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Thursday 1 October 2015

Regeneração ou Evolução Espiritual?

O pensamento evolucionista é muito mais antigo do que se pensa, antes de ser esposado pela ciência, já estava ligado à religião. Muitas antigas religiões mantinham crenças em processos evolutivos que podiam incluir variadamente três principais estágios: animal, humano e divino. O moderno Espiritismo tem uma doutrina da salvação, e esta é evolucionista. Pois, fazendo do corpo somente um recipiente descartável, o Espiritismo acredita no melhoramento da alma por meio de sucessivas encarnações de um único indivíduo.

O Catolicismo Romano também tem em sua doutrina da salvação reflexos de um pensamento evolucionista. Normalmente o católico romano considera presunçosa a confiança, ou certeza, da salvação que caracteriza em geral os cristãos chamados evangélicos. Mas, a crença na impossibilidade desta certeza revela a presença de um conceito evolucionista da salvação, que teria de ser adquirida progressivamente. A doutrina do purgatório reforça a idéia de uma evolução espiritual que continua até mesmo depois da morte física de uma pessoa.

As igrejas evangélicas, que conservam a doutrina da salvação conforme entendida pela Reforma no século XVI, estão melhor protegidas contra os conceitos evolucionistas da salvação. Porém, não estão absolutamente imunes. Ainda quando se considera que a salvação dos homens consisite exclusivamente na aceitação pela fé de uma específica doutrina da salvação, considerando a própria fé uma capacidade inerente ao homem, já se aplica um conceito evolucionista de salvação. Neste caso, se atribui ao próprio homem a capacidade de apropriar-se, de fato, da salvação.

Outra influência de um conceito evolucionista da salvação, pode ser encontrado na afirmação da possibilidade da obtenção da salvação e da certeza de salvação, por parte do que crê; contudo,  paralelamente, mas inconsistentemente, também afirma-se que o crente pode vir a perder a salvação. Ora, isto implica em que, em última análise, é o próprio homem quem vai conquistando sua salvação pela sua capacidade de persever, até que não mais esteja sujeito a perder a salvação.

Enquanto o evolucionismo, seja o biológico, ou o “espiritual”,  é a teoria da sobrevivência dos melhores, fortes e versáteis; em toda Bíblia, somente Deus é louvado pela salvação dos homens. Somente as virtudes de Deus são exaltadas, como causa da salvação dos homens: poder, sabedoria, justiça, misericórdia e amor de Deus (Romanos 1.16; 1 Coríntios 1.30-31; Efésios 2.4-5). Em contraste, as caracteristicas dos salvos são: loucos, fracos, humildes, desprezados (1 Coríntios 1.26-29), e até, “o pior dos pecadores” (1 Timóteo 1.15). 

De fato, todos os homens são inaptos para promover a propria salvação.  A Bíblia diz que “todos estão debaixo do pecado não há justo não há quem entenda não há quem busque a Deus ” (Romanos 3.9-11). E diz mais: Deus, em sua misericórdia e amor, por meio de Jesus Cristo, nos deu vida, enquanto estávamos mortos em nossos pecados (Efésios 2.4-5). É esta ação regeneradora (dar vida ao que está morto) de Deus que nos salva, pois nos habilita a ouvir entender e crer no evangelho. 

Regenerado por Deus, mediante a palavra do evangelho de Jesus Cristo, que é uma semente incorruptível (1 Pedro 1.23), o homem reconhece sua total dependência de Deus para a salvação. Assim, para a sua salvação, confia plenamente no Eterno Filho de Deus, Jesus Cristo (Hebreus 7.22-27).

O conceito bíblico de salvação do pecador não é evolucionista, ao contrário, é totalmente consistente com a obra de Deus na criação, criar vida onde ou quando ela não existe; isto é a regeneração do homem espiritualmente morto em seus pecados, mediante o “sopro” ou palavra regeneradora de Deus, o Evangelho de Jesus Cristo (Romanos 1.16-17).



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