O pensamento evolucionista é muito mais antigo do que
se pensa, antes de ser esposado pela ciência, já estava ligado à religião.
Muitas antigas religiões mantinham crenças em processos evolutivos que podiam
incluir variadamente três principais estágios: animal, humano e divino. O moderno
Espiritismo tem uma doutrina da salvação, e esta é evolucionista. Pois, fazendo
do corpo somente um recipiente descartável, o Espiritismo acredita no
melhoramento da alma por meio de sucessivas encarnações de um único indivíduo.
O Catolicismo Romano também tem em sua doutrina da
salvação reflexos de um pensamento evolucionista. Normalmente o católico romano
considera presunçosa a confiança, ou certeza, da salvação que caracteriza em
geral os cristãos chamados evangélicos. Mas, a crença na impossibilidade desta
certeza revela a presença de um conceito evolucionista da salvação, que teria
de ser adquirida progressivamente. A doutrina do purgatório reforça a idéia de
uma evolução espiritual que continua até mesmo depois da morte física de uma
pessoa.
As igrejas evangélicas, que conservam a doutrina da
salvação conforme entendida pela Reforma no século XVI, estão melhor protegidas
contra os conceitos evolucionistas da salvação. Porém, não estão absolutamente
imunes. Ainda quando se considera que a salvação dos homens consisite
exclusivamente na aceitação pela fé de uma específica doutrina da salvação,
considerando a própria fé uma capacidade inerente ao homem, já se aplica um
conceito evolucionista de salvação. Neste caso, se atribui ao próprio homem a
capacidade de apropriar-se, de fato, da salvação.
Outra influência de um conceito evolucionista da
salvação, pode ser encontrado na afirmação da possibilidade da obtenção da salvação
e da certeza de salvação, por parte do que crê; contudo, paralelamente, mas inconsistentemente, também
afirma-se que o crente pode vir a perder a salvação. Ora, isto implica em que,
em última análise, é o próprio homem quem vai conquistando sua salvação pela
sua capacidade de persever, até que não mais esteja sujeito a perder a salvação.
Enquanto o evolucionismo, seja o biológico, ou o
“espiritual”, é a teoria da
sobrevivência dos melhores, fortes e versáteis; em toda Bíblia, somente Deus é
louvado pela salvação dos homens. Somente as virtudes de Deus são exaltadas,
como causa da salvação dos homens: poder, sabedoria, justiça, misericórdia e
amor de Deus (Romanos 1.16; 1 Coríntios 1.30-31; Efésios 2.4-5). Em contraste,
as caracteristicas dos salvos são: loucos, fracos, humildes, desprezados (1
Coríntios 1.26-29), e até, “o pior dos pecadores” (1 Timóteo 1.15).
De fato, todos os homens são inaptos para promover a
propria salvação. A Bíblia diz que “todos
estão debaixo do pecado não há justo não há quem entenda não há quem busque a
Deus ” (Romanos 3.9-11). E diz mais: Deus, em sua misericórdia e amor, por meio
de Jesus Cristo, nos deu vida, enquanto estávamos mortos em nossos pecados
(Efésios 2.4-5). É esta ação regeneradora (dar vida ao que está morto) de Deus
que nos salva, pois nos habilita a ouvir entender e crer no evangelho.
Regenerado por Deus, mediante a palavra do evangelho
de Jesus Cristo, que é uma semente incorruptível (1 Pedro 1.23), o homem
reconhece sua total dependência de Deus para a salvação. Assim, para a sua
salvação, confia plenamente no Eterno Filho de Deus, Jesus Cristo (Hebreus
7.22-27).
O conceito bíblico de salvação do pecador não é
evolucionista, ao contrário, é totalmente consistente com a obra de Deus na
criação, criar vida onde ou quando ela não existe; isto é a regeneração do
homem espiritualmente morto em seus pecados, mediante o “sopro” ou palavra
regeneradora de Deus, o Evangelho de Jesus Cristo (Romanos 1.16-17).
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