A Bíblia foi escrita
para toda a humanidade, para gente de todas as nações, todas as culturas, todas
as línguas, e todas as épocas. A Bíblia trata da relação entre Deus e o ser
humano; a Bíblia informa ou comunica que o homem não precisa procurar o caminho
para o encontro com Deus; porque é Deus quem vem ao encontro do homem, em Jesus
Cristo; e este é um tema de interesse universal, de toda gente,
independentemente de qualquer circunstacial diferença entre os seres humanos.
A Bíblia traz
sentido ou propósito à existência humana ao afirmar que Deus é o Criador dos
céus e da terra, e de tudo o que neles há (Gênesis 1), e que o homem é a obra
prima de Deus (Salmos 8), por ser a “imagem e semelhança” do Criador (Gênesis
1.27). A Bíblia também revela que Deus quiz dar ao homem a “vida eterna”
(Gênesis 2.9); ou seja, Deus quiz fazer com o homem uma aliança eterna,
estabelecer com o homem um relacionamento eterno, um relacionamento que não pudesse
jamais ser interrompido ou desfeito, por nenhuma causa ou razão.
Entretanto, para que
esta aliança e relacionamento eternos sejam possíveis o homem precisa ser
santo; porque Deus é essencialmente Santo (Mateus 5.48). Para entrar em uma
aliança de eterno relacionamento com Deus, o homem não poderia conhecer o mal, ter
conhecimento prático ou experimental do mal (Gênesis 2.16-17); isto é, o homem
não poderia pecar (Romanos 5.12), ou transgredir a justiça (1 João 3.4). O
pecado (experiência do mal, prática da injustiça) trouxe ao ser humano e à
Criação as mais devastadoras consequências; dentre todas, a morte do ser humano
é a principal, a perda do acesso ao fruto da “Arvore da vida” (Gênesis 3.22), a
impossibilidade de entrar na Aliança de eterno relacionamento ou comunhão com
Deus.
Embora o homem tenha
preferido o conhecimento prático do mal (a injustiça ou pecado), Deus não
abandonou seu propósito de fazer com o homem uma Aliança de vida eterna. Por
isso, Deus providenciou que aquele simbolizado na “Árvore da vida” (João 1.1-4;
5.21-26; 6.32-35; 11.25), o divino doador da vida eterna, seu eterno Filho, uma
das três pessoas do único Ser Divino – Pai , Filho, Espírito Santo (João 1.5-14),
assumisse a natureza humana e sofresse o justo juízo pela “experiência prática
do mal”, o pecado (João 1.29); e assim,
fosse gratuitamente oferecida ao homem a Aliança da vida eterna (João 3.16),
mediante o arrependimento (ódio, aversão, desprezo) do pecado (Atos 2.38; 3.19),
e fé no despenseiro da vida eterna, feito também intercessor pelos pecadores,
Jesus Cristo (João 20.30-31). Isto é o Evangelho, a boa nova, que a Bíblia quer
comunicar a toda a humanidade, sem qualquer distinção.
Portanto, a Bíblia
foi escrita para todos, homens e mulheres, adultos, jovens e crianças, ricos ou
pobres, aos que parecem livres e aos presos, àqueles que vivem nas mais
modernas cidades e aos que vivem em tribos isoladas. A Bíblia revela as
“insondáveis reiquezas do conhecimento de Deus”, ma se comunica de forma simples
e clara. O conteúdo geral e mensagem central da Bíblia são de absoluta
relevância para filósofos, historiadores, literatos, cientistas e juristas;
entretanto, a Bíblia foi escrita especialmente para, idependentemente de
cultura ou língua, a pessoa mais simples, para o comerciante, o pescador o
trabalhador rural, para a dona de casa e para as crianças.
O idioma Hebraico tem suas raízes na antiga
Mesopotâmia, berço da humanidade e lugar onde floresceram as mais antigas e
influentes civilizações, de onde também saiu Abraão. Chegando à região chamada
Canaã, Abraão encontrou povos que falavam dialetos semitas, como era o seu
próprio. O hebraico se desenvolveu como a língua de uma nação nos 400 anos de
segregação de Israel no Império Egípcio; neste idioma idioma semítico, Moisés
escreveu o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia). O Aramaico, também
língua semítica, durante séculos amplamente falada no Crescente Fértil (a
extensa região onde aconteceram os fatos relatados no Antigo Testamento), e
muito empregada, tanto na diplomacia como no comércio, foi utilizada para a
composição de pequenas porções da Bíblia, especialmente o livro de Daniel. No
III século aC, o Antigo Testamento já estava completamente traduzido para a
língua então dominante no mundo, o Grego. Foi neste idioma, predominante na
parte mais oriental do Império Romano, que o Novo Testamento foi inteiramente
escrito. O grego do Novo Testamento é mais precisamente identificado como o Koinê,
a forma mais popular que o Grego Clássico tomou, posteriormente.
O Antigo Testamento
foi escrito na língua de um povo humilde, escolhido e preservado por Deus para,
por meio deste povo (Israel), trazer ao mundo o Messias (Cristo), bem como
prover o seu necessário testemunho profético e histórico, a Bíblia. Para
demonstrar o propósito universal da Bíblia, o Novo Testamento foi escrito na língua comum aos vários povos
que, subordinados ao Império Romano, em sua parte oriental, circundavam a
região onde Jesus nasceu, pregou, deu todas as evidências de ser o Cristo,
morreu em lugar dos pecadores, perante a justiça divina, ressuscitou dentre os
mortos, e ascendeu glorificado nos céus.
A partir do Hebraico
e do Grego, versões completas (AT e NT)
da Bíblia foram multiplicadas nas língua dos mais diversos povos, através dos
séculos; e, até hoje, a Bíblia é o livro mais traduzido em diferentes idiomas.
A Bíblia foi escrita
não para pessoas com inteligência acima da média ou educação elevada, de modo
que as pesssoas comuns e de pouca instrução formal tivessem que se esforçar
acima de sua capacidade intelectual para entendê-la; nem, tão pouco foi a
Bíblia escrita para privilegiar ou atender às exigências de qualquer campo da
erudição humana. Ao contrario, a Bíblia foi escrita para alcançar os menores, os
mais simples, para que assim pudesse alcançar a todos. São os considerados mais
inteligentes e educados que devem ser humildes ou simples para, livres de
preconceitos, ler e estudar a Biblia com proveito. De fato, se Deus mesmo não
houvessse se inclinado ao nível do conhecimento, perspectiva e linguagem
humana, jamais teria havido comunicação entre Deus e o homem.
Respondendo uma
questão a respeito de quem é maior no
reino dos céus, Jesus declarou que quem não se tornar humilde como uma criança.
"de modo algum" entrará no reino dos céus (Mateus 18.1-4). Em outra
ocasião, Jesus exclamou: "Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos
pequeninos" (Lucas 10.21).
O apóstolo Paulo
escreveu: "Vede,
irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem
muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são
chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para
confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para
confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as
desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; para
que nenhuma carne se glorie perante ele." (1 Coríntios 1.26-29)
Escrevendo aos seus
cooperadores, Timóteo e Tito, ao primeiro por causa de sua juventude, ao
segundo por razão específica desconhecida, Paulo os encoraja a ler, pregar e
ensinar as publicamente a Bíblia, as Escrituras Sagradas, a despeito de
qualquer forma de despreso por parte de seus ouvintes (1 Timóeteo 4.12-13; Tito
2.15).
Na segunda carta de
Paulo a Timóteo, encontramos outra evidência de que a Bíblia ou "as
sagradas letras", foiram escritas para as crianças: “Tu, porém, permanece naquilo que
aprendeste e de que foste inteirado, sabendo
de quem o tens aprendido. E que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que
podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda
a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de
Deus seja perfeito e perfeitamente instruído
para toda boa obra.” (2 Timóteo 3.14-17)
A qualificação dos
presbíteros, que são homens encarregados especialmente da responsabilidade de
supervisão do ensino na esfera de cada igreja, é uma evidência de que a Bíblia
foi escrita para o homem comum; pois não se requer daqueles que servem no
presbiterato formação em qualquer área do conhecimento humano, exceto que estes
conheçam a Bíblia, ao ponto de poderem ensinar a outros, além, é claro de sua
piedade, ou vida em conformidade com o ensino que terão de supevisionar (Tito 1.5-9).
A qualificação dos
Apóstolos não era extraordinária; exceto Mateus que era empregado da receita do
Império Romano, os demais apóstolos eram pescadores; e nenhum deles tinha
qualquer graduação teológica, foram todos formados no discipulado exercido por
Jesus Cristo.
Paulo, melhor educado
formalmente que os damais Apóstolos, pregou simplesmente a “palavra da cruz”, o
“Cristo crucificado”, a mensagem acessível à pessoa mais simples, humilde, não
para impressionar os sábios (1 Coríntios 1.18-2.5).
Doutores (em
quaisquer campos da ciência) e teólogos precisam ser humildes, como crianças,
para pedir a assistência do Espírito Santo, e se deixarem conduzir por Ele na
leitura e estudo das Escrituras, exatamente da mesma forma, e com a mesma
necessidade com que crianças, homens e mulheres simples, iletrados, são
conduzidos (João 16.7-14).
Não se deixe
intimidar pelos títulos religiosos
(reverendo), nem pelos graus de escolaridade (mestrado, doutorado). Porém
conserve a humildade, não despreze a
ajuda de um outro estudante da Bíblia ou de um mestre, desde que
reconheçam a importância fundamental da iluminação do Espírito Santo, da
autoridade do todo das Escrituras Sagradas para a interpretação de cada uma de
suas partes, e da centralidade de Jesus Cristo, nas Escrituras.
A Bíblia foi escrita
para você, que quer conhecer a Deus (além do que é possível aos pecadores,
somente pela observação da Criação, e simples uso da razão), A Bíblia foi
escrita para você que quer a vida Eterna (João 5.39), entrar na Aliança do
eterno relacionamento com Deus, e quer serví-lo fielmente.
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