Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria

Saturday 20 August 2011

Peregrinos Não Temem Crises Econômicas

Um brasileiro que deixou o Brasil e veio para a América do Norte nestes 10 últimos anos pode se sentir fadado a ouvir e viver no clima da recessão ou crise econômica. Afinal, deixamos o Brasil, mas a nuvem escura da recessão veio conosco. É muito bom ouvir as boas notícias da prosperidade econômica do Brasil. Além disso, não nos inquietamos com os rumores de uma segunda crise na América do Norte e Europa; pois nossa confiança e alegria não está na instabilidade do poder do homem e das nações, mas na glória da habitação de Deus, o poderoso Criador do Céu e da Terra e único Redentor da humanidade por meio de seu Filho Unigênito, Jesus Cristo. Por meio do Espírito Santo, Deus habita conosco e “caminha” conosco em nossa peregrinação até o estabelecimento final de nossa pátria celestial ou o reino dos céus, em Novos Céus e Nova Terra. Não nos incomodamos com a nuvem da crise econômica, pois a habitação de Deus conosco hoje é, como foi para Israel no deserto, um escudo contra o sol escaldante no deserto e um luzeiro na escuridão da noite (Ex 25.8; 33.12-23; 40.34-38).

Abraão foi um peregrino muito bem sucedido. Obedecendo o chamado de Deus, ele deixou a próspera região da Mesopotâmia e peregrinou na obscura terra de Canaã. Porém, vivendo pela fé (Gn 15.6), de forma exemplar (Rm 4.9-12), Abraão foi um vitorioso peregrino (Gn 25.7-8; Hb 11.8-19). Pena, que seus descendentes, alguns séculos depois, também peregrinaram no deserto, não por obediência, nem pela fé (Hb 3.12-19). Toda aquela geração desobediente e incrédula morreu no deserto. Moisés, apesar de sua avançada idade, também não entrou na “terra prometida”, mas a viu do Monte Nebo (Dt 3.23-29; 32.48-52). Moisés não entrou na terra prometida, não porque fosse um desobediente contumaz e incrédulo, mas para se tornar um grande exemplo da importância da atitude de obediência estrita dos que são colocados por Deus em posição de liderança e da prevalência da soberania de Deus em nossas orações. Porém, dois dos que literalmente saíram do Egito, entraram na “terra prometida”: Josué e Calebe, esta foi uma exemplar recompensa por sua fé e obediência (Nm 14.1-9, 20-31).

Outro exemplar peregrino foi o apóstolo Paulo, que certamente jamais possuiu as riquezas que Abraão deixou ao seu descendente Isaque, mas foi o mais próspero plantador de igrejas da história. Ele aprendeu o que todo servo de Deus precisa aprender para que sirva a Deus com alegria em toda e qualquer situação – a absoluta confiança em Deus (Fp 4.10-13).

Há aproximadamente 3 anos, no começo da última crise econômica mundial, compartilhei nossa congregação através de um boltim a seguinte mensagem, que serve tanto para os momentos de crise quanto de prosperidade, especialmente para aqueles, homens e mulheres de fé, que neste mundo (nesta presente ordem) se sentem como “peregrinos e estrangeiros” (Hb 11.13).

O que deve caracterizar nosso estilo de vida economizar ou gastar? Devemos fazer as duas coisas.

Devemos economizar:
§  Na compra de roupas que vão tornar nosso guarda-roupa pequeno, de alimentos que irão para o lixo antes que possamos comê-los, e de produtos que ficarão ociosos em nossa garagem (1 Co 7.29-31).
§  Na exagerada ingestão de alimento que vai tornar difícil nossa digestão e causar problemas de sáude, tornando necessário mais gastos com remédios (Pv 25.16).
§  No consumo de energia industrializada, tanto a não renovável quanto a renovável, pois sua aquisição não é barata; devemos economizá-la, tanto para nós quanto para outros (Jo 6.11-12).
§  O sono e lazer são muito importantes, se os desfrutamos dentro da medida apropriada a cada pessoa, de acordo com caracteres biológicos e etários, e com o tipo de atividade profissional. Porém, em excesso, o sono e o lazer empobrecem (Pv 6.6-11).
§  O pessimismo – como o pessimismo é somente o oposto do otimismo, não tem nenhuma relação com a prudência, este deve ser reduzido a zero. Pessimismo é consequência da falta do conhecimento de Deus e da confiança em sua Palavra (Gn 17.1; 18.11-14).

Devemos gastar:
§  Confiança em Deus, não no homem (em nós mesmos, no gênero humano, no aparente sucesso de nossa geração). Confiança em Deus também não é o conhecido pensamento positivo, que “materializa” os nossos desejos, mas a absoluta confiança em tudo o que Deus já revelou, ordenou e prometeu, conforme o registro das Escrituras Sagradas (Jo 11.39-44). Confiança em Deus é viver de acordo com os princípios e promessas que encontramos na Palavra de Deus, as Sagradas Escrituras. A confiança em Deus nos faz viver priorizando o seu reino e justiça (Mt 11.25-33).
§  Generosidade, porque ainda que possamos reconhecer que já compramos muito e estamos bem supridos, devemos reconhecer que pode haver vizinhos, compatriotas, e estrageiros, que ainda estão privados de recursos fundamentais (2 Co 9.6-15).
§  Energia espiritual e física – Nossa energia espiritual procende uma fonte inesgotável, a física vem de energia renovável.  Usemos ambas com grande prodigalidade, pois pela graça de Deus não nos faltarão (Is 40.27-31).
§  Inteligência e prudência – a inteligência nos faz criativos, imaginativos e sonhadores e a prudência nos ajudar a refinar e aprimorar nossa criatividade. A inteligência cresce mediante o estudo, e a prudência é adquirida mediante a busca de conselhos (Tg 1.5).
§  Perseverança – a perseverança é a prova da qualidade e legitimidade de nossa fé. A verdadeira fé não se não desiste, não abandona o alvo, mas o alcança (2 Re 13.14-19; Ec 11.6).

O Nome Jesus é Exclusivo

O nome Jesus o identifica como o Salvador dos homens, conforme lemos em Mateus 1.21. É importante notar que a Bíblia (a única e completa fonte do conhecimento de Jesus Cristo) apresenta Jesus como salvador não de uma falência financeira, não de uma doença terminal, não de sofrimentos comuns à existência humana, como o proselitismo religioso tanto enfatiza em nossos dias. Jesus nos salva dos nossos pecados, isto é da morte espiritual ou eterno banimento da comunhão com Deus, conforme lemos em Isaías 59.2; Romanos 3.23 e 6.23.

Esta exclusividade tem dois aspectos:

A exclusividade do Salvador – Isto significa que Jesus Cristo somente salva os pecadores. Isto significa que a nossa salvação é 100% obra de Jesus Cristo. Nenhuma boa obra que façamos, nenhuma religião que pratiquemos, nenhuma intercessão ou aprovação que recebamos da igreja (na terra ou no céu), podem em qualquer hipótese contribuir no mínimo percentual imginável para a nossa salvação. Nossa salvação é exclusivamente obra de Jesus Cristo; “não há outro nome ... pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12), somente Jesus.

A exclusividade dos que são salvos – Havendo somente um Salvador, consequentemente todos os que são salvos, e somente estes, estão identificados com Jesus Cristo. E está identificação não é uma tradição religiosa, não é uma decisão intelectual ou emocional, é a fé em Jesus Cristo, que resulta do entendimento ou compreensão das Escrituras Sagradas (Romanos 10.9-11, 17), o que não ocorre sem a especial ação vivificante e iluminadora do Espírito Santo (Romanos 16.14).

O modo como Jesus salva os pecadores é absolutamente único, pois foi estabelecido conforme a exigência da justiça divina, que condena a morte todo pecador. Jesus morreu por causa dos nossos pecados (1 Co 15.3). Ele morreu em nosso lugar (Isaías 53.4-5; 2 Coríntios 5.21; Gálatas 3.13; 1 Pe 2.21)

Considere isto seriamente: Jesus Cristo é o único Salvador do Povo (filhos) de Deus.

A Bîblia, Jesus Cristo, o Reino de Deus e a Igreja

Já parou para pensar sobre a razão pela qual a Bíblia é também chamada a Escritura Sagrada? Há duas importantes razões para isto:
§  Ela é a Palavra de Deus escrita, que nos foi dada por meio de homens que “falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21).
§  Por causa de sua capacidade de tornar o ser humano “sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2 Timóteo 3.15).

E sobre Jesus Cristo, por que somos salvos por Ele? Porque Ele é Deus (O Filho) que “se fez carne” (Jo 1.14). A Bíblia também apresenta Jesus como o Profeta, Sacerdote e Rei do único Reino de Deus:
§  Como o Profeta, Jesus revela a Deus, com absoluta perfeição. “Ele é o resplendor da glória de Deus, e a expressão exata do seu ser” (Hebreus 1.3).
§  Como o Sacerdote, Jesus Cristo, e ele somente, “pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus” (Hebreus 7.25). Pois, sendo Deus, Ele é o único sacerdote “santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus” (Hebreus 7.26). Jesus, “pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hebreus 9.12), ou seja, salvação para os que nele crêem (At 16.31).
§  Como o Rei, Jesus agora reune e edifica a sua verdadeira Igreja, mediante os repectivos mandato e promessa: “fazei discípulos de todas as nações, batizando-os ...; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século (sua volta)” (Mateus 28.19-20).

Jesus Cristo trouxe o Reino de Deus ao mundo; as igrejas, constituídas de seus discípulos, embora ainda imperfeitas, são a mais visível manifestação deste reino. Porém, podemos corromper a igreja de tal modo, que ela se tornará um obstáculo, impedindo que as pessoas vejam e entrem no Reino de Deus. Entretanto, Jesus Cristo estabeleceu as suas igrejas para que sejam a “luz do mundo” (Mateus 5.14), isto é, fiéis expressões do Reino de Deus, anunciando, em sua doutrina e prática, que Jesus Cristo é o Salvador e Senhor, até que Ele volte, para o estabelecimento final de seu reino eterno.