“Creio
em Deus porque penso, porque exerço a razão; e creio em Jesus Cristo porque
conheço a História da Redenção, idoneamente reportada e preservada nas
Escrituras Sagradas.”
Não podemos ver a
Deus; por isso facilmente ignoramos ou negamos a sua existência. Entretanto, a
fé em Deus é, no mínimo, uma dedução lógica, racional.
A fé em Jesus
Cristo, entretanto, embora também tenha seu suporte lógico ou racional, tem como
seu fundamento ou base – a Bíblia, as Escrituras Sagradas.
A fé em Deus tem uma
lógica; assim como alguns conhecimentos científicos de hoje, que um dia foram
meras suposições lógicas, baseadas na convicção de que toda realidade ou efeito
observável deve ter uma causa precedente, mesmo que ela não seja conhecida – é esta
certeza que move ou provoca o estudo e a ciência. O axioma (premissa) da relação
“causa e efeito”, embora absolutamente racional, também envolve fé, a fé que
supõe ou pressupõe, reconhece e procura a causa (orígem) quando esta é
desconhecida. O cientista que procura uma causa ainda desconhecida é motivado
pela certeza ou convicção de um fato que não pode ser visto; e isto também é fé
(Epístola aos Hebreus 11.1). A pressuposição da existência de Deus é racional,
lógica, inteligente.
Assim como a
convicção (fé) de que todo efeito tem uma causa move a ciência na busca do conhecimento;
a fé (convicção) na existência de Deus é essencial para o conhecimento de Deus
(Epístola aos Hebreus 11.6). A ciência jamais teria avançado sem a fé na
possibilidade de conhecer o desconhecido. Assim, também o conhecimento de Deus
não pode ser alcançado pelo que não o buscam, ou seja, pelos que o ignoram (não
consideram importante) ou preconceituosamente negam a existência de Deus.
A respeito de
qualquer ser, no universo ou na terra, bruto ou vivo, podemos perguntar sobre
sua orígem ou causa, e seu propósito. Se vemos pela primeira vez um determinado
objeto, institivamente perguntamos: o que é? Para que serve (qual é o seu
propósito) ? E, dependendo da utilidade e complexidade do objeto, somos tomados
de admiração sobre quem o criou. É por isso que perguntamos sobre a orígem do
universo, da terra e do homem.
Podemos desconhecer
o propósito de muitas coisas; porém, se nos dedicarmos à busca do conhecimento
do propósito de um determinado objeto, provavelmente, mais cedo ou mais tarde,
encontraremos. Somente como exemplo, os cílios dos olhos humanos têm propósito,
eles não são resultado do acaso, um acidente, uma aberração, um despropósito.
Além de proteger, os cílios contribuem para a beleza dos olhos. Os cílios têm
uma lógica, uma razão, e, por que não, uma intenção. E quanto ao homem
propriamente, por que não teria ele uma lógica, razão ou intenção? E se tem uma
lógica, razão e intenção; e isto requer uma mente, inteligência, uma pessoa
admirável; a esta chamamos Deus, mesmo sem conhecê-lo.
Portanto, a base
lógica da existência de Deus é a nossa própria existência em um universo
grandioso, complexo e sincronizado, ou seja, ajustado com impressionante precisão.
Portanto, a fé em Deus é lógica, racional.
A fé em Jesus Cristo
tem uma razão histórica, assim como a que nos leva a crer na historicidade dos
faraós egípcios, no rei Nabucodonosor e no Império Babilônico, em Alexandre da
Macedônia, ou nos filósofos Aristóteles e Platão. Não os vimos, mas cremos existiram
porque deixaram suas marcas na História. Estes fizeram, falaram ou escreveram
algo relavante que foi preservado. Por isso, nós cremos que eles existiram,
cremos que eles realmente fizeram, falaram ou escreveram o que lhes é
atribuído. Da mesma forma, não podemos fazer retroceder o tempo, e ver a Jesus
Cristo; porém, o que Ele fez e falou ficou registrado na História, na História
da Redenção, a Bíblia ou Escrituras Sagradas.
A Bíblia é a
História da obra da Redenção, em que Deus, embora invisível, é o agente
principal, e o homem, além de coadjuvante, é o alvo e beneficiário. A Bíblia é
o registro das obras e palavras redentivas de Deus, em favor da humanidade. A
Bíblia foi intencionada e inspirada por Deus, mas escrita por homens, no curso
da História, para ser o fiel registro da História da Redenção (2 Epístola de Pedro
1.16-21).
O Deus invisível
entrou na História do Universo que Ele criou, e cujo destino Ele mesmo governa
soberanamente (contudo, normalmente não sem agência da criatura, especialmente
o homem, como já foi observado). Deus entrou na História, participou da
História, primeiramente, mantendo-se invisível, mas agindo direta ou
indiretamente, e falando através de agentes que ficaram conhecidos como profetas,
e cuidando para que seus atos e palavras redentivas ficassem indelevelmente
registrados na História, a História da Redenção – por isto chamada a “Escritura
Sagrada”.
Depois de haver
participado como principal agente, embora invisivelmente, na História da
humanidade, com os seus feitos e palavras redentivas; conforme já havia
indicado por meio dos profetas, Deus mesmo, pessoalmente entrou na História,
encarnado, em semelhança e natureza humana; isto é, em Jesus Cristo.
A Bíblia é a revelação verbal de de Deus, e Jesus
Cristo é o grande assunto desta revelação. Jesus Cristo é o assunto principal
da Bíblia porque ela é a História da Redenção e Jesus é o Redentor. É em Jesus
Cristo que Deus e homem se encontram, em dois importante aspectos:
§ O Criador Infinito e Eterno e a criatura finita e
temporal, em uma só e singular pessoa, Deus, o Eterno Filho, agora encarnado,
em natureza humana, Jesus Cristo (João 1.1-14).
§ O Deus Santo e o homem pecador aproximados por um
único Mediador, Jesus Cristo que cumpre perfeitamente a justiça que a Santidade
de Deus requer e expia, anula, aniquila o pecado do homem ( Efésios 2.11-22).
O Deus encarnado,
Jesus Cristo, comunica (em uma mensagem viva, em pessoa) que o homem, como
criatura de Deus não é essencialmente (originalmente) pecador (transgressor da
justiça, ofensivo e inadmissível perante a santidade de Deus).
Além disso, o Deus
encarnado, Jesus Cristo, é grande demonstração de que o pecado, por mais grave,
ofensinvo, abominável e destrutivo que seja, não é um mal que Deus, o
Onipotente Criador, não possa vencer. E
Deus realmente o venceu, por meio de Jesus Cristo, “nosso Senhor, o
qual por nossos pecados foi entregue (morreu) e ressuscitou para nossa
justificação. Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor
Jesus Cristo” (Romanos 4.24-5.1).
Em nossa geração, a arrogância do homem confiante em suas conquistas tem
atingido um grau tão elevado como em poucas outras ocasiões. O homem
contemporâneo zomba da fé em Deus, mais especificamente da fé em um Deus
pessoal, que intervém no no universo, na História, ou na vida particular de
quem quer que seja. A zombaria dá lugar ao amargo desprezo e até perseguição
quando, além da fé na existência de Deus, a fé reconhece que Jesus Cristo é
Deus encarnado para salvar o pecador e redimir a Criação, conforme demonstra a
História da Redenção, a Bíbla.
Creio em Deus porque
penso, porque exerço a razão; e creio em Jesus Cristo porque conheço a História
da Redenção, idoneamente reportada e preservada nas Escrituras Sagradas, a Bíblia.
Ouça a “voz da razão”,
exerça a liberdade de pensar, não se deixe dominar pelo espírito arrogante de
nossa era, admita a lógica da existência de Deus. Então, ore, peça a Deus que se aproxime de você, e se
faça mais intimamente conhecido.
Então, sem preconceito, leia a Bíblia. Para ganhar tempo
(que nos é tão precioso, e não sabemos quanto ainda nos resta) vá direto ao
centro da Bíblia, vá aos Evangelhos (Segundo Mateus, Marcos, Lucas ou João);
pois eles são registro histórico do cumprimento da grande promessa redentiva de
Deus, do nacimento, ensino, e morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Quem conhece a Jesus
Cristo, conhece a Deus de uma maneira direta, íntima e salvadora, o que seria
absolutamente impossível de qualquer outro modo. Conhecer a Deus pela Criação,
por um milagre, ou por qualquer providência de Deus, é como conhecer um artista
somente por uma ou algumas de suas obras. Conhecer Jesus Cristo é conhecer a
Deus pessoalmente (João 14.6-9).
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira
que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna.” ( João 3.16)