Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria

Sunday, 5 May 2013

Nossa Única Glória É a Glória de Deus


Adão foi criado perfeito, mas caiu (Eclesiastes 7.29). Alguns homens e mulheres como Abraão e Sara, Jó, Moisés, Samuel, Daví, Maria, Pedro e João, embora sejam exemplares em sua conduta e vida, jamais foram perfeitos. O apóstolo Paulo, se chamou um “desventurado” pecador (Romanos 7.12-25).

Somente um homem jamais pecou, Jesus Cristo o eterno Filho de Deus que também se tornou Filho do Homem, ao assumir a natureza humana, contudo, conservando absolutamente íntegra a sua natureza divina. Jesus Cristo é chamado o “Último Adão”, em contraste com o primeiro (“alma vivente”) que pecou e morreu, com toda a sua geração regular. O Último Adão, Jesus Cristo, além de jamais haver pecado, morreu pelos pecadores, porque o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23), e ressuscitou vencendo definitivamente a morte; e por isto, Ele é também chamado de o “Espírito vivificante” (1 Coríntios 15.45-49). Jesus Cristo é chamado o Último Adão porque Ele realizou aquilo em que o primeiro Adão falhou – receber para si e para suas gerações a vida eterna ou eterna comunhão com Deus. Por sua vida justa (absolutamente impecável) e sua morte em lugar dos pecadores, Jesus Cristo adquiriu perante a justiça divina o direito de conceder a vida eterna (eterna comunhão com Deus) aos pecadores que com justiça, estavam condenados à morte eterna. Foi por isso, que Abraão foi justificado pela fé (Gênesis 15.6; Romanos 4.9); Maria se gloriou em Deus, seu Salvador (Lucas 1.39-47); e o “desventurado” Paulo somente encontrou esperança e graça em Deus, por meio de Jesus Cristo (Romanos 7.24-25).

Reconciliados com Deus, por meio de Jesus Cristo, devemos diligentemente perseguir ou buscar a santidade de vida, a santidade como a principal característica do nosso modo de viver (João 17.17; Hebreus 12.14). Porém não a “santidade” hipócrita que oculta o pecado sob a cortina da religiosidade, nem a “santidade” sem compaixão e misericórdia para com outros pecadores, nem tão puco a “santidade” arrogante e vaidosa baseada em nossa própria ilusória habilidade para cumprir a lei de Deus. Quem verdadeiramente entendeu ou Evangelho (a doutrina da salvação pela fé em Jesus Cristo) sabe que é somente pelo “sangue” e “óleo” (Levitico 8.22-30; 14.1-32) que ingressamos, permanecemos e progredimos no caminho da santidade, ou seja, pelo sangue de Jesus Cristo (1 João 1.5-10), e pelo óleo do Espírito Santo (1 João 2.27-29).

Não fosse a misericórdia e o plano de Deus somente viveríamos pecando, até à morte, mesmo depois de regenerados (1 João 5.18). Nossos pecados são verdadeira, legítima e naturalmente nossos (Tiago 1.12-15; Romanos 7.14-23); qualquer justiça ou bem que praticamos e verdade que falamos são provenientes de Deus somente, e não de nós propriamente (Tiago 1.16-18; Filipenses 2.12-15). Somos culpados de uma grande variedade de pecados e capazes para absolutamente todos os pecados, até aqueles que, impedidos pelo cuidado e providência de Deus, ainda não cometemos; e, para não cometê-los, dependemos totalmente do poder santificador do Espírito Santo. Somos incapazes, exceto pela graça e providência de Deus, além do poder do Espírito Santo, de qualquer perfeita justiça, boa obra ou verdade.

Abraão, Moisés, Samuel, Daví, Maria, Pedro, João e Paulo somente realizaram o que realizaram pela graça e propósito de Deus. Estes todos eram pecadores, e somente não cometeram os pecados que pela soberana ação de Deus foram impedidos de cometer. Os seus pecados que ficaram registrados na Bíblia, assim o foram para nossa instrução e advertência, como por exemplo: a precipitação do paciente Jó (Jó 42.1-6), a irritação do manso Moisés (Números 20.1-13), e a traição do fiel Daví (2 Samuel 11.1-12.25).

Assim como Jó, Moisés e Daví, temos da parte de Deus um grande Redentor – Jesus Cristo, graças a quem, apesar de nossa, ainda não completamente eliminada habilidade para pecar, somos sempre conduzidos ao arrependimento, impedidos de permanecer no pecado e colocados de volta no caminho da santificação, para a glória de Deus (Romanos 8.31-39). E, como em todos o três exemplos citados acima, a Palavra de Deus é sempre o instrumento que eficazmente nos chama ao arrependimento (Apocalipse 2.1-7).

Quantas vezes, e mais amargamente do que Jó, falamos contra o Senhor suas obras, mesmo sofrendo menos do que Jó? Quantas vezes, como Moisés,embora em situações não tão estressantes, também  ferimos com palavras e atitudes a rocha da nossa salvação, Jesus Cristo, quem é a nossa única fonte da água da vida? Quantas outras vezes, como Daví, também pecamos diretamente contra o nosso irmão ou irmã, ferimos a conciência dos nosso irmão e irmã, a quem deveríamos edifcar e consolar pela Palavra de Deus, e ao próximo a quem devemos alcançar com a pregação do Evangelho?

Não há a lugar presunção e orgulho. Perante Deus, nossa alma deve se humilhar “até ao pó”, e somente se levantar em profunda gratidão. Somente podemos ser humildes no trato com os homens; e precisamos cultivar a compaixão para com os que ainda não conhecem o Evangelho da graça salvadora e para com a Igreja de Jesus Cristo na terra, ainda sujeita à capacidade de pecar. A Palavra de Deus é o instrumento de reconciliação dos pecadores com Deus; mas o amor e compaixão é a motivação dos “mensageiros da paz” ou da reconciliação com Deus, a motivação dos edificadores da Igreja de Deus, entre os homens.

Que Ele, Jesus Cristo, cresça, e eu diminua; que o dom da vida eterna (a inquebrávell comunhão com Deus) recebido da parte de Jesus Cristo, progrida para a plenitude do Espírito Santo; que o nosso velho homem (natureza) continue sendo queimado no altar da santificação. Que Deus nos livre de pecar e de causar escândalo entre os “pequeninos” na igreja e perante o mundo, e faça de nós humildes servos, vasos cheios da fragrância de amor e compaixão do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Que Deus nos livre da vanglória; ela é totalmente incompatível com a nossa relação com Deus, e nos afasta dos homens, tornando-nos incapazes de servir a Deus  na tarefa da reconciliação do homens com Deus, dentro ou fora da igreja.

Nossa única glória é a glória de Deus, especialmente a glória de sua incompreensível misericórdia revelada em Jesus Cristo. O encantamento (estado de estar maravilhado) com a glória de Deus, vista em Jesus Cristo, nos faz felizes e humildes, enche o nosso coração de amor e compaixão, fazendo-nos com Cristo, daqueles “sabios” que “resplandecerão eternamente”, e que por “muitos conduzirem à justiça” serão “como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12.3). Esta é a nossa verdadeira e única glória.

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