Quando os
discípulos perguntaram a Jesus Cristo sobre os sinais que haveriam de
caracterizar o tempo de sua vinda (volta), e da consumação da era (tempo)
fixada entre a primeira e segunda vindas de Jesus Cristo, entre outros sinais
Jesus indicou a “multiplicação da iniquidade” o “esfriamento do amor” (Mateus
24.12).
Estamos vivendo em
uma era global que parece estar (sob uma observação otimista e superficial)
contradizendo o sinal mencionado por Jesus. Apesar de vivermos em uma época e sociedade
em que cresce a rejeição de Deus como um Ser pessoal, soberano, presente e
provedor no universo ou criação, cresce e se fortalece o concenso de que Deus,
embora não necessário, somente pode ser tolerado e respeitado como um conceito
subjetivo, sentimental e cultural. Entretanto, o amor, que sempre foi
preeminente nas artes (especialmente na música e no teatro), hoje também tem
posição privilegiada nas ciências humanas em geral, nos projetos e discursos
políticos. Em nossa era pós-moderna, a razão já não é a virtude suprema, todas
as organizações e pessoas formadoras de opinião se redem aos encantos do amor,
e colocam nele a esperança de um futuro melhor.
Hoje, se admite e
proclama publicamente que tudo tem que ser feito com amor, do trabalho do
prefeito que administra uma cidade, ao professor que educa, e ao funcinário
público que varre a rua. O segredo do sucesso na vida é o amor! Então, parece
que o sinal dado por Jesus Cristo é um prognóstico que vai falhar, ou, no
mínimo, está muito distante de se cumprir.
Entretanto, parece
que o problema se encontra na diferença que há entre o significado da palavra
“amor” usada por Jesus, e o significado de “amor” na mídia contemporânea. Na
mídia, a palavra “amor” significa “gostar” ou “ter prazer”. Por exemplo a expressão “fazer amor” significa
“fazer sexo”.
Não podemos negar
que um dos mais importantes segredos do sucesso é gostar ou ter prazer no que
se faz; até segredo do sucesso (generalização) do pecado também é o “prazer”
imediato que o pecado produz. As pessoas estão aprendendo a importância de
fazer o que gostam, e a gostar do que fazem, para obter sucesso em seus
empreendimentos; porém, isto não é amor.
Observando os fatos
de modo mais realista e profundo, veremos que o sinal indicado por Jesus
Cristo: “e, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos”
(Mateus 24.12), está se cumprindo assustadoramente.
De amor, ninguém entende mais e melhor do que Deus; portanto, consideremos o que Deus, em sua Palavra,
as Escrituras Sagradas, nos revela sobre o amor. Em primeiro lugar devemos dar
atenção ao fato de que Deus diz que Ele é amor (1 João 4.16).
Não existe amor
fora do conhecimento e relação com Deus (o que é radicalmente diferente de
simplesmente alguém ter uma religião, seja ela qual for). O apóstolo João
escreveu: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e
todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1 João 4.7); “e aquele
que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele” (1 João 4.16).
Qualquer pessoa é
capaz de encontrar coisas que “gosta de fazer” ou que “tem prazer em fazer”, e
chama isto de “amar o que faz”. Porém, isto não é o amor que consiste em um dos
principais atributos de Deus, e que depende de nosso conhecimento e relação com
Deus.
O amor de Deus é a
causa da manifestação do eterno Filho de Deus “em carne”, ou seja da vinda ou
nascimento de Jesus Cristo, e de sua morte (João 3.16-17), seguida de sua
ressurreição e ascensão, e a causa de sua prometida volta (João 13.34-14.3).
O amor está mais
frequentemente associado à paixão que ao prazer; não nos referimos à egoísta e
obsessiva paixão sexual , mas à paixão ou sofrimento da auto-entrega de quem
ama por aquele(a) que é amado(a).
Quando o apóstolo
Paulo trata do amor do marido para com a sua esposa, ele escreve: “Maridos,
amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou
(morreu) por ela” (Efésios 4.25). Quando o apóstolo João se referiu ao amor que
deve caracterizar o relacionamento dos filhos de Deus, ele escreveu: “Nisto
conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa
vida pelos irmãos” (1 João 3.16).
O amor que Jesus
disse que haveria de “esfriar de quase todos” no “final dos tempos” não é o
amor que significa “gostar” e “ter prazer”, aliás, este vai aumentar, conforme
escreveu Paulo, discípulo e apóstolo de Jesus Cristo, também se referindo aos
“últimos tempos”: “os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos,
arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,
desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos
do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de
Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder...” (2 Timóteo
3.2-5).
Será que a maioria
das pessoas que roubam, e até matam, assim fazem, porque precisam, para
preservar a própria vida? E, os que estupram? Por que um bando de jovens de
classe média alta ateiam fogo a alguém dormingo em uma calçada? Por que alguns
assaltantes matam violentamente a vítima assaltada? Por que estes atos de
violência acontecem onde há pobreza, e também onde há prosperidade econômica?
Não será principalmente pelo prazer de roubar, estuprar e matar?
Na verdade, ao
contrário do que muitos querem admitir, o que Jesus e seu discípulo Paulo
disseram está se cumprindo, em escalas, cada vez mais alarmantes: “a iniquidade
se multiplica” e “o amor se esfria em quase todos”; os homens se tornam “amigos
dos prazeres” pecaminosos, na medida em que se tornam “inimigos de Deus”.
O apóstolo Paulo, inspirado por Deus, escreveu sobre o que é o amor: “O amor é paciente, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Coríntios 13.4-7). Este amor, ninguém duvida, está esfriando em quase todos.
Estes versículos
(4-7) do magnífico capítulo do Amor (1 Coríntios 13), poderiam ser chamados de
a “lei do amor”; sim, porque em Deus não há contradição entre o amor e a lei. A
chamada “lei de Deus” é a “lei do amor”,
que procede e protege o amor. Diferente das leis criadas pelo homem, as quais
são relacionadas aos interesses do poder e da riqueza. A lei de Deus está
totalmente vinculada ao amor.
Não se pode dissociar o amor da lei essencial que dele procede e o protege. Quando Jesus foi perguntado sobre o mais importante mandamento da “Lei de Deus”, Ele respondeu: “ Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. (Mateus 22.36-40). A apóstolo Paulo também escreveu que “o cumprimento da lei é o amor” (Romanos 13.10). O amor tem lei (regra), esta lei protege, preserva e fortalece o amor.
De fato, foi
exatamente isto que Jesus afirmou, quando disse, “e por se “multiplicar a
iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mateus 24.12). A palavra
“iniquidade” significa literalmente “negação da lei”. O amor que é atributo de Deus e que é
comunicado de Deus ao homem tem uma lei, a “lei sagrada” que procede do amor e protege
o amor contra a sua extinção.
Nas últimas
décadas, muito frequentemente temos ouvido o argumento de que o amor justifica
várias formas de relacionamento e união sexual, além do casamento entre um
homem e uma mulher, aptos para “deixar pai e mãe”, afim de se tornarem
permanentemente “uma só carne” (Gênesis 2.24). Entretanto, o grande engano e
malignidade deste argumento é que ele usa a palavra “amor” para substituir a
palavra “desejo”. Amor é algo sublime e amplo que tem uma dimensão espiritual
(relação do homem com Deus), e outra social (a relação do homem com o próximo).
O desejo ignora Deus e o próximo, somente leva em conta o indivíduo e o objeto
do seu desejo. De acordo com este argumento, o que importa é o amor
(entenda-se, a busca da felicidade ou
satisfação pessoal); este tipo de amor não está se esfriando. Porém, o
amor que tem regras ou leis que glorificam a Deus e promovem o bem do próximo,
este amor está desaparecendo de quase todos.
Que amor é esse que
sucumbe ao desejo de possuir algo, alguém, ou ao desejo sexual, ao invés de
subordinar tal desejo. O verdadeiro amor não quer possuir mas está pronto a se
entregar, entregar-se, mas não ao prazer, e sim ao sofrer, e estar disposto a
perder até a própria vida, por aquele e aqueles que são amados.
É lamentável que as
pessoas estejam deliberadamente ignorando Deus e a Lei de Deus, em confiança no
homem e nas suas leis, preferindo um amor fabricado pela imaginação humana ao
amor eterno, porque é o amor que é atributo do Deus eterno.
Jovens, ouçam as
Palavras de Deus, ninguém entende mais e
melhor de amor do que Deus; não acreditem no que os falsos profetas deste
século estão profetizando sobre o amor com suas músicas, filmes e preleções.
Este amor é uma fabricação, uma falsificação do verdadeiro amor. O experimento
do amor fabricado pelo homem estimula a egocêntrica busca da auto-satisfação
que, imediatamente parece compensadora, mas no decurso do tempo é auto-destrutiva.
O amor de Deus, embora seja um exercício de auto-domínio, subordinação à “lei
do amor”, um exercício de auto-negação e auto-entrega a Deus e ao próximo, este
é o exercício da vida, da vida eterna.
Ao contrário do que
estão proclamando os profetas da auto-realização, auto-satisfação, auto-ajuda,
seculares e religiosos, diga não à sua confiança em si mesmo, à sua busca de
auto-satisfação, à sua indiferença e rebelião contra Deus; ouça a Palavra de Deus;
e receba com conhecimento e fé a Jesus Cristo, Aquele que veio por amor e
morreu por amor, o amor de Deus.
São os nossos pecados (e nossa condição de pecadores)
que nos mantêm alienados de Deus, que extinguiram em nós o verdadeiro amor, e
nos fazem ficcionados na auto afirmação e satisfação. Pecado é coisa séria,
somente os “loucos” zombam de sua gravidade (Provérbios 14.9); pois sobre o
pecado, a Palavra de Deus nos diz:
§ É a transgressão da lei (1 João 3.4) – da lei de Deus
ou lei do amor;
§
Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus
(Romanos 3.23);
§ O salário do pecado é a morte
(Romanos 6.23).
Ouça
a voz de Deus, aceite a reconciliação com Deus, conheça e confie em Jesus
Cristo; porque a Palavra de Deus que afirma: “o salário do pecado é a morte”;
também declara que “o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus
nosso Senhor” (Romanos 6.23).
Acredite, somente
começamos a conhecer a amor, quando pelo conhecimento e fé em Cristo Jesus,
somos reconciliados com Deus; porque somente Deus é amor.
“Ora a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque dificilmente haverá quem morra por um justo; pois poderá ser que pelo homem bondoso alguém ouse morrer. Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.” (Romanos 5.5-8).
No comments:
Post a Comment