Institiva, moral e
convenientemente cremos que Deus é bondoso. Porém, o conceito de soberania de
Deus não é naturalmente familiar ou aceitável. Precisamos da Bíblia, a Palavra
de Deus ou Escrituras Sagradas, para considerar a soberania de Deus.
A bondade de Deus
se refere à vontade, liberdade e poder de Deus para fazer o bem, fazer coisas
boas, conceder boas dádivas. Soberania de Deus é o poder de Deus que mantém
absolutamente tudo o que acontece de acordo o seu eterno plano. Isto significa
que, embora Deus odeie e certamente puna todas as formas de injustiça (pecado),
por sua própria essência divina, é impossível que Deus ignore ou omita em seu
plano eterno as injustiças daqueles que Ele criou à sua imagem e semelhança (Gênesis
1.27). Nenhuma injustiça (pecado) se origina na vontade de Deus, mas na vontade
do que peca ou comete injustiça. Entretanto, porque Deus é quem Ele é; é
impossível que qualquer injustiça dos homens (e também de anjos) esteja fora do
eterno plano de Deus. E, é maravilhosamente consolador que assim seja, senão o
caos absoluto seria o último destino de toda a criação.
Além do governo de
Deus sobre todos os poderes impessoais do universo, a soberania de Deus significa
o governo de Deus sobre todas as suas criaturas pessoais (homens e anjos). Deus
tem e de fato exerce o seu absoluto poder de controlar todo pecado ou injustiça
destas criaturas, antes da concepção do pecado até ao seu juízo final, de modo
que, depois, todo mal seja vencido ou transformado em bem, a justiça e
misericórdia de Deus sejam glorificadas, e os homens e anjos recebam o que realmente
buscaram e desejaram.
Temos dificuldades
em reconciliar a soberania de Deus responsabilidade do homem; porém encontramos
dificuldades ou limites de compreensão em diversas outras áreas do conhecimento
de Deus: Como Ele pode ser eterno, ser imutável e eternamente um só Deus em
três pessoas? Como foi possível criar, do nada, tudo o que foi criado, e do pó
da terra fazer o homem? Como foi possível ressuscitar um morto de quatro dias?
Enfim, como é possível Deus ser Santíssimo e amar um pecador como eu? Na
verdade, impossível é associar Deus a qualquer impossibilidade, em sua vontade
santa (Lucas 1.37; 18.27).
Um reverente
estudioso da Bíblia entende porque Deus é o alvo de nossa infinita admiração e
adoração, amor, confiança e absoluta dedicação. Ele é completo; nÊle não há imperfeição
ou contradição; para Ele não há impossíveis; Ele é absolutamente soberano, sem
anular a vontade e responsabilidade humana.
É impossível que a
vontade maligna de qualquer criatura impeça a realização da bondade de Deus.
Por exemplo: quando os irmãos de José o odiaram ao ponto de planejar sua morte,
o venderam como escravo, simulando sua morte para o seu pai; Deus, que jamais
motivou os sentimentos malignos dos irmão de José, em conformidade com seu
plano eterno, estava no controle das atitudes dos irmãos de José, de modo que
aqueles não tiraram a vida de José, mas venderam-no como escravo para o Egito,
sem que ao menos pudessem imaginar que estivessem contribuindo para fazer de
José o primeiro ministro de Faraó, e salvador da nascente nação de Israel,
conforme o eterno plano de Deus (Gênesis 50.19-21).
Quando Jó se tornou
um agonizante alvo do ódio de Satanás, a justiça, misericórdia e fidelidade de
Deus foram glorificadas na administração de toda a situação; e Jó experimentou
uma extraordinária reviravolta em seu estado de sofrimento e desprezo para ser
ainda mais feliz do que fora antes de sua dura prova; Satanás saiu envergonhado
como acusador dos filhos de Deus; e os crentes de todos os lugares e tempos,
depois de Jó, ganharam um dos mais reveladores livros da Bíblia sobre o
sofrimento, para a consolação e encorajamento, em seus momentos atribulados (Jó
42).
Quando Jesus Cristo
foi traído, injustiçado, desprezado e morto, depois ressuscitou, tudo isso, para cumprir o
eterno propósito de Deus na salvação dos pecadores (Atos 2.22-24; 3.15-19;
4.27-28; 13.27-39); pois seu sangue derramado ou sua morte na cruz é o resgate
da nossa salvação, o preço da nossa redenção, a expiação dos nossos pecados (Romanos
4.24-25; 1 Pedro 1.18-20; 1 João 1.7).
Deus é soberano e
bondoso; e, apesar da malignidade do homem, de toda a malignidade dos homens e
dos anjos caídos juntamente, a vontade soberana e bondosa de Deus prevalecerá;
nada e ninguém impedirá que enfim a vontade soberana e bondosa de Deus seja
plenamente cumprida.
Os pecadores são
culpados; quando pecam, eles fazem o que eles querem fazer, não o que Deus quer
que eles façam. Porém, mesmo se recusando a fazer a vontade de Deus (o que é
agradável a Deus), eles não conseguem escapar do plano de Deus. A justiça terá
que ser feita em relação aos seus pecados; porém, no eterno plano de Deus a
injustiça e pecado dos homens não podem prevalecer, não podem estabelecer uma
corrente ou curso interminável que conduza ao caos. Como nos casos citados
anteriormente (José, Jó e Jesus), até os atos injustos do inimigos de Deus são
de tal forma controlados e canalizados, de modo que não impeçam, mas contribuam, para a perfeita realização do eterno
plano de Deus, e a manifestação do seu ilimitado poder, infinita sabedoria,
infalível justiça e seu incompreensível amor.
Os pecadores são responsáveis
por seus pecados; mas os santos são o que são, não por seus próprios méritos. Os
santos sabem que são pecadores “lavados no sangue de Jesus Cristo”. Jesus
Cristo, o eterno Filho de Deus, se encarnou, assumiu a natureza humana, para
sofrer a justa pena da morte (Romanos 6.23) em favor de muitos pecadores (1
João 2.1-2). Pecadores se tornam santos, justos, puros, somente pela misericórdia de
Deus.
Deus é justo; Ele
nem sequer pode ser tentado pelo pecado, e jamais induziria qualquer criatura
sua ao pecado (Tiago 1.13); mas o homem que, por Deus foi criado justo, pecou (Eclesiastes 7.29), todos
os homens pecaram (Romanos 3.23). Deus não é o autor do pecado; mas era
impossível que o pecado do homem não estivesse no eterno plano de Deus.
Entretanto, o pecado do homem não pode prevalecer, não pode trazer trevas
absolutas e impor o cáos final. Ao contrário, a injustiça do homem realça a
justiça de Deus, e propicia a manifestação da incompreensível misericórdia de
Deus, na salvação de pecadores que merecem o eterno banimento da presença de
Deus; salvação que é mediante o alto preço do sacrifício de Jesus Cristo.
O homem é o
responsável por todos os seus sofrimentos, e de Deus somente vem toda a boa
dádiva (Tiago 1.17). Em, sua Palavra, Deus nos estimula a orar; porque Ele tem
prazer em nos dar o que é bom (Mateus 7.7-11); Ele é rico em generosidade para
com todos os que o buscam.
Deus nos exorta à oração sincera, e não a repetitiva, decorada, mecânica
ou impensada; porque Ele realmente dá aos homens as coisas que eles querem e
pedem. Deus sabe distinguir o pedimos com os lábios do que desejamos de
coração. Precisamos exercitar a santidade na oração, pedindo o que é bom, o que
glorifica a Deus, e é bom para o próximo (Tiago 4.1-3). Deus tem prazer em nos
fazer boas dádivas; muitas coisas boas, Ele nos dá antes que peçamos, ou
pensemos nelas (Mateus 6.5-8).
Deus é soberano e
bondoso até para com aqueles que o
ignoram; Ele faz chover sobre justos e injustos (Mateus 5.45). Ele é paciente e
reprime a sua ira (Salmos 85.3; Isaías 48.9); e até os seus juízos são
advertências para os que não foram atingidos ou escaparam (Lucas 13.1-5). O
Evangelho, a boa nova do perdão e salvação, Deus ordenou que fosse pregado em
todo o mundo, a todas nações, a toda criatura (Mateus 28.18-20; Marcos 16.15-16).
Deus mostra a sua soberania
e bondade até no Céu e no Inferno. Deus não trará para o Céu, obrigando a viver
eternamente na plenitude de Sua presença, quem odeia a sua presença e não
suporta a sua voz ou Palavra. Inferno é um lugar que Deus criou para quem não o
ama, mas o odeia. O inferno é para quem não suporta a presença de Deus, e nem
quer conhecê-lo.
Na verdade, o
inferno não é um lugar ruim, ele é o único lugar apropriado para os que odeiam
a Deus e não gostariam de viver em Sua presença. Ruins são todos os habitantes do Inferno, a
começar pelos seus principais moradores, o diabo e seus anjos (Mateus 25.41). O
inferno não é um lugar de injustiças como a violência, a prostituição, o roubo
e a mentira; infelizmente a Terra se tornou temporariamente um lugar destas
coisas; mas tudo isso vai ter fim na Terra; e no inferno, elas também não
existirão. Os habitantes do inferno se sentem mal, choram e rangem os dentes (Mateus
22.13; 24.51; 25.30) porque não podem mais cometer os pecados que cometiam
antes de serem lançados no inferno. O fogo do inferno é a implacável presença
da justiça de Deus. Entratanto, para os habitantes do inferno, porque odeiam a
Deus, nada seria mais insuportável que plenitude da presença de Deus, como
acontece no Céu.
Entretanto, para quem ignora,
rejeita ou odeia a Deus, conforme Ele se revela nas Sagradas Escrituras, e
sumamente em Jesus Cristo, a quem conhecemos também somente através das Sagradas
Escrituras, o céu lhes é pior que o inferno.
A grande miséria do
homem é não conhecer a Deus, achar que não pode, não precisa, ou não é urgente
conhecer a Deus. Enquanto o homem evita ou adia a busca do conhecimento de
Deus, o seu ódio contra o único e verdadeiro Deus cresce. Este ódio pode até
ficar escondido atrás de uma religião, de um ídolo (religioso ou secular), ou do culto de si próprio (caridade e justiça vaidosas).
É somente pela
própria Palavra de Deus que podemos conhecer a Deus. Deus cuidou para que esta
Palavra fosse preservada na forma escrita, a Escritura ou Escrituras Sagradas. O
principal assunto, objetivo e centro das Escirturas é Jesus Cristo; nÊle, o
eterno Filho de Deus em natureza humana, nós conhecemos a Deus, vemos a glória
de Deus, conhecemos o amor de Deus e amamos a Deus. Conhecendo a Jesus Cristo
através da Escrituras Sagradas, nós somos salvos, nos arrependemos e somos
perdoados dos nossos pecados, desejamos
ardentemente a plenitude da presença de Deus, mais do que qualquer outra dádiva
de Deus. Isto nos faz desejar o Céu, que Deus jamais recusará a quem ama a Sua
gloriosa presença.
Deus é soberano e
bondoso, não recuse, busque o Seu conhecimento em Jesus Cristo. O conhecimento
da soberania e bondade de Deus é o fim de nossas dúvidas, temores e rebeliões,
o início de uma jornada de paz, serviço e amor a Deus, que cuilminará no Céu,
na plenitude da presença de Deus.
“Justo é o Senhor
em todos os seus caminhos, benígno em todas a sua obras” (Salmos 145.17).