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Thursday 6 August 2015

Seria Jesus Cristo um dos Deuses Criados pela Imaginação Humana?

Recentemente, foi atribuída ao ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardozo, a declaração de que “Lula (outro ex-presidente do Brasil) era como um Cristo. Eles fizeram dele um deus”. Provavelmente, é somente isto o que o ex-presidente, Fernando Henrique, pense a respeito de Jesus Cristo, que seria um deus criado pelo povo. Sim, pelo povo, porque não basta que haja a intenção de uns poucos interessados em criar um deus ou mito; se uma expressiva quantidade de pessoas não “comprar” a idéia, qualquer iniciativa ou plano de criar um deus certamente fracassará.

Até um deus criado exerce poder, ou é um instrumento de exercer poder; e, exercer poder é uma forma ou meio de enriquecimento. Por exemplo, os ídolos (deuses) da música, esporte e cinema são indivíduos poderosos e ricos. Eles reunem em torno de si mesmos seguidores, fans ou, por que não dizer, adoradores que estão dispostos a pagar, e pagar caro, para ouvir e ver seus ídolos. Politicos e religiosos também podem ser transformados em mitos.

Um deus (ídolo) tem poder de atração sobre multidões, tem grande poder de influenciar com suas atitudes e palavras, ou atitudes e palavras que lhe são atribuídas. Por isso, um deus tem grande poder político e social, e também poder de arrecadação, de ajuntar ou fazer dinheiro, muito dinheiro. A arrecadação pode ser por meio de impostos, doações, ou pela venda de objetos e serviços que possibilitam o culto do ídolo.

Em alguns casos, o deus criado não usufrui do dinheiro arrecadado em seu nome. Este é o caso dos deuses religiosos que são uma idéia ou imagem; porém, os que propagam ou promovem a idéia ou imagem divinizada podem ganhar e usufruir do dinheiro arrecadado. Se o ídolo é alguém que já morreu, também não ganha nada; se ele estiver vivo, pode ganhar muito, especialmente na proporção em que ele mesmo gerencia o seu próprio culto.

A pergunta que queremos considerar aquí é a seguinte: pode ser Jesus Cristo um “deus criado”, cujo culto sobrevive por causa da riqueza que ele pode produzir?

Não podemos pensar em Jesus Cristo sem a Bíblia; aliás, um Jesus ou Cristo dissociado da Bíblia é uma idéia vaga e subjetiva. O Jesus Cristo da Bíblia é o Jesus da História. Esta não é História Geral das Civilizações, mas a História da Redenção, traçada na Bíblia. A Bíblia é uma coleção de livros, chamados “sagrados” por ser o produto final de uma singular cooperação entre Deus e o homem, mas presida por Deus (2 Pedro 1.16-21). Através da Bíblia, o Deus eterno, infinito e invisível se comunica com a humanidade, usando instrumentos e linguagem humanos, em um processo historiografado, e com um propósito redentivo.

Nesta Historiografia Redentiva que é a Bíblia, Deus começa sua comunicação com a humanidade revelando o que é aresposta a duas das mais universais questões: a orígem do universo e a orígem do homem. Deus criou o universo, e tudo o que nele há, inclusive o homem, que foi feito à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1.27), apto para um relacionamento inteligente, afetivo, moral e responsável com Deus, e o próximo. Imediatamente após referir-se à orígem do universo e do homem, Deus revela orígem do mal presente no universo: a quebra da confiança e do relacionamento do homem com Deus (Gênesis 2.15-16; 3.1-24). O envolvimento com o mal é uma escolha da criatura; Deus não tem prazer, mas odeia o mal. Entretanto, o limite espacial e temporal do mal está sob o absoluto controle de Deus (Isaías 45.5-12).

É exatamente neste contexto da revelação das orígens do universo, do homem e do mal que Deus revela o princípio da Redenção, que é o assunto central e dominante da Bíblia. Não é sem uma especial razão que o primeiro livro da Bíblia chama-se Gênesis, que significa “orígens” ou “começo” – começo do universo, da humanidade, do mal, e da redenção.

No começo, não obstante sua habilidade para entender sua grande responsabilidade, e exercer perfeitamente sua função como príncipe ou cabeça da humanidade, e o gerenciamento da Criação (Eclesiastes 7.29), o primeiro homem falhou. Adão falhou porque, não se contentando com o grande privilégio de poder explorar e conhecer a vastidão da Criação, e subestimando o relacionamento com Deus que o permitiria avançar no infinito conhecimento de Deus, desejou ou preferiu o conhecimento do mal.

Conhecendo o mal, e sendo radicalmente corrompido por tal conhecimento, o homem e toda a sua geração transtornaram o seu universo (Gênesis 6.5-6). Na Bíblia, Deus também revela que o interesse do homem no conhecimento que inclui também o mal, foi estimulado por uma outra criatura de Deus, associada à serpente (Gênesis 3.1-5). Esta Serpente que instigou o homem à busca do conhecimento do mal, não é uma serpente comum da Terra, é um espírito que, como o homem é moralmente responsável perante Deus, e que, como o homem, também preferiu o conhecimento do mal, ao conhecimento de Deus e de suas obras. Este espírito é também chamado de Satanás, Dragão, Diabo (Apocalipse 20.2), Malígno (1 João 5.19), o qual usurpou o lugar do homem, e se tornou o maligno “principe deste mundo” (João 14.30).

Ao anuir com a Serpente e, na atitude simbólica de comer o fruto da “árvore do conhecimento do bem e do mal”, rompendo a confiança, obediência e relacionamento com Deus, o homem entregou a Satanás o domínio de seu universo. Então, Deus imediatamente anunciou e iniciou a Redenção das gerações do homem, e da Criação em geral, mencionando um segundo homem, “o descendente da mulher”, que, ao contrário do primeiro homem, não poderia ser jamais vencido pela Serpente, mas lhe esmagaria a cabeça (Gênesis 3.15; Mateus 4.1-11).

Este “descendente da mulher”, o apóstolo Paulo chama de “segundo Adão” e de “último Adão” (1 Coríntios 15.45-47). Ele é chamado o “segundo” e o “último” Adão porque veio para vencer e expulsar o príncipe que usurpou o trono da Criação e, em parte a governa (João 12.31), e para libertar o homem e suas gerações do poder corruptivo, escravizante, condenatório e mortal do conhecimento experimental ou prático do mal (Romanos 6.4-14); o que a Bíblia também chama de pecado (Romanos 5.12).

O nascimento do “descendente da mulher” é o assunto central da Bíblia, é a grande promessa de Deus na Bíblia, repetida através da História da Redenção até o seu cumprimento. Ele é anunciado como o Salvador ou Redentor, como o Profeta, o Sacerdote, e o Rei. Seu título mais compreensivo é Messias ou Cristo.

Jesus é o Cristo, o Messias, ele é o centro da Bíblia. Parte da Bíblia, chamada Antigo Testamento, é uma meticulosa preparação para o nascimento do prometido Messias, ou Cristo; a fim de que quando Ele enfim chegasse fosse identificado de modo inconfundível. De modo progressivo e cumulativo o Antigo Testamento vai distinguindo o “descendente da mulher” (Gênesis 3.15), Ele:
§   Será um descendente de Abraão (Gênesis 12.1-7; Gálatas 3.16),
§   Nascerá da tribo de Judá (Gênesis 49.10),
§   Será um profeta, maior que Moisés (Deuteronômio 18.15-19),
§   Será um sacerdote maior que Melquisedeque (Salmos 110.1-4; Hebreus 5.5-6),
§   Será um Rei, descendente de Daví, porém também superior a Daví (Isaías 9.6-7; Jeremias 33.14-22; Ezequiel 34.23-24),
§   Sua concepção será extraordinária (Isaías 7.14; Mateus 1.18-23), porque embora seja verdadeiramente homem, ele é Deus encarnado (João 1.1-14),
§   Nascerá na cidade de Belém, mas é eterno (Miquéias 5.2),
§   Será rejeitado e sofrerá por causa dos pecados dos homens, e por fim ressuscitará (Isaías 53).

A segunda parte da Bíblia, chamada Novo Testamento, é o testemunho  do cumprimento da promessa de Deus, quanto ao poderoso “descendente da mulher”, o segundo e último Adão, o Adão que não poderia falhar, jamais falharia, o Adão que, enfim, expiou os pecados dos homens e mulheres que querem a reconciliação com Deus, venceu a morte, venceu a Serpente, e assumiu pleno poder e autoridade sobre toda a Criação (Filipenses 2.5-11; Hebreus 1.1-4), até que destrua todos os poderes que ainda agem na contra-mão da obra da Redenção (1 Coríntios 15.20-28; 50-57), e redima todos os os que reinarão com Ele, em Novos Céus e Nova Terra (Mateus 24.12-14, 21-22; Apocalipse 6.11).

Jesus Cristo é anunciado pela Bíblia muito antes de seu nascimento. Somente o Jesus nascido da virgem Maria, também chamado Jesus de Nazaré se encaixa perfeitamente no perfil bíblico ou profético  do Messias.

Jesus foi publicamente declarado como o Cristo, pelo profeta João Batista (Lucas 3.15-17); Jesus também declarou-se o Cristo (Marcos 14.60-62); e o apóstolo Pedro, representado os demais apóstolos, confessou ser Jesus o Cristo (Mateus 16.13-17). O Cristo é Deus encarnado, Deus em natureza humana (João 1.1-3,14). Jesus Cristo afirmou e deu provas que falava a verdade (Mateus 11.2-6).

A prova final de que Jesus é o Cristo, Deus encarnado, para salvar ou redimir homem, foi sua ressurreição, devidamente testemunhada, incontestada (Atos 2.22-36; 1 Corintios 15.1-8).

Jesus Cristo não é um deus criado pelo homem; Ele é Deus encarnado, em forma, semelhança, ou natureza humana. O único e glorioso Deus é um Ser Triúno (Mateus 28.19), o Pai Eterno, o Filho Eterno, e o Epírito Eterno. Jesus Cristo é o Filho, quem tem a prerrogativa de conceder ao homem a vida eterna (João 1.1-4; 3.16; 6.33-35; 8.12; 11.25-27), o prometido Redentor, absolutamente capaz para salvar todo aquele que simplesmente nÊle crê (Atos 4.12; 16.30-31).

Existem muitos deuses criados pelo homem; não subestime Jesus entre os deuses criados pelos homens. Não despreze a oportunidade de conhecê-lo, na única fonte de seu conhecimento, a História da Redenção, a Escritura Sagrada, a Bíblia.

Não permita que as diferentes versões de um Jesus ou Cristo do business religioso o distraiam, decepcionem e façam você desistir de conhecer o Jesus da História, o Jesus da Bíblia, que morreu, mas também ressuscitou, está reinando nos céus, enviou, conforme prometera, o Espírito Santo, que nos regenera e vive em nós para sempre, estabelecendo uma íntima e eterna comunhão com Deus.

Não se impressione com o mal uso da ciência que alguns ateus fazem para afastar as pessoas da busca e do encontro com Deus. Faça você a sua própria busca, leia a História de Jesus, leia as próprias palavras de Jesus Cristo. Tire você mesmo as suas conclusões; não permita que os “deuses” da intelectualidade e da comunicação decidam por você.

Queira o conhecimento de Deus; busque o conhecimento de Deus, ore (peça a Deus) pelo conhecimento de Deus. Deus o ouvirá; porque Ele é Deus. Então, leia a Bíblia, o livro que Deus escreveu, com a participação de alguns homens o livro da Salvação, o livro do Salvador, Jesus Cristo.

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