Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria

Monday 30 May 2011

Em Cristo, Somos Reis, Profetas e Sacerdotes

A Bíblia nos esclarece sobre os três ofícios que por Jesus Cristo foram e continuam sendo exercidos em absoluta perfeição: Rei, Profeta e Sacerdote. Antes do Filho de Deus entrar em carne na História da Redenção, estes ofícios foram exercidos, em caráter provisório e tipológico, por vários reis, profetas e sacerdotes. Alguns se tornaram notórios em um ou dois ofícios, poucos ganharam preeminência no exercício dos três ofícios.

Embora somente Jesus Cristo exerça com absoluta perfeição os três ofícios, todos nós que fomos redimidos em Cristo, o fomos para exercer, de forma subordinada a Cristo, o nosso tríplice ofício; cada um auxiliado por sua própria esposa. Exercemos estes ofícios no mundo, mais especificamente no lugar em que estamos no mundo.

Como reis, governamos aspectos e áreas da Criação que Deus, em Sua soberania, tem confiado a nós, como o exercício de nossa profissão e outras habilidades secundárias, a administração da terra e da casa que o Senhor nos dá para morar, as finanças, saúde e segurança da família, e nas diversas funções civís que natural ou voluntariamente assumimos.

Como profetas, a partir de nosso próprio lar, proclamamos a Lei de Deus (perante a qual todo homem está obrigado, mas é pecador condenado) e o Evangelho de Deus (pelo qual todo pecador é perdoado perante a justiça divina). Também, como profetas, chamamos todos os homens ao arrependimento dos pecados, à fé em Jesus Cristo como o único Salvador, mediador entre Deus e o homens, e, os chamamos enfim a que, em gratidão, vivam em serviço e obediência a Deus, desfrutando de todos os benefícios que disto advêm.

Como sacerdotes, com todos os outros crentes, conforme os dons que Deus nos tem concedido, construímos e cuidamos da Igreja, a família dos filhos de Deus, o povo de Deus, o verdadeiro templo no qual Deus habita entre os homens, e é adorado em espírito e em verdade. Sem jamais negligenciar a Igreja em geral, reconhecemos a nossa própria família como a área da Igreja na qual somos os primeiros encarregados do sacerdócio.  Assim, juntamente com nossa família e igreja funcionamos como intercessores por todos os homens povos.

Nossas profissões são variadas, nossos dons naturais e espirituais também são diversos, mas todos nós, crentes em Cristo, somos reis na Criação, profetas no mundo e sacerdotes na Igreja. Como temos desempenhado este tríplice ofício? Temos feito alguma avaliação de nosso desempenho? Ao menos sabemos e acreditamos todos que em Cristo somos reis, profetas e sacerdotes? Não somos simplemente associados de uma comunidade religiosa; somos oficiais do Rei Eterno, o Senhor Jesus Cristo, em um de seus incontáveis distritos entre as nações.

À medida que a “Grande Babilônia” (sistema que se caracteriza pela rejeição à Lei, ao governo e culto do único e verdadeiro Deus) se fortalece, mais difícil se torna para nós o exercício dos ofícios para os quais o Senhor nos chamou. Isto acontece, em parte, porque Babilônia decreta leis contrárias à Lei de Deus, e hostiliza os servos de Deus; mas, em parte, também porque o povo de Deus se deixa seduzir e ser dominado por Babilônia. A mente satânica que molda a vida na Grande Babilônia quer envolver e escravizar os filhos de Deus, desviando-os de seu santos ofícios de reis, profetas e sacerdotes do Deus Altíssimo, quer seja pela perseguição, que seja pela sedução, ou pela combinação destas duas principais táticas.

Alguns filhos de Deus, embora tentados, não estão seduzidos, mas estão perplexos e acuados em face de um poder dominador contra o qual seus argumentos parecem inócuos, suas forças para lutar estão se esgotando, e, por isso, se rendendo. Na Grande Babilônia que vai se redezenhando em nossos dias, conforme antecipou o livro de Apocalipse, tudo, como no passado, conspira contra o serviço, o culto e a glória de Deus. Sem que percebamos trocamos a liberdade para servir a Deus pelos confortos belezas e prazeres de Babilônia que nos escravizam, ou simplesmente pelo fim da estressante resistência.

Na envolvente Babilônia, não nos resta tempo para nos assentarmos à mesa do Rei Eterno, “comer” com Ele, aprender com Ele, sermos aconselhados e encorajados por Ele, e ouvir dos seus santos e soberanos propósitos. Como resultado, nos sentimos fracos, desmotivados e desnorteados quanto às nossas funções na família, igreja e no mundo.

À medida em que somos envolvidos no sistema da Grande Babilônia, trabalhando para ela e desfrutando dela (sem que isto seja necessariamente claro e admitido por nós), não nos resta tempo para gastar ministrando diligentemente em favor do fortalecimento da família e da Igreja que são intituições divinas interdependentes. Porque somos conformados ao sistema babilônico, em termos práticos, não somos diferentes; não temos um caminho, um modo ou estilo diferente a apresentar, nem para a família, nem para a igreja, nem para o mundo.

Irmãos, precisamos exercer nossa função de sacerdotes, priorizando a oração a Deus pela nossa independência e  libertação de Babilônia. Porém, precisamos também ter coragem para profetizar (proclamar fielmente a Palavra de Deus) em casa e na Igreja; se tememos ser profetas em casa e na igreja, como o seremos no mundo? Se nós mesmos não temos tempo para ouvir a Palavra de Deus, como a faremos ouvida por outros? Precisamos agir como reis que primeiro disciplinam suas próprias mentes e corpos, mas também seu tempo, trabalho e recursos, em obediência a Deus.

Deus nos chamou à vida, não para sermos trabalhadores, mercadores, escravos de Babilônia, mas reis, profetas e sacerdotes de Seu reino. Como Deus enviou Abrão a Canaan; Ele também nos colocou em um determinado país, cidade e vizinhaça, não para contribuirmos na edificação de cidades para a glória do homem, mas para cooperar na formação da nação eterna que é para a glória de Deus (1 Pe 2.9).

Roguemos a Deus a mesma liberdade e poder que teve Daniel para ser rei, profeta e sacerdote do Senhor na Babilônia de seus dias, que também era tão poderosa. As famílias, as igrejas e as nações precisam ugentemente de seus reis, profetas e sacerdotes, divinamente designados. Nós que graciosamente recebemos a unção do Espírito Santo, se dedicarmos um mínimo de tempo a considerar o atual estado das famílias, igrejas e sociedade, também seremos levados a orar intensamente, com o gemido de quem não suporta ver o nome de Deus blasfemado, a Lei de Deus violada, a verdade revelada na Escrituras Sagradas escondida na própria Igreja, crianças nascendo e jovens ingressando em um sociedade irracional, dominda por pensadores, educadores, juízes e governantes irracionais, que aprovam e estimulam várias formas de perversões da verdade, enquanto se negam a reconhecer e procuram esconder a prodridão submersa da Grande Babilônia.

Oremos, mas tenhamos a coragem de começar a fazer já a mudanças necessárias para que sejamos, antes de tudo, os reis, profetas e sacerdotes que Deus quer que sejamos, sem importar se nos tornaremos mais ricos ou mais pobres, se teremos mais lazer ou lutas, alegrias ou tristezas, mais amigos ou inimigos, se nossa vida terrena será, por isso, mais longa ou mais curta.

Pensemos seriamente; o que impedido ou limitado nossa função como reis, profetas e sacerdotes de Deus, deixando-nos com a incomoda sensação de grande débito ou infidelidade para com o nosso soberano Criador e amoroso Redentor? Talvez, para o melhor exercício destes ofícios devamos fazer uma mudança profissional, estabelecer o próprio negócio, cortar certos gastos, tomar decisões e assumir compromissos que têm sido adiados (por dias, meses, anos ou décadas), inverter as atuais prioridades, cortar algum tipo de entretenimento, mudar radicalmente nosso estilo de vida.

O tempo está passando, cada ano passado sem o exercício de nosso tríplice ofício é uma perda irreparável para a sociedade, igreja e família, só um milagre poderia reparar. Porém, milagres realmente acontecem na vida dos que realmente crêem, ou seja na vida quem aposta (dedica, separa, entrega, consagra) somente, tudo, sem nenhuma reserva de seguraça, na palavra de Deus.

A palavra “aposta”, no parágrafo anterior foi usada propositalmente; porque nossa fé não pode se assemelhar a uma aposta lotérica, em que pessoas normais arriscam menos menos de um milésimo do que ganham. A fé que justificou Abraão (Gn 15.6) e nos justifica (Rm 5.1), que inscreveu homens e mulheres no magnífico histórico rol da fé (Hb 11), é entrega total (100%) de tudo que somos, tudo que temos, sem qualquer reserva (0%), na Palavra de Deus, sem qualquer suporte de estatística, probabilidade ou ciência.

Se nossa fé em Deus é do tipo logo acima referido (100% de entrega, 0% de reserva), os milagres que necessitamos para recuperar o perdido e alcançar o que ainda não foi conquistado certamente acontecerão, a princípio em nossas famílias e igreja e, por fim, no mundo. Se não nos rendermos à Grande Babilônia, mas em fé na Palavra de Deus, assumirmos corajosa, fiel e perseverantemente nossos ofícios de reis, profetas e sacerdotes, o poder de Deus se manifestará para o êxito de nossos ofícios.

Mulheres cristãs, seus esposos não podem estar sós nisto. Deus disse: “não é bom que o homem esteja só, farlhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Se vocês amam a Deus, amam aos seus próprios maridos, vocês serão seus maiores suportes e estímulos no sentido de que eles sejam nada menos que reis, profetas e sacerdotes do Senhor. Não exijam, não permitam, que eles se tornem escravos de Babilônia. Porém, para isto é necessário que vocês desprezem, odeiem a Grande Babilônia, porque vocês também sabem que são rainhas, profetizas e sacerdotizas do Senhor.

Oremos como o salmista: “Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um suspiro. A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos. Quem conhece o poder da tua ira? e a tua cólera, segundo o temor que te é devido? Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios. Volta-te para nós, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos. Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias. Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal. Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos. Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.” (Sl 90.9-17)

No comments:

Post a Comment