Deus não precisa
ser cultuado; Ele merece; Ele é digno de ser adorado, e Ele somente.
Entretanto, se não o adoramos, Deus não perde nada. Ele nunca perde. Deus não
sofre qualquer mudança. Se ignoramos a Sua vontade ou desobedecemos a Sua Lei,
Deus não sofre qualquer prejuízo, ou o mínimo dano. Em qualquer cenário, Deus é
sempre ou imutavelmente Onipotente e absolutamente Soberano. Podemos ver mais
ou menos; podemos estar completamente cegos; porém, a glória de de Deus é
infinita e eterna, inextinguível.
Entretanto, é o
homem quem precisa do culto, isto é, do culto a Deus. O homem precisa cultuar a
Deus, assim como ele precisa de ar para respirar, do alimento para comer e da água
para beber, para enfim, viver. Assim como o homem precisa de atividades físicas
para não atrofiar ou engordar excessivamente; o homem também precisa cultuar a
Deus para não se sentir meramente um animal melhor dotado ou, ao contrário, um
enfatuado enganado.
O homem precisa
cultuar a Deus para não se sentir um inútil, sem sentido, sem propósito, para
não se sentir comum, casual e marginal. Por outro lado, o homem precisa do
culto a Deus também para não se sentir o centro do universo. O homem precisa do
culto a Deus para saber que não é o rei, mas um principe, um servo e filho do
Rei, que é Deus, e Ele somente. Este equilíbrio é absolutamente necessário para
que o homem tenha uma presença e função construtivas no universo.
Foi por isto que,
ainda na Semana da Criação, no sexto dia, depois de ter comunicado ao homem os
mandatos (delegação ou autoridadade para exercer uma função ou ofício) da
família e do trabalho, Deus também instituiu o culto, na santificação do sétimo
dia de cada semana (Gênesis 1.27-2.3). A semana perfeita do homem, conforme
o propósito de Deus na Criação, é servir a Deus durante seis dias no amoroso cuidado
da família e na diligente execução do trabalho, e dedicar um dia
prioritariamente ao culto a Deus. Precisamos entender que tal ordenança divina
visa atender, não uma necessidade de Deus, ou promover, não o bem de Deus, mas
atender à necessidade do homem, e promover o bem do próprio homem.
O homem não pode
passar a sua vida, todos os seus dias, absorvido pelo cuidado da família e pela
busca da excelência no trabalho. O homem precisa de um descanso; e o melhor
descanso, o descanso renovador das forças físicas, intelectuais e espirituais,
é o culto a Deus. E isto é tão importante que merece e exige a consagração de
um dia inteiro, e a frequência de cada semana.
Note-se que o homem
não se tornou necessitado do culto a Deus, após haver pecado; o homem foi
criado necessitado do culto a Deus. O homem perfeito é necessitado do culto a
Deus. Se o homem perfeito (antes de pecar) necessitava do culto a Deus, quão
mais necessitado o homem se tornou do culto a Deus, depois de haver se tornado
pecador? O culto a Deus é para o espírito do homem o que o ar, a água e o
alimento são para o seu corpo, absolutamente vital.
O homem precisa
cultuar o verdadeiro Deus; é somente este culto que atende à necessidade do
homem e lhe faz bem. Entretanto, a tendência do homem é criar ídolos e
cultuá-los. Qualquer coisa ou ser é indigno de ser adorado, exceto Deus, o
único e verdadeiro Deus. A adoração de qualquer objeto, poder ou ser, exceto
Deus, é danosa, degradante e mortal para o homem. O homem será menor do que aquilo
a que ele adora. Como indicou o apóstolo Paulo, se homem adora as aves, ele é menor
que as aves que voam; se adora aos quadrúpedes que andam, ele é menor que os
quadrúpedes; se adora os répteis que rastejam, ele é inferior aos répteis
(Romanos 1.18-27). Se o homem não adora a Deus (o único e verdadeiro Deus), ele
não verá em sua própria existência um desígnio e propósito superiores aos dos
animais.
O único e
verdadeiro Deus é o Criador e Redentor. Como mencionou o apóstolo Paulo na
passagem acima citada, o caráter ou atributo Criador de Deus é facilmente
reconhecido através das “coisas que foram criadas” (Romanos 1.20). A Criação é
mais estrondosa, visível, universal e simples mensagem de Deus ao homem. A
principal mensagem da Criação é sobre o infinito e eterno poder de Deus
(Romanos 1.19-20).
Contudo, a Criação
não é a única manifestação (expressão, revelação, comunicação) de Deus ao
homem; Deus falou e mandou escrever o que falou ao homem (2 Pedro 1.16-21). E
é nesta expressão, revelação ou comunicação verbal de Deus que tomamos
conhecimento de que o Deus Criador de infinito poder é também um Redentor de
imensurável amor (João 3.16).
Quando o homem
conhece e adora o único e verdadeiro Deus, o Criador de infinito ou eterno
poder e Redentor de ilimitado amor, esse homem é erguido do pó (onde se
encotram os vermes), e é assentado “nos lugares celestiais” (Efésios 2.4-6). O
homem que cultua o único e verdadeiro Deus, comparado o Deus de infinito poder
e imensurável amor, é simplesmente um humilde servo Deus, mas compado às demais
criaturas, é somente um “pouco menor do Deus”, um servo-príncipe de Deus no
meio da Criação (Salmos 8). Se cultuamos a Deus, ou não, Deus não muda; Ele não
cresce nem diminui. Nós, porém, quando conhecemos e passamos a cultuar o Deus
único e verdadeiro, somos transformados de simples vermes em príncipes de Deus.
Depois de conhecer
o único e verdadeiro Deus, o homem precisa saber do único e verdadeiro culto. O
culto a Deus não depende de um lugar, não é um cerimonial complexo e pomposo,
não uma experiência de satisfação do paladar, olfato, audição ou visão, nem é
uma experiência êxtatica ou mística em que a consciência e a razão são
suprimidas; o culto é o encontro espiritual e verdadeiro (João 4.23-24), entre
o servo amado e o Senhor amantíssimo. Este encontro não é mudo, mas expressivo
e comunicativo, em que as palavras fluem. Deus fala e o homem responde; a
Palavra de Deus é lida ou pregada e o homem responde em orações (e, ou cânticos).
Conforme aprendemos
pela própria Palavra de Deus, as Escrituras Sagradas, cultuamos a Deus em três
situações ou formas gerais: congregacional (Hebreus 10.24-25), familiar (Deuteronômio
6.4-9) e particularmente (Josué 1.8); e em todas estas três situações o culto a
Deus é um encontro que resulta e se expressa em palavras inteligíveis (1
Coríntios 14.1-19): a Palavra de Deus é lida e pregada ou ensinada ao homem; e
o homem responde a Deus com orações. Estas três formas de culto não são opções,
não devemos escolher uma e negligenciar as outras. Se queremos desenvolver todo
o potencial recebido de Deus, nosso Criador e Redentor, precisamos cultuar a
Deus nestas três formas.
Por fim, é importante ressaltar que o homem não pode cultuar a Deus sem
a intermediação de Jesus Cristo. Pela Palavra de Deus, tomamos também o conhecimento
de que Deus é um Único Ser Triúno (o Pai, o Filho, e o Espírito Santo). No
conselho do Deus Triúno, é o Filho quem comunica ao homem a luz (conhecimento
de Deus) e a vida (eterna comunhão com Deus) (João 1.1-4). Como o homem se
tornou pecador (transgressor da Justiça), para comunicar ao homem o
conhecimento de Deus e o colocar em eterna comunhão com Deus, o Filho, também
assumiu a natureza humana, e compareceu perante o juízo de Deus, em lugar do
homem, morreu na cruz e ressuscitou ao terceiro dia, para a justificação de
todo o pecador que nÊle crê (Romanos 4.24-5.1).
Nossa existência é incompleta sem o culto a Deus. Sem Jesus Cristo,
jamais poderíamos cultuar a Deus; porém, em Cristo nós realmente nos tornamos
verdadeiros cultuadores de Deus (1 Pedro 2.4-5).
Sem cultuar a Deus, o homem mais rico, inteligente e respeitado, será o
mais infeliz, ainda que esta seja a última constatação de sua existência. O
homem mais pobre, simples e desprezado é completo, e é eterno, se cultua a
Deus.
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