Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria

Saturday 11 December 2021

Bíblia - Atualização ou Interpretação?

O grande desafio à Igreja hoje não é preservar ou recuperar a originalidade das Escrituras Sagradas. O grande desafio é interpretá-la corretamente, compreendê-la, para não fazer proposições falaciosas, já provadas pelas próprias Escrituras como ineficazes.

No Antigo Testamento, isto é, da perspectiva autor e leitor (ouvinte), a Igreja está restrita à descendência física de Israel (Jacó). Durante o Cativeiro Egípcio, vivendo à sombra de uma poderosa monarquia, a Igreja de Israel cresceu e ultrapassou a condição de uma única família, tornando-se uma grande nação. Durante séculos, constituida de doze tribos, Israel sobreviveu como uma nação de “governo patriarcal e tribal”.

A partir de Moisés e Josué, esta Igreja de Israel é organizada como uma nação de Governo (Estado) Civil e Religioso, e se estabelece em um território. A Lei de Moisés é a Lei deste Estado ou Governo Civil e Religioso.

A Lei de Moisés é um Regulamento/Estatuto Moral-Penal-Cerimonial (Civil-Penal-Religioso). Este regulamento foi “adotado” por Israel em uma Aliança com Deus, tendo Moisés como o mediador (intermediário) entre Deus e a nação de Israel. Note-se que este estatuto somente foi dado a Israel varios séculos depois do chamado da descendência de Abraão-Isaque-Israel para ser uma benção para todas as nações (Gênesis 12.1-3). A descendência de Abraão-Isaque-Israel foi chamada, não por méritos morais, mas pela graça de Deus que não se limita a Israel. Abraão e sua “descendência espiritual”, seja ela israelita ou não, são justificados somente pela fé (Gênesis 15.1-6; Romanos 4.1-5; Gálatas 3.6-9).

Abraão e sua descendência física não possuía um pedigree moral superior ao de seus contemporâneos. E isto fica patente nas páginas do Antigo Testamento. Desde Abraão, os pecados desta geração, em certo sentido, eram impedimentos para que ela fosse luz e bênção para as nações. As trapaças de Jacó parecem inocentes, comparadas à  maldade e violência de seus filhos.

É neste contexto provido pelo Pentateuco (os cinco livros da Lei de Moisés) que a Lei foi estabelecida em Israel. O que parece ser o último recurso para santificar Israel para a grande missão a que foi chamada por Deus, ficará inequivocamente provado ser completo fracasso. A Lei não santificou Israel, ao contrário, “avultou a ofensa” e “abundou o pecado” (Romanos 5.20-21)

A Lei de Moisés, especialmente em seus aspectos Civil e Penal tinha semelhanças e diferenças com outros Códigos Legais da antiguidade, como o conhecido Código de Hamurabe. Porém, é geralmente admitido que a Lei Civil e Penal de Moisés era melhor, comparada às de alguns outros povos.

Contudo, a Lei de Moisés é limitada, e tornou-se obsoleta, não somente em seu aspecto Cerimonial (Religioso), mas também em seus aspectos Civil e Penal. Por exemplo, no aspecto Civil ela admite e regulamenta a escravatura. Além disso, há mais de dois mil anos, Jesus demonstrou a caducidade da Lei Penal de Moisés no dia em que lhe apresentaram uma mulher surpreendida em adultério (João 8.1-11).

Entretanto, o Antigo Testamento não é somente Lei, é também História, e História também em Salmos e Profecias. A História de Israel é testemunho do fracasso de toda e qualquer regulamentação moral, penal e religiosa. O Antigo Testamento é o registro histórico do fracasso do homem, tanto no Governo Civil quanto no Governo Religioso, do fracasso do Estado e da Religião. Milênios se passaram, o conhecimento multiplicou-se extraordinariamente; e o Estado e a Religião continuam fracassando, e frustrando a humanidade.

Felizmente, o Antigo Testamento não é somente história do fracasso do homem. A História de Israel aponta para o futuro, e firma uma grande esperança, o Reino de Deus na vinda do Messias/Cristo.

No Novo Testamento a Igreja nasce separada do falido Estado/Governo Civil e Religioso de Israel. Diferentemente de Israel, a Igreja da Nova Aliança:

§  Não tem qualquer relação formal com o Governo Civil e Religioso de Israel (Judeu)

§  Não recebeu um Regulamento Moral-Penal-Cerimonial (escrito)

A Igreja recebeu as Escrituras Sagradas, que contém o Regulamento Moral-Penal-Cerimonial de Israel. Porém, as Escrituras Sagradas não são essencialmente um regulamento Moral-Penal-Cerimonial. Elas estão muito acima disto. Elas são a História e o Conhecimento da Redenção, escrita por profetas escolhidos por Deus, e inspirados pelo Espírito Santo (2 Timóteo 3.14-17; 2 Pedro 1.16-21).

A Igreja da Nova Aliança tem a Lei de Deus escrita/gravada na mente e coração dos homens e mulheres regenerados (Hebreus 8.6-13).

A Igreja da Nova Aliança não tem um território, como Abraão, seu pai na fé, ela tem uma promessa: Novos Céus e Nova Terra. Enquanto espera, ela se reúne em diversas congregações entre as nações.

A Igreja da Nova Aliança nasceu separada do Reino dos Judeus e separada do Império Romano, e assim deve permanecer em relação a qualquer Governo humano.

A Igreja da Nova Aliança foi enviada às nações para anunciar o Evangelho do Reino (de Deus/dos Céus). Em qualquer nação, os que ouvindo o Evangelho, se arrependem de seus pecados e creem em Jesus como o Salvador e Senhor, tornam-se membros da Igreja e cidadãos do Reino de Deus. É na Igreja da Nova Aliança que a promessa de Deus em fazer da descendência de Abraão uma benção para todas as famílias e nações têm o seu pleno cumprimento.

A Igreja da Nova Aliança é o Reino de Deus, e sua missão é conquistar as nações, por meio da pregação do Evangelho, expandindo e construindo o Reino de Deus.

O Reino de Deus não declara guerra governos das nações, e nem se alia a eles. A Igreja da Nova Aliança não pode perder o foco nos interesses do Reino de Deus, desviando-o para o Governo do Homem. Desde o começo da História, o Governo do Homem constrói Babel, Babilônias, e assim será até o final, até a última e Grande Babilônia. Porém, a Igreja está envolvida, de corpo e alma, na expansão e construção do Reino de Deus.

O Reino de Deus (dos Céus), inaugurado na vinda de Cristo, co-existirá com os reinos das nações, até a volta de Cristo. O Reino dos Céus não competirá, nem sabotará os reinos das nações. Entretanto, o Reino de Deus será continuamente uma antítese aos reinos deste mundo (dos homens); e, somente assim será o “sal da terra” e “luz do mundo” (Mateus 5.14-16).

A Igreja da Nova Aliança/Igreja de Cristo não pode se iludir com a ideia de uma “monarquia cristã” ou de uma “democracia cristã”. A Igreja tem, nas Escrituras Sagradas, o testemunho escrito da falência da Igreja provisória da Antiga Aliança.

O Reino de Deus não tem aparência visível. Isto é, ele não tem aparência visível de Reino. Ele é a Igreja da Nova Aliança, e ela:

§  não tem território (posses materiais, poder financeiro)

§  seu Cabeça/Governante é Jesus Cristo (que agora governa do Céu),

§  Seu poder de persuasão, convencimento e congregação é o Espírito Santo (que nela habita invisivelmente),

§  sua Lei é a Lei do Amor (Mateus 22.34-40; Romanos 13.8-10)

É assim que a Igreja tem conquistado o mundo, e transformado indivíduos, famílias e nações. E isto acontece, “não por força ou violência, mas pelo Espírito” (Zacarias 4.6), não pela espada, exceto a espada do Espírito, a Palavra de Deus, o Evangelho (Hebreus 4.12). A Igreja avança, não pelo poder da “lei do pecado e da morte”, exceto pela “lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus (Romanos 8.1-11).

Não é função da Igreja da Nova Aliança propor ou sugerir às nações que adotem a Lei de Moisés, no todo ou em partes, mas simplesmente anunciar o Evangelho da Graça.

Voltando à pergunta inicial, a Bíblia precisa ser atualizada ou devidamente interpretada? A palavra atualização é ambígua, pode significar correção, e até censura. Graças a Deus, o Texto Original está muito bem preservado. Porém, o que parece estar faltando em muitos púlpitos e escolas é a fiel e inteligente interpretação das Escrituras Sagradas, sob a iluminação do Espírito Santo.

Saturday 31 August 2019

Um Louco que Pensava ser Deus, ou simplesmente Emanuel?

Quem foi Jesus? O complemento “Cristo” significa que ele foi identificado como o Messias, aguardado e proclamado no mundo, especialmente entre os judeus, e por meio deles.
Porém, havia algo a respeito de Jesus que até os judeus achavam difícil de admitir: a divindade de Jesus. Não era inaceitável que Jesus fosse um profeta (um homem que fala em nome de Deus), ou até mesmo o próprio Messias, o grande libertador de Israel, e grande Rei das nações.
Entretanto, Jesus, além de identificar-se como o Messias (Cristo), também afirmava e confirmava a sua essência divina:
  • Ele aceitava adoração (Mateus 8.2; 9.18; 14.33; 15.25; 28.9,17).
  • Ele afirmou ser o “Senhor do Sábado” (Marcos 2.28).
  • Ele confirmou a exclusiva autoridade de Deus para perdoar pecados, e exerceu tal autoridade (Lucas 5.20-26).
  • Ele explicitamente declarou ser Deus, ao dizer: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.” (João 8:58) https://www.bible.com/1608/jhn.8.58.ara”
Discípulos e Apóstolos creram e declararam a divindade de Jesus:
  • Tomé, depois de duvidar da ressurreição de Jesus disse-lhe: “Senhor meu e Deus meu!” (João 20:28https://www.bible.com/1608/jhn.20.28.ara”
  • Tiago e Judas, meio-irmãos de Jesus, que a princípio podem até ter pensado que Jesus estivesse louco (Marcos 3.21; João 7.5), depois creram e declararam a divindade de Jesus, referindo-se a Ele como o Senhor (Tiago 2.1; Judas 4)
  • Pedro que, próximo à crucificação de Jesus, o negara, depois afirmou: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor.” (2 Pedro 1:1-2https://www.bible.com/1608/2pe.1.1-2.ara
  • Paulo, que aparece como duro perseguidor da fé cristã, também afirmou posteriormente: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2:9-11https://www.bible.com/1608/php.2.9-11.ara
Se Jesus foi um louco que pensava ser Deus, como teria ele conseguido enganar tantas pessoas? Ele não dizia ser somente um enviado de Deus. Ele afirmava ser Deus, e os que nele creram, creram e testificaram que Jesus é Deus encarnado, em carne, corpo ou natureza humana.
Entre estes que creram e confessaram a divindade de Jesus havia incrédulos como Tomé, havia irmãos que conheciam Jesus na intimidade da família, e, não poucos, especialmente entre os Apóstolos, que enfrentaram a morte por causa de sua fé em Jesus, como Pedro e Paulo.
Ao considerar sobre a divindade de Jesus, em primeiro lugar é preciso perceber que muitos judeus que esperavam o Messias (seu salvador, redentor ou libertador), erraram em não perceber que este não poderia ser um mero homem.
Em sua história, Israelitas e Judeus já haviam tido muitos libertadores, como Moisés, Josué, varios juízes, até o grande rei Davi. Porém, nenhum deles trouxe uma libertação perene e eterna; e todos eles, apesar de seus feito heróicos, tinham suas próprias fraquezas.
A Bíblia, ao mesmo tempo em que registra a história desta sucessão de heróis, seus feitos e fraquezas, cria e sustenta a esperança de um libertador único e definitivo. Este salvará, não somente Israel, mas igualmente todas as nações, da condição (ou maldição) de viverem alienadas de Deus, estabelecendo o Reino de Deus, na Terra.
A alienação (separação) de Deus não é uma condição original, ela foi causada pela pela insatisfação do homem em relação à soberania de Deus. O homem desejou a liberdade de conhecer o mal. Porém, ao conhecer o mal, o mal passou a fazer parte, e tornou-se a característica dominante da natureza do homem (Gênesis 2.15-17). O homem tornou-se um pecador, transgressor da lei e da justiça (1 João 3.4), um inimigo do bem, e inimigo de Deus (Romanos 3.10-12).
O Messias é um libertador cósmico, universal. Ele deve ser maior que a totalidade da Criação. Ele é o vencedor do mal que transtornou e dominou a Criação, como revela o primeiro anúncio relativo ao Redentor: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3:15) https://www.bible.com/1608/gen.3.15.ara
O descendente da mulher é o Messias, o inimigo (tipificado por uma serpente) é o ser que incitou o homem à rebelião contra Deus. O inimigo haveria de ferir o Messias no calcanhar. Porém, o Messias esmaga a cabeça do inimigo, também tipificado por um dragão (Apocalipse 20.2).
É evidente, tanto pela história quanto pela razão, que este libertador (salvador, redentor), o Cristo ou Messias, não poderia ser um mero homem.
A Bíblia, no Antigo Testamento, a seção caracterizada como a Promessa (do Messias), dá varios indícios da coexistência das naturezas divina e humana na pessoa única do Salvador:

  • “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.” (Isaías 7:14https://www.bible.com/1608/isa.7.14.ara
  • “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” (Isaías 9:6-7) https://www.bible.com/1608/isa.9.6-7.ara
  • “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.” (Daniel 7:13-14) https://www.bible.com/1608/dan.7.13-14.ara
  • “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” (Miqueias 5:2https://www.bible.com/1608/mic.5.2.ara
O Novo Testamento, a seção da Bíblia caracterizada como o Cumprimento (da promessa relativa ao Messias), além de registrar as próprias declarações de Jesus e dos que nele creram (algumas já mencionadas), claramente afirmam a coexistência das naturezas divina e humana na pessoa de Jesus Cristo:

  • “Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).” (Mateus 1:20-23) https://www.bible.com/1608/mat.1.20-23.ara
  • “Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim. Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum? Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.” (Lucas 1:30-35 ) https://www.bible.com/1608/luk.1.30-35.ara
  • “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:1-3,14) https://www.bible.com/1608/jhn.1.1-3,14.ara
Que o Messias ou Cristo é tanto Deus quanto homem (em uma só pessoa), a Bíblia deixa absolutamente claro.
Então, resta ainda alguma dúvida de que Jesus é o Messias, o grande e único Salvador do mundo? Contudo, há ainda lugar para uma pergunta, cuja resposta deve ser absolutamente conclusiva: Jesus venceu o mal e estabeleceu o Reino de Deus entre os homens? Enfaticamente, sim, Ele venceu o mal e estabeleceu o Reino de Deus entre os homens:

  • Jesus jamais errou, falhou ou pecou (João 19.28-30; 1 Pedro 2.22).
  • Jesus, como estava previsto, morreu em favor de pecadores. Ele definitivamente reconciliou pecadores com Deus (Romanos 3.21-26; 4.24-51).
  • Jesus venceu a morte, ressuscitando em glória (Atos 1.1-3-11).
  • Jesus deixou entre as nações a sua Igreja que continuará crescendo, conquistando as nações para a fé em Jesus, até a sua volta (Mateus 16.17-18; 28.18-20; Apocalipse 5.9-10).
Ninguém deveria desconhecer ou deliberadamente ignorar Jesus. Ele é o grande Emanuel, Deus conosco, agora, e para sempre.
A propósito, se alguém ainda perguntar: É a Bíblia a única fonte de informação sobre Jesus? Sim, ela é a única fonte de conhecimento a respeito de Jesus Cristo, e fonte absolutamente confiável.
Você já leu a Bíblia como a fonte de consulta sobre Jesus? Se não, experimente fazê-lo. Você poderá constatar que a Bíblia não é um livro (conjunto de livros) de “ajuda religiosa”, mas a “história da redenção”, registrada por homens que estiveram sob a direção do Espírito de Deus (2 Pedro 1.16-21).
Entretanto, não deixe de orar, pedindo que o mesmo Espírito o ajude a tirar o melhor proveito da consulta às Escrituras Sagradas, ou seja, o convencimento de que Jesus é o Cristo, nosso único e grande Redentor.
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Friday 3 May 2019

O que Você mais Deseja da parte de Deus?



O que você mais deseja da parte de Deus: saúde, emprego, um lugar para morar, solução de seus problemas e superação de suas limitações, ou simplesmente o “pão de cada dia”? Por mais lícitas e razoáveis que sejam estas expectativas, se são estas as suas, em relação a Deus, e são estes os assuntos dominantes de suas orações, então, sua religiosidade, piedade ou até cristianismo são completamente equivocados, e sua fé é inútil.

Tal fé é inútil porque não é a fé que nos reconcilia com Deus (Romanos 5.1). Aliás, tal fé pode até agravar nossa alienação de Deus, se nos faz pensar que estamos bem com Deus, na medida em estamos vivendo confortavelmente. A fé salvadora é aquela que nos reconcilia com Deus, e que é exercida a partir do desejo de conhecimento, comunhão e submissão a Deus.

A fé salvadora, muito mais do que simplesmente reconhecer nossa necessidade da ajuda de Deus, nos faz reconhecer nossa necessidade da misericórdia de Deus em perdoar nossa ignorância, inimizade e rebeldia contra Ele.

As primeiras e maiores dádivas que podemos receber de Deus são o conhecimento dEle, entrar e viver em relacionamento com Ele, e o privilégio de lhe servir. Se o que você realmente mais deseja de Deus é o Seu conhecimento, relacionamento com Ele, e a Ele dedicar ou consagrar-se inteiramente, tenha certeza de que seus anseios serão plenamente satisfeitos por meio de Jesus Cristo (João 14.6).

Ninguém, absolutamente ninguém, é reconciliado e torna-se amigo e servo de Deus pedindo e recebendo a cura de uma enfermidade ou qualquer outro benefício temporal ou material, mas pedindo e recebendo o perdão dos pecados, mediante a intercessão de Jesus Cristo (João 1.29; 15.12-15).

Ninguém é reconhecido como discípulo de Jesus Cristo obtendo grandes benefícios por orar em seu nome, ou realizando grandes obras em seu nome (Mateus 7.15-23). O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele em que, em virtude do conhecimento e amizade com Deus, fica evidente que já não é ele quem vive, mas é Cristo quem nele vive (Gálatas 2.20).

Muito mais do que qualquer outra coisa, Deus quer lhe dar a vida eterna; e a vida eterna é o conhecimento de Deus e a inquebrável comunhão com Ele, em (por meio de) Jesus Cristo (João 17.1-3; 24-26).

De tudo o que você vier a receber de Deus somente estas você manterá consigo e delas desfrutará nos momentos mais difíceis de sua vida, inclusive após a morte, eternamente: o conhecimento, a amizade e a sua completa entrega a Deus.

Friday 5 April 2019

O Culto a Deus II


Em artigo intitulado “Criados e Redimidos para o Culto a Deus” vimos que o culto (consagração e adoração) a Deus é o mais característico aspecto da relação do homem com Deus. Deus é digno deste culto; e o homem, além de poder encontrar nele o maior prazer e satisfação de sua vida, precisa dele; isto é, o homem precisa cultuar a Deus para recuperar, manter e desenvolver-se como ser criado à imagem e semelhança de Deus.

Também indicamos, naquele artigo, que a Igreja pode ser vista como “uma comunhão de pessoas caracterizada por um centralizador relacionamento com Deus; relacionamento este que se manifesta especialmente através da comunhão, dedicação, serviço e adoração a Deus, enfim, no culto a Deus”. Seja em seu aspecto universal ou seja em seu aspecto limitado a uma congregação (igreja) local, a Igreja é uma comunidade adoradora do único e verdadeiro Deus.

Ainda, no artigo mencionado acima, enfatizamos que é em Jesus Cristo que o propósito do relacionamento entre Deus e o homem se realiza; pois, é em Jesus Cristo que o relacionamento quebrado (por causa do pecado do homem) é restaurado; e, homens e mulheres de todas as nações tornam-se uma grandiosa e universal família de Deus (Efésios 2.11-22) - família de cultuadores a Deus.

Portanto, a Igreja, como resultado desta obra redentiva de Jesus, é principalmente uma comunhão ou comunidade de relacionamento ou culto a Deus.

Entretanto, a vida e morte de Jesus Cristo, além de reconciliarem com Deus os pecadores que se arrependem e creem, constituem-se no mais perfeito exemplo de como a Igreja cultua a Deus - oferecendo-se completamente a Deus, na vida, até a morte, como fez Jesus de modo absolutamente perfeito.

A Carta de Paulo aos Romanos, na seção que compreende os capítulos 12-15, trata da vida diária e prática dos crentes, da vida comum, do dia-a-dia da igreja. Esta seção começa com a seguinte exortação: Rogo-vos, pois irmãos... que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12.1).

Neste versículo, Paulo usa a ideia do antigo e simbólico (e ultrapassado) culto a Deus na forma do oferecimento, dedicação ou sacrifício de um animal. O primeiro destes sacrifícios oferecidos pelo homem foi feito por Abel (filho de Adão) e caracterizado como uma oferta “das primícias do seu rebanho” (Gênesis 4.4). Esta forma de culto também foi realizada pelo patriarca da humanidade, Noé (Gênesis 8.20-21); e por Abraão, patriarca de Israel (Gênesis 15).

A nação de Israel, ainda no Egito, mas prestes a deixá-lo, também cultuou a Deus por meio do sacrifício de cordeiros (Êxodo 12). A observância deste dia tornou-se uma prática anual, chamada Páscoa.

Israel ainda peregrinava no deserto, quando Deus ordenou que fosse feito um tabernáculo, como símbolo de sua habitação entre o povo de Israel (Êxodo 25.8). O Tabernáculo ficava em lugar central, entre as tribos de Israel; ali era o lugar onde as famílias de Israel deveriam oferecer seus sacrifícios a Deus. Isto também significava a centralidade da relação com Deus e do culto na vida da nação de Israel.

Esses sacrifícios, implicavam principalmente na morte do animal e sua consumação completa. Na oferta que era chamada “holocausto”, a oferta era totalmente queimada no altar. Em outras ofertas, além da parte queimada em um altar, tanto os sacerdotes como os ofertantes comiam parte da oferta.

Esses sacrifícios, acima de tudo, significavam o culto ou oferta perfeita de Jesus, em todo o seu estado de servo humilde, tanto na vida (após seu nascimento ou encarnação) quanto na morte. Esta oferta de Jesus, a única que honrou e agradou plenamente a Deus, é também creditada por Deus em favor dos pecadores arrependidos que creem nele; e assim, Deus os justifica, reconciliando-os consigo mesmo (Hebreus 7.22-28).

Por consequência e razão óbvia (a unidade entre Jesus e os que nele creem), os mesmos sacrifícios também significavam a oferta (culto) que esses pecadores (então justificados pela fé) faziam (no passado) e fazem (hoje) de si mesmos a Deus, seguindo a oferta perfeita de Jesus (1 Pedro 2.1-8).

A nação de Israel, no passado, tipificava a Igreja de todas as nações, hoje. Assim como, conforme o significado dos sacrifícios, Israel deveria ser uma “nação santa” (Êxodo 19.5-6); a Igreja, composta de diversas nacionalidades, é “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus...” (1 Pedro 2.9).

Considerando que, mais do que meramente apresentar ou simbolizar um culto, devemos ser um culto, um “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Romanos 12.1); precisamos corrigir certas falsas ideias relacionados ao culto:

1. A falsa ideia de que cultuamos a Deus direta e isoladamente - Somente cultuamos a Deus por meio de Jesus Cristo, e, consequentemente unidos a todos os também por meio dele cultuam a Deus. Se não cultuamos a Deus separados de Jesus Cristo, também não cultuamos a Deus separados da Igreja de Cristo. O sangue de Cristo, que faz andar na luz, de modo que nossa vida seja um culto agradável a Deus, também nos faz viver em comunhão com outros, irmãos (1 João 1.7).

2. A falsa ideia de que cultuamos a Deus somente em determinados momentos - Nossa vida inteira deve passar-se no “altar” da consagração a Deus. Em todo tempo, tudo o que pensamos, falamos ou fazemos, devemos fazer “tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10.31; Colossenses 3.17). Isto é possível; porque, se pecarmos, “o sangue de Jesus... nos purifica de todo pecado” (1 João 1.7-9).

3. A falsa ideia de que cultuamos a Deus com coisas que lhe ofertamos - As coisas que ofertamos somente têm valor se elas realmente significam e expressam que nossas próprias vidas são completamente consagradas a Deus. Assim foi a oferta de uma pobre viúva para a qual Jesus dirigiu a atenção de seus discípulos, uma pequena oferta que realmente significava sua completa confiança e total consagração a Deus (Lucas 21.1-4).

Tuesday 26 February 2019

Criação, Casamento e Relacionamento com Deus


Se você ainda não se casou, ou está casado há poucos meses ou anos, se já está casado há alguns anos e já tem filhos, ou mesmo você que esteja casado há muitos anos, tendo ou não netos, leia Gênesis 2 (na Bíblia), e considere isto seriamente:
  • Deus criou o homem para lhe dar a vida eterna, isto é para dar ao homem um íntimo e profundo conhecimento de Deus, de modo que a comunhão e relacionamento do homem com Deus se tornassem eternos, inquebráveis, imortais (Gênesis 2.8-9).
  • Deus criou o homem para ignorar o mal, e somente conhecer e praticar o bem (Gênesis 2.15-17).
Considere também que Deus criou o homem com aptidão e habilidade para ser uma “unidade dual”, constituída de um homem e uma mulher (Gêneses 2.18, 21-24).
Geralmente admitimos que melhor é serem dois para as mais diversas situações da vida como no trabalho, no caso de um acidente, no frio e quaisquer adversidades (Eclesiastes 4.9-12).

Contudo, considere isto: a primeira grande finalidade, importância, e responsabilidade do homem e da mulher no casamento é a mútua ajuda para:
  • O estímulo e a busca do conhecimento de Deus que gera e sustenta a vida eterna, a eterna comunhão com Deus.
  • A exclusiva busca do conhecimento e prática do bem (boas obras).
Se você ainda não se casou, peça a Deus, e esteja determinado(a) a encontrar uma companheira ou companheiro que vá encorajá-lo(a) e ajudá-lo(a) na busca do conhecimento, comunhão, confiança, submissão a Deus.

Se você já está casado(a), não importa há quantos anos, e está convencido de que seu cônjuge não o estimula e ajuda na busca do conhecimento e comunhão com Deus, nem pense em separar-se dela(e); ao contrário, faça dela(e) o seu primeiro objetivo de oração, testemunho de Jesus Cristo (em atitude e palavra).

Estimule e compartilhe o conhecimento de Jesus Cristo com o seu cônjuge; pois é precisamente o conhecimento de Jesus Cristo que nos dá a vida eterna, que nos coloca em comunhão com Deus, e nos torna filhos de Deus (João 1.1-14; 17.3).

Comer o fruto da árvore da vida significava obter um nível ou qualidade de conhecimento e comunhão com Deus que nos confere a vida eterna. Esta árvore e seu fruto simbolizam o Verbo, o Eterno e Unigenito Filho de Deus, Jesus Cristo (João 1.1-4).

Como nos tornamos pecadores, e o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23), não podíamos mais obter aquele nível ou qualidade de conhecimento e comunhão com Deus que nos confere a vida eterna, sem que o Verbo se fizesse carne (João 1.14), e se tornasse o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1.29).

Após o homem haver pecado o conhecimento de Deus que dá ao homem a vida eterna tem um elemento a mais - a morte do Filho de Deus pelos pecadores. Assim, o conhecimento de Deus que nos dá a vida eterna inclui o conhecimento da encarnação do Verbo (o Filho), sua morte (e ressurreição).

A obtenção do conhecimento de Deus, da admissão à inquebrável comunhão com Deus e do recebimento da vida eterna já não são mais simplesmente simbolizados pelo ato de comer diretamente o fruto de uma árvore, mas pelo comer o pão e beber o vinho (Mateus 26.26-28; João 6.32-33, 35, 38-40, 47-51, 53-57). Pois, comer o pão (o trigo moído) e beber o vinho (a uva esmagada) simboliza o reconhecimento de que Jesu Cristo morreu pelo nossos pecados.

A vida eterna não era um direito, nem tão pouco um atributo da criação do homem, mas um dom de Deus. O pecado tornou impossível a recepção deste desejável dom. Porém, “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigenito, par que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

Você tem esse conhecimento de Deus? Ou seja o conhecimento de Jesus Cristo, quem Ele é, e o que Ele fez e faz por você?

O conhecimento de que Deus existe e de que Jesus foi um bom homem, ou um grande profeta, não fazem muita diferença.

Entretanto, o conhecimento de que Deus dá a vida eterna por meio de Jesus Cristo, este sim, faz total diferença. Este é o conhecimento de Deus que o coloca em uma inquebrável comunhão e relacionamento com Deus, que lhe dá a vida eterna.

Seu cônjuge já tem este conhecimento de Deus? Se não, com sua atitude estimule-o a buscar, e com suas palavras compartilhe este conhecimento.

Se você e seu cônjuge já têm o conhecimento de Jesus Cristo, estimulem e ajudem seus filhos à busca do mesmo.

Então, viva de modo que estimule e comunique verbalmente a outros (em sua vizinhança, cidade, nação, e além) o conhecimento de Jesus Cristo, nosso grande Salvador e Senhor.


Se você tem alguma pergunta quanto ao que leu, ou deseja avançar no conhecimento de Deus, teremos grande satisfação em ajudar.

Estudar a Bíblia é conhecer sobre o significado e propósito da existência humana. Se desejar receber, por e-mail, um estudo introdutório à Bíblia ou um curso completo, constituído de sete módulos, enviaremos gratuitamente.

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Saturday 12 January 2019

Viver com e para a Glória de Deus - Nossa Razão para Viver


Deveríamos oferecer nossas vidas completamente a Deus, o Criador, como gratidão por nos haver criado, e chamado cada um de nós à existência. Nossa vida deveria ser inteira ou continuamente um culto a Deus. Neste culto, enquanto tributamos a Deus a honra e glória que lhe são devidas, deveríamos desfrutar nosso maior prazer e satisfação.

Porém, por causa dos nossos pecados, não somos uma oferta agradável a Deus, nem apreciamos devidamente Deus e sua companhia. Nem ao menos merecemos viver; por isso, morremos (Romanos 3.23; 6.23).

Entretanto, Deus nos deu um grande salvador, seu Filho Eterno. Para isto, Ele (o Filho) se encarnou (João 1.1-13), isto é, assumiu a natureza humana mortal (Filipenses 2.5-11). O seu nome é Jesus, que significa Salvador (Mateus 1.21).

Nesta condição assumida, de um homem servo humilde, Jesus ofereceu-se de modo completo e perfeito a Deus. Viveu de modo agradável a Deus, e jamais pecou (Mateus 17.5; 1 Pedro 21-22). Em toda a sua vida como um servo humilde (desde seu nascimento até sua morte), Jesus cultuou (honrou e agradou) perfeitamente a Deus.

Além disso, para cumprir o propósito de Deus quanto a salvação de pecadores, Jesus ofereceu sua vida a Deus, o Juiz Supremo. Jesus ofereceu sua vida na cruz, morrendo, não por seus pecados, pois não os tinha. Ele morreu pelos pecados de todos os haverão de ser salvos (Romanos 5.6-8), para viver com e para a glória de Deus.

Em Jesus, Deus começa uma nova humanidade, não descartando a humanidade pecadora, mas redimindo-a. Isto é o Evangelho, a “boa notícia”, mensagem de Deus à humanidade.

É simples assim, aos que creem, Deus lhes atribui (credita, transfere, concede) os méritos de Jesus Cristo.

Aos pecadores arrependidos, como o Juiz Supremo, Deus atribui o perfeito sacrifício de Jesus Cristo na cruz, sua morte; assim, todos os seus débitos com a Justiça Divina são quitados (1 Coríntios 1.30-31; Colossenses 2.13-14).

Aos que creem, mesmo sendo pecadores, incapazes agradar a Deus, como o Criador, Deus lhes atribui a vida perfeita de Jesus, o Servo humilde, como o culto ou consagração da própria vida que cada ser humano deve a Deus, em gratidão por seu chamado à existência.

Os que creem em Jesus, Deus os vê unidos a Jesus. Por isto:

1. Unidos a Jesus em sua morte e ressurreição; os que creem em Jesus estão livres condenação e domínio do pecado (João 5.24; 8.34-36), são novas criaturas que viverão eternamente, com e para a glória de Deus (Romanos 6.1-11; 2 Coríntios 5.14-17).

2. Unidos como uma família em que Deus é o Pai; Jesus é o Filho; e os que creem em Jesus são também chamados “filhos de Deus” (João 1.11-12; 1 João 3.1).
3. Unidos a Jesus como o Príncipe e Herdeiro da Criação, os que creem em Jesus são seus seus co-herdeiros de uma nova e gloriosa era (Romanos 8.12-17).

O “mundo” não vai acabar. Ele será transformado, pelo infinito poder Deus que o criou e pelo poder redentivo de Jesus que o salvou.

Somente encontraremos plena razão, satisfação e alegria vivendo para a glória de Deus; mas isto somente é possível pela intermediação de Jesus, também chamado Emanuel, que significa “Deus conosco” (Mateus 1.21-23). Creia nele.

Friday 28 December 2018

Criados e Redimidos para o Culto a Deus

Culto é algo natural ou essencial à relação entre a criatura e o seu Criador, entre o homem e Deus. Tão (ou mais) pertinente quanto a honra aos pais pelos filhos; assim é o culto a Deus. O nosso culto é algo que a Deus é devido; e, quando lho tributamos, somos os maiores beneficiários. Porém, se nos recusamos a cultuar a Deus, negamos a nós mesmos a maior satisfação e prazer que ao ser humano é possível conhecer.


Podemos dizer que a Igreja é uma comunhão de pessoas, caracterizada por um centralizador relacionamento com Deus; relacionamento este que se manifesta especialmente através da comunhão, dedicação, serviço e adoração a Deus, enfim, no culto a Deus.


Neste relacionamento, Deus fala à igreja; e a igreja responde, ou corresponde (em palavra e ou atitude); e isto é a essência do culto a Deus. Daí a importância da Palavra de Deus, pois o Deus invisível fala, inicia e mantém o relacionamento com o ser humano.


Através do tempo, parte desta comunicação verbal de Deus com a humanidade tomou uma forma estável e autoritativa, a forma escrita. Esta forma escrita da Palavra de Deus também ficou conhecida como a Escritura Sagrada. Através da Escritura Sagrada, quando lida e fielmente pregada, Deus continua falando com os homens, que respondem em oração.


A oração, portanto, não simplesmente brota do nosso coração, exceto quando a Palavra de Deus for ali semeada. A oração não é mera expressão dos nossos desejos, mas a santificação destes, o oferecimento dos nossos desejos que agradam e honram a Deus. A oração, conforme o Catecismo Maior da Confissão de Fé de Westminster, pergunta 178, é “um oferecimento (consagração) dos nossos desejos a Deus, em nome de Cristo...”.


O resultado desejável da comunicação ou diálogo entre Deus e o homem é o estabelecimento e manutenção do culto, o santo oferecimento ou total consagração de nossas vidas a Deus.
O assunto dominante da Escritura Sagrada (ou Escrituras Sagradas) o seu grande tema é o relacionamento do homem com Deus, ou seja como o homem glorifica, e é plenamente satisfeito em Deus; e isto é o culto a Deus.


Embora as Escrituras Sagradas comecem com o relato da Criação, e a ela façam frequentes referências, não é da perspectiva da Criação que as Escrituras tratam o tema do relacionamento do homem com Deus, mas principalmente da perspectiva da Redenção.


Ao afirmarem que o homem e a mulher foram feitos à “imagem e semelhança de Deus” (Gênesis 1.27); as Escrituras Sagradas revelam que o homem foi criado para viver em comunhão ou relacionamento com Deus.


Como a criatura poderia se relacionar com o incompreensível e invisível Criador, eterno e todo-poderoso? Contudo, Deus se manifestava e falava regularmente com o homem (Gênesis 1.28,29; 2.16-17).


Entre outras coisas, Deus revelou ao homem que o relacionamento que tinham poderia ser quebrado, preservado ou garantido eternamente (Gênesis 2.16-17). Aquele relacionamento em que Deus é glorificado e o homem é plenamente satisfeito poderia ser:
  • Quebrado, mediante o ingresso do homem em uma área de conhecimento que então lhe fora proibida por Deus, o “conhecimento do bem e do mal”.
  • Preservado, enquanto o homem não se tornasse “conhecedor do bem e do mal”; isto é se o homem não abandonasse o estado de retidão e santidade em que fora criado por Deus, ou não se tornasse um pecador, transgressor da justiça (Eclesiastes 7.29; 1 João 3.4).
  • Garantido eternamente, se o homem homem escolhesse a vida, a vida eterna, o conhecimento de Deus (João 17.3).
Quem falava com o homem no Paraíso? Creio que era propriamente o Eterno Filho de Deus, o “unigênito do Pai” (João 1.14) quem falava como o homem no Paraíso; pois Ele é o Verbo, a vida e a luz (João 1.1-1-4), quem tem o poder de transformar os homens (e mulheres) mortais em filhos de Deus (João 1.9-12), que têm a vida eterna, e enfim ressuscitarão (João 5.24; 6.46-51,54).


Este mistério parcial e inicialmente introduzido pela Palavra de Deus, antes da possível e efetiva quebra do relacionamento do homem com Deus (a Queda), é gradualmente revelado em todo o processo seguinte da revelação redentiva, e finalizado quando as Escrituras  Sagradas ficaram completas.


A revelação redentiva visa a restauração da comunhão (relacionamento) do homem com Deus. Como já mencionado, a perspectiva da qual as Escrituras tratam do relacionamento do homem com Deus é a perspectiva da redenção. Portanto o objetivo do conjunto das Escrituras Sagradas é tratar da restauração do relacionamento do homem com Deus, e ao nível de um relacionamento inquebrável, eterno.


Conforme as Escrituras Sagradas, é somente em Jesus Cristo, o “Deus unigênito” (João 1.18), que Deus e o homem se encontram (João 1.14-18). O nome “Jesus” lhe foi dado porque é Ele que nos salva (da condenação) dos nossos pecados (Mateus 1.21), mas era também chamado “Emanuel” que significa “Deus conosco” (Mateus 1.23).


Como já vimos, as diferenças essenciais entre o Criador e a criatura (humana) não foram impedimentos à comunicação entre Deus e o homem. Entretanto, após a Queda ou ruptura do relacionamento do homem com Deus, havendo o homem se tornado um pecador (transgressor da justiça), é impossível que haja relacionamento entre Deus e o homem; pois Deus é Santo.


Entretanto, o Verbo, o Unigenito de Deus, se fez carne (João 1.14), isto é assumiu a natureza humana, para reconciliar o homem (agora um pecador) com Deus, e reestabelecer o relacionamento do homem com Deus, conforme o desígnio da Criação.


A vida absolutamente justa de Jesus e seu sacrifício (morte) são aceitos por Deus, em favor e benefício dos pecadores (Romanos 4.23-5.1; 1 Coríntios 1.22-31); ou seja, os que creem neste modo único como Deus justifica pecadores (Efésios 2.4-8). A morte de Jesus quita o débito dos pecadores em relação à justiça divina. A vida justa de Jesus é o crédito, impossível de ser adquirido por pecadores.


É também somente por esta mesma via que nossa oferta (culto) torna-se agradável a Deus, acompanhando a oferta perfeita de Jesus Cristo, em sua vida, e em sua morte (1 Pedro 2.4-5).


Em seu Unigênito, Jesus Cristo, Deus, fez mais do que simplesmente se revelar; Ele se deu ao homem redentiva ou salvadoramente. É também em Jesus Cristo (seu méritos intercessórios) que o homem se oferece, entrega ou consagra-se a Deus. É somente em Jesus Cristo que Deus e homem se encontram, e firmam um eterno relacionamento, em que Deus é glorificado, e o homem é plenamente satisfeito.


Adão (o homem) falhou em preservar o alvo para o qual fora criado, glorificar e satisfazer-se em Deus, para sempre (Catecismo Maior da Confissão de Fé de Westminster, pergunta 1). Jesus Cristo não falhou, foi o perfeito culto a Deus, tanto em sua vida quanto em sua morte. Assim, os que se unem a Jesus, mediante a fé, encontram-se com Deus, entram em um permanente relacionamento com Ele, passando a glorificar e a ter plena satisfação em Deus, para sempre. E este é culto a Deus, para o qual fomos originalmente criados, e agora redimidos.