Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria

Saturday 21 January 2012

Deus Nos Deu Jesus Cristo; Mas Nós Inventamos as Religiões.

A Bíblia é também conhecida como a Palavra de Deus; o que, para alguns, é uma afirmação forte, se consideramos que o homem não vê a Deus, e que a Bíblia (a Palavra de Deus) é uma coleção de “livros proféticos”, escritos por homens, mas sob a inspiração de Deus (2 Pe 1.19-21).

Se não bastassem o próprio elevado conteúdo das Escrituras Sagradas (outra designação da Bíblia), a unidade de seus livros, a acuidade geral de seus registros (tanto quanto podem ser verificados na arqueologia e história, e a precisão de suas profecias preditivas comparadas à história, a Bíblia também impressiona e dá evidências de que é a Palavra de Deus pela progressiva e consistente revelação de Jesus Cristo, desde os seus primeiros, aos últimos livros.

Jesus Cristo está presente no plural do nome de Deus e no plural do verbo que se refere à ação criativa de Deus (Gn 1.1,26), conforme lemos no Evangelho de João (Jo 1.1-3,14). Ninguém, jamais viu a Deus, exceto no sentido em que Ele foi visto em uma Cristofania (uma manifestação visível pré-encarnada de Cristo), e a partir da encarnação do Verbo, o eterno Filho de Deus, Jesus Cristo. Jesus está presente no simbolismo da “árvore da vida”; pois, como Deus, Ele é a orígem da vida (Gn 2.9; 3.22; Jo 1.4; 11.25). Por sua morte em substituição aos pecadores e para a salvação destes (Jo 1.29), Jesus também estava presente no simbolismo do sacrifício animal para prover veste para o homem (Gn 3.21) e no sacrifício animal apresentado por Abel (Gn 4.4). Todos estes significantes indícios encontrados nos quatro primeiros capítulos do livro de Gênesis (o primeiro livro da Bíblia), são seguidos e confirmados por uma constante e progressiva revelação de Jesus Cristo, através dos demais livros do Antigo Testamento (a primeira parte da Bíblia que é constituída das promessas preparatórias para a vinda de Jesus Cristo, ou seja, a encarnação do Verbo). Esta revelação atinge o seu clímax no Novo Testamento (a segunda parte da Bíblia que testemunha o nascimento, ministério público (ensinos e milagres), morte, ressurreição, ascensão, e registra também a promessa da volta de Jesus Cristo, ao fim desta presente era de Evangelização, ou pregação do perdão divino e salvação aos pecadores dentre todas as nações, mediante a fé em Jesus).

Portanto, a Bíblia ou Palavra de Deus é toda sobre Jesus Cristo; e Ele é a mais perfeita e gloriosa revelação de Deus; afinal, Ele é o unigênito Filho de Deus (Jo 1.18). Esta é a mensagem da Bíblia: Deus deu ao mundo Jesus Cristo, Deus nos deu o seu único e eterno Filho, Jesus Cristo, como nosso único e onipotente Salvador (Jo 3.16). Porém, desde que Deus começou a revelar Jesus Cristo, o homem insiste em criar religiões. Algumas destas religiões ignoram completamente a revelação de Deus, a Bíblia; outras se apropriam de parte da revelação, mas combinam parte da revelação de Deus com o que o homem imagina sobre Deus e sobre como o relacionamento de Deus com o homem pode ser estabelecido (ou restabelecido) e mantido.

Nenhuma religião foi criada por Deus. Deus não criou a religião chamada judaísmo, nem qualquer de suas seitas. É verdade que Deus, no processo da revelação redentiva ordenou a instituição de uma nação, Israel, para que por meio dela pudesse, apesar de toda a malícia e corrupção humana, dar, preservar e difundir a sua Palavra, e preservar a linhagem do nosso Salvador, Jesus Cristo, e, por fim, no-lo apresentar e dar, em cumprimento de Sua promessa.

Deus também não criou nenhuma religião cristã, nem tão pouco qualquer de suas versões, seja a Romana, a Grega, ou qualquer outra que tenha denominação de religião cristã. Entretanto, é verdade que Deus, em Jesus Cristo, ordenou a instituição de igrejas, ou seja, congregações de todos os que nÊle crêm como o seu Salvador. Estas igrejas devem se estabelecer em ruas, estradas, bairros, cidades, províncias, e entre todas as nações, na medida em que, pela pregação do Evangelho, pessoas crêem em Jesus Cristo.

Estas igrejas devem ser fiéis guardiãs e anunciadoras da “verdade”, isto é a Palavra de Deus, cujo cerne é Jesus Cristo (1 Tm 3.14-16); e, assim sendo ou na medida em que o são, elas manifestam sua unidade universal (catolicidade), ou seja, a totalidade da Igreja de Cristo na terra, indepedentemente das distâncias, geográficas e culturais. Não é uma organização com uma administração central baseada em um só homem (Papa, Patriarca ou Arcebispo) ou mais homens (Concílio Supremo) que caracteriza a unidade da Igreja de Jesus Cristo. Esta unidade é baseada e expressa no reconhecimento de Jesus Cristo como o único Cabeça das igrejas e na fidelidade destas à Palavra de Deus, o que se materializa na fiel pregação da Palavra, fiel administração do sacramento da admissão na igreja (Batismo) e da comunhão na igreja (Santa Ceia), e no fiel exercício do pastorado e disciplina cristã.

O Novo Testamento mostra que as igrejas devem manter em prática as suas relações fraternas em Cristo Jesus; e isto se faz para promover a satisfação de específicas necessidades, como, e principalmente, guardar a pureza e unidade da fé ou doutrina (At 15), promover a pregação do Evangelho em todo lugar (Fp 4.10-20), e para atender às necessidades de socorros (2 Co 8.1-15).

Entretanto, jamais foi plano de Deus que uma igreja dominasse sobre outra, ou outras igrejas, nem que algum tipo “super pastor, bispo ou presbítero” dominasse sobre várias ou uma mega igreja. Nunca foi propósito de Deus que as igrejas se unissem para formar uma poderosa religião ou “denominação” a fim de se tornar respeitada na sociedade por sua grandeza numérica, poder financeiro e influência social ou política. A confiança na força da união do homem e sua grandeza numérica são sempre condenadas (Ge 11.1-9; 1 Cr 21) e desencorajadas (Jz 7.1-7; 1 Sm 14.6; Zc 4.6) na Palavra de Deus.

Deus nos deu Jesus Cristo; e àqueles que O recebem como seu Salvador, Deus também ordenou que formassem inumeráveis congregações que fossem a “luz do mundo”, ou, cada uma delas, como uma “cidade edificada sobre um monte” para que as pessoas as vissem e gloficassem a Deus (Mt 5.14-16).

Estas congregações de fato são a luz do mundo, não na medida em que são grandes numericamente, poderosas financeiramente ou politicamente influentes, mas na medida em que são simplesmente fiéis à Palavra de Deus, preservando a pureza da doutrina da salvação (1 Tm 3.14-16), e na medida em que, cheias do Espírito Santo, são abundantes na produção do Seu fruto (Gl 5.22-25).

Religião é diferente, seja não cristã ou cristã. Religião é uma invenção do homem que, enquanto pretende encurtar a distância entre o homem e Deus, ignorando total ou parcialmente a revelação ou Palavra de Deus e o único Salvador providenciado por Deus, busca, confia e exalta a ilusão do mérito e poder do homem, desviando-o da possibilidade de encontrar e conhecer a Deus.

Um dos grandes benefícios da Reforma do século XVI, além da volta à Bíblia e a redescoberta da pura e simples doutrina da salvação, foi encontrar o caminho da redescoberta da simplicidade e pureza da verdadeira igreja de Jesus Cristo; e, consequentemente, desmonstrar que uma igreja pode ser numericamente pequena, separada de uma super-mega-igreja-religião, sofrer ostracismo e perseguição, e, contudo ser um verdadeiro “templo do Espirito Santo” que, através da pregação do puro evangelho, atrai e conquista  pecadores que são feitos filhos de Deus.

Esta nossa geração, que é a mais globalizada de todos os tempos, não se impressiona tanto com a grandeza numérica, poder financeiro e influência política das religiões cristãs; afinal, não são poucas as outras organizações religiosas e não religiosas que são poderosas, tanto quanto, ou mais que algumas religiões cristãs. Entretanto, o Senhor Jesus disse que “não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte” (Mateus 5.14); e isto é o que Deus quer que a Igreja que Ele criou em Jesus Cristo seja entre os povos. As religiões não cristãs e cristãs, como invenção humana, estão no vale comum das invenções humanas. Porém, a igreja, por menor que seja numericamente, financeiramente pobre e politicamente desprezível, mas simplesmente fiel à Palavra de Deus e, consequentemente, cheia do Espírito Santo é como uma luminosa “cidade edificada sobre um monte”; ela será vista; e quando vista, as pessoas poderão ver nela, não a decepcionante vaidade do homem, mas o brilho da eterna glória de Deus, em Cristo Jesus.

O mundo pode facilmente ver religiões cristãs, mas não tem tido tantas chances de ver as simples e verdadeiras igrejas cristãs, seja em maiores ou menores congregações. Muitos cristãos , sem conseguir distinguir a Igreja ou uma igreja de Cristo das religiões cristãs, desprezam a importância da igreja como uma congregação definida, e estão como “ovelhas desgarradas”, “rebanhos sem pastor”; e infelizmente, este número vem aumentando de modo assustador.

Como nos dias da Reforma do século XVI, os cristãos precisam voltar a ouvir e confiar na Palavra de Deus (Bíblia), então conhecerão a suficiência e grandeza de Jesus Cristo como o único Salvador dos homens, e o único Cabeça da Igreja, e conhecerão também que o poder da Igreja ou de uma igreja é o Espírito Santo que nela habita, e faz dela luz do mundo. Esta volta à Bíblia, hoje, nos levará e recobrar a perdida estima e o abandonado amor pela única Igreja de Cristo e suas verdadeiras congregações, que não podem estar cativas por nenhum esquema religioso. Isto certamente enfraquecerá nossa confiança e fidelidade à religião, ainda que seja uma denominada cristã, mas resultará em grande avivamento e fortalecimento do povo de Deus.

Neste tempo de excessivo (o maior em toda a história humana) otimismo e confiança na capacidade do homem de criar na terra o  “paraíso”, sem Deus, e de crescente suspeita e rejeição à religão, é absolutamente necessário que os crentes individualmente e as verdadeiras igrejas de Cristo reconheçam sua distinção e separação da religião ou religiosidade, caracterizada pelo esforço e criatividade do homem para se aproximar de Deus.

A verdadeira Igreja de Cristo Jesus em suas fiéis congregações constituídas de pessoas regeneradas, cheias do Espírito Santo, que se entristecem e se arrependem pelo pecado, mas permanessem fiéis à são doutrina e na prática das boas obras, são a única evidência de que Deus, através de Jesus Cristo está realizando uma obra redentiva que enfim será concluída na gloriosa volta do Senhor Jesus Cristo.

Para nada serve investir na construção de mega-templos, confortáveis e com sofisticada tecnologia; é inútil investir altas somas de dinheiro na compra de televisões ou espaço em suas programações; se o nome de Jesus ficar associado ao engano e falência da religião. Porém, é através das simples e fiéis igrejas de Jesus Cristo que o mundo (nas ruas, bairros, cidades e nações) poderá ver que Deus está salvando pecadores, e saber como Ele o faz, ou seja, por meio de Jesus Cristo somente.

Se queremos verdadeiramente cumprir o mandato de Deus neste tão desafiante tempo em que vivemos, e fazer o mundo conhecer que Deus nos deu Jesus Cristo para nossa salvação, e não uma religião, precisamos cuidar para que nós ou nossas igrejas não deixemos de ser o que por Deus fomos destinados a ser: o corpo cuja cabeça é Jesus Cristo e o único templo em que Deus realmente habita; não podemos decair de tão grande propósito para nos tornarmos meros agentes ou agências de uma religião, ainda que seja nominalmente cristã.

O que deve determinar a igreja local da qual nos tornamos membros e na qual permanecemos? O que deve determinar as igrejas com as quais a nossa igreja estabelece relações de cooperação? Não é necessariamente a igreja ou tradição religiosa de nossos antepassados ou a igreja maior e mais popular da cidade ou nação. É a submissão a Jesus Cristo como o Cabeça da Igreja, o reconhecimento da absoluta autoridade da Palavra de Deus e a fidelidade ao desígnio de Deus, no sentido de que a Igreja seja o templo do seu Espírito, e, consequentemente, a luz do mundo, que devem nos motivar à escolha da igreja em que permanecemos e das igrejas com as quais nossa igreja estabelece relação de cooperação. Assim evitamos a danosa associação com uma organização que tenha se tornado em mera agência de uma religião.


Não há duvida que todo crente deve ser membro de uma verdadeira igreja de Cristo; e também não há dúvida de que as igrejas de Cristo devem se associar para satisfazer as necessidades relacionadas à preservação da fé (doutrina), promoção da pregação do Evangelho e socorros em geral. Entretanto, quando membros de uma igreja se conformam a um processo de apostasia (afastamento da fé ou doutrina) em uma determinada igreja, ou quando igrejas toleram e se acomodam à apostasia de outras igrejas associadas, então começamos a presenciar a deterioração do conceito de Igreja de Cristo para uma religião Cristã.

Que Deus volte a manifestar em nossos dias o seu poderoso Espírito reformador e reavivador, como já o fez em alguns períodos da história da Redenção reportada nas Escrituras Sagradas, e também através da história da Igreja. Não temamos, nem resistamos o poder do Espírito Santo que, como o vento, nos move segundo o Seu querer, e nos orienta em fé e obediência à Palavra de Deus; então veremos a reforma e avivamento que tanto necessitamos.

Tuesday 17 January 2012

Importa-se Deus Com o Estado da Igreja e de Seus Membros?

Uma igreja, não importa o número de membros que possua, é uma família; e como tal é uma casa onde Deus habita. Deus habita na sua Igreja, e isto implica em que Ele habita em cada igreja local que juntas constituem a totalidade da Igreja na terra.

Porém, não fomos nós que tivemos a grande idéia de nos ajuntar em nome de Deus e convidá-lo para habitar conosco. Ao contrário, foi de Deus a iniciativa de nos reunir, fazendo de nós seus filhos, família e povo. Originalmente Deus nos criou para nos relacionarmos com Ele. Foi por isso que nos fêz conforme sua imagem e semelhança. Entretanto, o nosso pecado tornou impossível este relacionamento. Mas, Deus desejava tanto relacionar-se conosco, nos amou de forma tão incompreensível, desde a eternidade, que não se negou a pagar o mais alto preço por isso. Assim, Deus, o Pai, enviou o seu único Filho Eterno, Jesus Cristo, como o nosso Redentor. Para isto, o Filho assumiu a natureza humana e recebeu em lugar de todos os que por Ele são redimidos a penalidade (morte) por todas as suas culpas (João 3.16).

Será, então, que Deus aceita em sua casa pessoas que acham que têm direito de estar nela porque não cometem grandes crimes, são bons cidadãos, ou que desde a infância se consideram parte desta familia; embora não tenham humildade e uma profunda convicção de pecado, e, por isso, não sintam tristeza pelos pecados que consideram menores? Aceitaria, Deus, pessoas que não apreciam verdadeiramente esta  casa e que de fato não cooperam na edificação, ou cuidam desta casa, mas simplesmente desfrutam de, digamos, benefícios sociais dela?

Será que Deus continuará presente em uma igreja (congregação) que persiste em negligenciar a pregação e ensino de sua Palavra, que introduz no culto práticas que ele proibiu, ou que não ordenou, e que persistentemente ignora na vida diária a santidade que Deus requer da família ou povo no meio do qual ele habita? Certamente a resposta é não.  A Bíblia nos fala de intrusos que um dia serão expulsos (Mateus 22.1-14), bem como de congregações que se tornaram em “sinagogas de Satanás” (Apocalipse 3.9).  Sejamos fiéis e desenvolvamos nossa particular e comum salvação (Filipenses 2.12).

A Alegria

Alegria, satisfação, contentamento, felicidade – ainda que permitindo diferentes nuanças, estas palavras significam uma mesma coisa, e esta é a que mais procuramos, não somente instintivamente, mas também conscientemente. Queremos estar bem. Evitamos, enquanto podemos, qualquer pensamento que nos faça sentir mal.

A vida seria perfeita se não houvesse doença, dor, pobreza, morte, e outras formas de separações. Porém, não podemos negar, estamos cercados pelo mal. Ele está sempre ao nosso redor. Não podemos evitar ouvir, ver, sentí-lo. Mas o mal está também dentro de nós. Sofremos por inveja, cobiça, ódio, rancor e até por temor.

Isto deve nos levar a considerar que aquilo que nós chamamos de alegria, satisfação, contentamento ou felicidade não está dentro de nós. Isto também não está nas pessoas e muito menos nas coisas que estão fora de nós, disponíveis no mundo em que vivemos: nem na belíssima natureza criada diretamente por Deus, nem nas coisas que o homem cria a partir das potencialidades e inteligência dadas por Deus.

A verdadeira, perene e completa alegria ou satisfação está fora de nós; mas ela está também muito além do universo em que vivemos. A alegria está em Deus, e nele somente. É somente na relação com Deus que podemos experimentar e desfrutar contínua e progressivamente da alegria. Veja o Salmo 16.11: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.”

Esta alegria pode realmente ser alcançada. Não podemos ir a Deus por métodos religiosos, nem tão pouco por técnicas psicológicas, para que sejamos felizes. Deus, em Cristo Jesus, vem a nós e nós e estabelece um eterno e incondicional relacionamento, no qual encontramos para sempre a alegria (João 10.10; 15.11,20-24; 17.13).