Em outras atividades, a igreja não está sozinha, mas outras organizações também realizam; como disciplina, que a família e o Estado também fazem; o atendimento a necessidades de alimento roupa e abrigo que várias organizações governamentais não governamentais também fazem. Socorrer um enfermo é mais ugente do que organizar uma atividade esportiva, a igreja não pode ignorar isto.

Por estas razões, entendemos que não é característica esencial e urgente da igreja  promover entretenimento para os seus membros. A igreja (comunidade cristã) deve estabelecer sabiamente as suas prioridades. Por outro lado, nós somos naturalmente ativos em promover entretenimento. Mesmo que a igreja nunca se envolva diretamente na promoção de entretenimento, ele sempre haverá. Ele é parte natural da vida, é parte da cultura de um povo. Famílias promovem festas de casamento e aniversário, batismo, formatura, Natal, Ano Novo etc. O entretenimento geralmente só é ameaçado em face de doença, catástrofes e guerras. Além disso, o entretenimento se tornou um grande negócio. Por tudo isto, o que não falta é entretenimento, inclusive bom entretenimento, embora este seja mais raro.

Creio, entretanto, que é função da igreja exortar seus membros a que guardem a santidade devida ao povo entre o qual Deus habita. Com certeza, este povo pode se conservar santo comendo e bebendo, cantando e dançando (Jr 31.1-14). Porém, devemos tomar muito cuidado, pois facilmente cruzamos o limite da santidade, especialmente fazendo estas coisas.

Parece que a única atividade recreativa que fazia parte da “agenda oficial” da igreja era uma refeição comunitária, associada ao culto (At 2.42-47). Creio que uma boa razão para não incluir na “agenda oficial” outros tipos de recreação como esportes e danças é a facilidade com que tais atividades entram em choque com o padrão de vida da igreja.

Um dos maiores problemas que enfrentamos hoje é o tipo de segregação por faixas etárias, que parece ter se estabelecido definitivamente na sociedade. A família definitivamente perdeu seu valor na sociedade secular; e, a julgar pelo que vemos, poderá vir a ser até algo completamente odiado. A igreja está vagarosamente absorvendo esta tendência. Ela já está bem segregada por faixas etárias. Antes somente os jovens formavam um grupo à parte, depois vieram as turmas de adolescentes, e agora já se vê também uma turma de pré-adolescentes que, até durante os cultos, ocupam setores distintos no templo.

Um dos mais importantes efeitos desta segregação é o distancianmento entre pais e filhos; e quando os filhos se divertem separados de seus pais, seus riscos de danos físicos, piscológicos, morais e espirituais aumentam; o que é verdade não somente para as crianças, mas para os adolescentes e jovens também.

Infelizmente, por diversos fatores, o papel e o devido respeito aos pais como os primeiros educadores estão cada vez mais desvalorizados, inclusive na igreja. Os jovens são excessivamente autônomos e não valorizam nem a experiência de seus pais. Mas, o professor liberal é idolatrado.

O atual perverso e predominante modelo social que está dominando as nações não tem qualquer interesse na preservação e fortalecimento da família tradicional, pai e mãe csados e seus filhos. Este novo modelo quer eliminar a figura do pai e da mãe, porque ele quer o domínio direto das crianças e jovens. A igreja não pode permitir este enfraquecimento da família. A igreja não pode perder esta parceira instituída por Deus na criação.

Este modelo segregador por idade é fatal, porque ele enfraquece as famílias, enquanto fortalece os mais variados bandos. Quem não sabe que as atividades familiares, que agregam adultos jovens e crianças, são mais seguras em todos os sentidos, especialmente em se tratando de entretenimentos de forma geral?

A igreja não pode perder o seu foco, não pode se desviar de seu alvo; ela precisa priorizar o culto a Deus, a doutrinação de seus membros, a assistência das necessidades básicas e imediatas dos seus membros e a evangelização do mundo. Em sua pregação e prática a igreja precisa fortalecer a família para que esta cumpra sua vital função na educação e disciplina que promova a santidade dos seus membros, especialmente das crianças e jovens.

A igreja não precisa promover entretenimento para os seus membros, mas deve instruir, encorajar e apoiar a familia na escolha, planejamento e execução de entretenimentos que concorram para a santificação do povo de Deus, para que a sociedade veja as boas obras da igreja e glorifique a Deus (Mateus 5.16).

Tuesday 22 May 2012

POR QUE A BÍBLIA É TÃO RELEVANTE?

Razões para Estudar a Bíblia:

1.       Ela e um conjunto de livros; e como tal, embora a leitura de um dos livros ou até de uma pequena parte de um livro seja proveitosa, o mais profundo e geral conhecimento da Bíblia é desejável e tornará muito mais proveitosa a leitura de cada uma de suas partes (2 Timóteo 3.1-17).

2.       Este conjunto de livros se apresenta como a revelação de Deus aos homens. Embora existam outras comunicações orais ou escritas que também se apresentam como revelações divinas, o conjunta da Bíblia é único por sua consistência e unidade interna e por sua doutrina da salvação (reconciliação com Deus) não encontrada em qualquer religião ou filosofia (1 Pedro 1.16-21).

A Biblia É a Revelação  de Deus sobre Si mesmo e sobre a Sua Relação com os Homens:

1.       Por Seu poder Deus criou e governa a Criação para que nela e através dela se manifeste a glória de Deus (Salmos 19.1).

2.       Por sua vontade soberana Deus criou o Homem à sua semelhança, lhe deu poder ou autoridade sobre a Criação, e, por sua justiça também o fez moralmente responsável, ou seja subordinado o Homem à Sua Lei (Salmos 8).

3.       O Homem se tornou rebelde e opositor à soberania e propósito de Deus na Criaçao (Eclesiastes 7.29).

4.       Por sua bondade, Deus não abandonou a Criação ao poder do Homem rebelado; e fêz o Homem saber que por seus pecados (tragressões da Lei de Deus) estava condenado à morte (Romanos 5.12).

5.       Por seu amor e misericórdia, Deus também não abandonou o Homem em sua rebeldia e oposição, mas o fez conhecer Sua misericórdia e perdão, oferecendo ao Homem a reconciliação e chamando-o de volta ao reconhecimento e serviço de condução de seu propósito – a glória de Deus (Isaías 1.18-20).

6.       Esta Redenção do Homem requereu a encarnação do Filho de Deus, isto é do Unigênito de Deus (João 1.1,14); porque Deus é um Ser único, porém tripessoal (2 Coríntios 13.13). Jesus Cristo – Unigênito de Deus, além de assumir a naturezam humana, sem contudo haver jamais cometido pecado (Hebreus 4.15), morreu em lugar dos pecadores (Filipenses 2.5-11). Ele porém ressuscitou dando a prova final de que por Ele (e por Ele somente) o homem é individualmente reconciliado com Deus (Romanos 4.24-5.1); reconciliado com Deus, o homem, com Cristo e como Cristo, é um vencedor da morte e participa da grande obra de Deus que é a Redenção do homem e de toda a Criação que lhe havia sido subordinada (Romanos 6.1-13).

7.       Tudo o que Deus requer do homem individualmente para este receba o perdão, reconciliação e a vitória sobre a morte, é o arrependimento dos pecados e a fé em Jesus Cristo (Marcos 1.14-15).

8.        Uma vez reconciliados com Deus, Deus quer que homens e mulheres vivam como Seus filhos:

a.       Que vivam em comunhão com Deus, servindo-o (conforme Sua santa Lei) e desfrutando de sua infinita graça e bondade (Romanos 12.1-12);

b.      Que ingressem em uma de suas verdadeiras igrejas (porque existem falsas) e viva em comunhão com outros filhos de Deus, na adoração a Deus e no cuidado para com os irmãos (Atos 2.42-47; Hebreus 10.25);

c.       Que promovam diante de todos os homens e mulheres o nome do único Salvador do Homem, Jesus Cristo (Mateus 28.18-20).

d.      Que vivam cada dia para a glória de Deus, no trabalho, estudo, casamento, geração e educação dos filhos, descanso, e confie em Deus em todos os momentos difíceis, na constante espera da volta de Jesus Cristo para a completa redenção da Criação, formando Novos Céus e Nova Terra (1 Coríntios 10.31).

A Bíbila não é Complicada (difícil):
1.       Espírito Santo (porque, como já mencionado, Deus é um Ser único, porém tripessoal) nos ilumina no entendimento da Bíblia (João 16.7-13).

2.       O Espírito Santo nos dá a vontade e a capacidade de obedecer e servir a Deus (Ezequiel 36.26-27).

3.       A Bíblia se explica por ela mesma. Sendo uma coleção de livros, os ensinos bíblicos estão presentes em diferentes livros ou partes de um livro, de modo que o correto entendimento ou ensino pode ser verificado e aperfeiçoado pela prática da comparação entre as diversas partes das Escrituras (Atos 8.35; 17.11; 18.28).

4.       A chave do entendimento das Escrituras é o conhecimento de que a revelação de Jesus Cristo como o único completo Salvador dos homens é o grande propósito das Escrituras (João 5.39).